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Coluna Mulher : 4 fatos sobre o AVC entre mulheres que não podem ser ignorados
Enviado por alexandre em 15/02/2024 09:34:52

Há muitos motivos que podem predispor uma pessoa adulta a sofrer um acidente vascular cerebral, e embora exista uma certa noção acerca dos seus principais fatores de risco, pouco é feito para evitar a sua ocorrência. Isso acontece tanto porque as causas costumam ser subestimadas, quanto devido à dificuldade enfrentada pelas pessoas de cultivar hábitos mais saudáveis.

 

Para as mulheres, esses fatos são especialmente verdadeiros, considerando ainda que muitas têm seu tempo livre quase que completamente minado, dividindo sozinhas a atenção com os filhos e as tarefas domésticas após o trabalho.

 

E assim como elas podem chegar sobrecarregadas a uma idade mais avançada, também tendem a apresentar uma maior probabilidade de sofrer um AVC. Nos Estados Unidos, trata-se da terceira causa de morte dentre o público feminino. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte entre adultos, também afetando mais as mulheres.

 

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1. ATENÇÃO AOS FATORES DE RISCO QUE SE MANIFESTAM AO LONGO DA VIDA É NECESSÁRIA

 

(Fonte: Getty Images)

 

Da mesma maneira que existe uma maior possibilidade de desenvolver o AVC em virtude de fatores genéticos e adquiridos ao longo da vida, também há formas bastante eficientes de evitá-lo. Ignorar os fatores de risco, sobretudo os que são tratáveis, é um erro grave.

 

Por exemplo, dentro da literatura médica, já é considerado certo que mulheres que tenham tido enxaqueca com aura e outros sintomas visuais apresentam uma maior probabilidade de sofrer um AVC futuramente.

 

Isso é válido mesmo quando elas deixam de sentir as dores após alguns anos, ou após alcançarem a meia-idade, fase em que o risco de AVC aumenta. Importante lembrar ainda que a enxaqueca crônica é mais recorrente entre as mulheres.

 

2. SUBESTIMAR AS DOENÇAS CRÔNICAS É UM ERRO

 

(Fonte: Getty Images)

 

Obesidade e hipertensão caminham de mãos dadas e estão entre as doenças progressivas e crônicas que representam um grande perigo, não apenas para a ocorrência de um acidente vascular, mas também para o infarto.

 

No caso da hipertensão, segundo um estudo publicado no periódico Hypertension em 2019, as mulheres com pressão alta apresentam um maior risco de sofrer um AVC, quando em comparação com os homens.

 

Em relação aos quadros de diabetes, que também figuram entre as doenças silenciosas, não é diferente. O acidente vascular isquêmico é mais comum para pessoas do sexo feminino que apresentam a condição.

 

3. PRIORIZAR UMA ROTINA DE SONO SAUDÁVEL É CRUCIAL PARA EVITAR O AVC

 

(Fonte: Getty Images)

 

Pode parecer difícil em meio a tantas obrigações cotidianas, mas a verdade é que vale muito a pena controlar diariamente o tempo gasto com séries e filmes, além de deixar o celular de lado assim que possível para descansar.

 

Dormir bem é uma forma de evitar a ocorrência de diversas doenças, incluindo o AVC. Além disso, o repouso adequado pode ser justamente o que falta para ter menos cansaço no dia a dia. Esse cuidado vai se refletir até mesmo na pele, que vai se apresentar com um aspecto mais saudável.

 

Com menos notificações e estímulos durante o período da noite, também vai ficar mais fácil reduzir a dispersão e os níveis de estresse e ansiedade, deixando a mente livre para relaxar de verdade, ou mesmo focar numa leitura interessante.

 

4. EXERCÍCIOS FÍSICOS PODEM SALVAR VIDAS

 

(Fonte: Getty Images)

Fotos: Reprodução

 

Chega a parecer milagroso, mas adotar uma prática esportiva muda a vida para melhor. Para quem apresenta obesidade e hipertensão, por exemplo, a perda de 1 kg, que parece pouco a princípio, é o suficiente para reduzir a pressão arterial entre 1,3 mm e 1,6 mm, em média. No longo prazo, esse esforço sustentado vai se reverter em mais disposição, ânimo e saúde.

 

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E na ocorrência de qualquer sinal de AVC, como fraqueza, perda de equilíbrio, paralisia facial, dificuldade para falar, mudanças na visão, ainda que seja sutis, não deixe de procurar ajuda médica por achar que é algo momentâneo ou que se parece com outra doença. Trata-se de uma condição que provoca sequelas incapacitantes e pode matar. Por isso, cada minuto é crucial. 

 

Fonte: Mega Curioso

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Coluna Qualidade de Vida : Cheiro de óleo de rosas pode aliviar sintoma da depressão, diz estudo
Enviado por alexandre em 15/02/2024 09:34:10

Pesquisa indica que odores familiares são a forma mais eficiente de ativar boas lembranças em pessoas com depressão

Sabe aquele cheiro de bolo assando ou de um café recém-passado? Os odores tradicionais e familiares remetem a boas lembranças da vida e podem ajudar a aliviar sintomas da depressão, segundo um estudo publicado nessa terça-feira (13/2) na revista científica JAMA Network.

 

Chefiada por psiquiatras da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, a pesquisa comparou os efeitos de estimular boas lembranças com palavras e cheiros. A principal descoberta foi que as fragrâncias são mais eficientes para evocar memórias.

 

Foram usados 24 cheiros e todos se mostraram mais eficientes ao estimular memórias do que as palavras: foi observada uma média de 68% de eficácia dos odores frente a 52% dos vocábulos. Em 71% dos casos, as fragrâncias estiveram relacionadas a memórias positivas — entre as palavras, a porcentagem foi de 63%.

 

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SEXO: CONFIRA 5 BENEFÍCIOS FÍSICOS E MENTAIS PARA QUEM PRATICA O ATO COM FREQUÊNCIA

 

A excitação sexual funciona igual no cérebro de homens e de mulheres

A dificuldade de processar lembranças em pessoas com depressão severa é um sintoma conhecido da doença, já que a queda de receptores cerebrais motivada pela condição atrapalha o acesso às memórias, especialmente as de natureza positiva.

 


 

Os pesquisadores esperam que as descobertas recentes possam usar o olfato para reequilibrar essas recordações. “As memórias evocadas pelo odor podem ser únicas em relação a outros estímulos, como auditivos e visuais, e conter emotividade”, afirmam os cientistas. 

 

Fonte: Metrópoles

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Brasil : SEXO: confira 5 benefícios físicos e mentais para quem pratica o ato com frequência
Enviado por alexandre em 15/02/2024 09:33:18

A relação sexual se enquadra como um exercício leve que tem efeitos positivos para o coração, a mente e até o sistema imunológico

Uma vida sexual ativa, quando devidamente acompanhada do uso de preservativos, pode trazer uma série de benefícios para a saúde. Isso porque, embora não seja considerada uma atividade física completa, a relação sexual se enquadra como um exercício leve que, com uma certa frequência, leva a efeitos positivos para o coração, a mente e até o sistema imunológico.

 

Em um artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation, o gerontologista (especialista em envelhecimento) espanhol Joaquín Mateu Mollá defende que a atividade sexual traz ao menos cinco benefícios a quem a pratica com frequência, entre eles: a redução do estresse e a melhora no sistema imunológico. Confira:

 

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AUMENTA O HUMOR 


Ao fazer sexo, o cérebro produz endorfinas, substâncias que geram excitação, satisfação e bem-estar. Eles também estão envolvidos na euforia e na calma que precede e segue o orgasmo, respectivamente. Assim, estão incorporados na resposta de recompensa que experimentamos ao sentir diferentes formas de prazer.

 

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“Embora nos faça sentir bem, não se pode dizer que o sexo sirva como tratamento antidepressivo. Pode nos proporcionar momentos positivos que se somam a outros para potencializar emoções agradáveis, mas os transtornos de humor exigem abordagens terapêuticas muito mais complexas e muitas vezes multidisciplinares”, afirma o pesquisador.

 

O sexo também tem um efeito positivo na insônia que muitas vezes acompanha os problemas de saúde mental.

 

REDUZ O ESTRESSE 


Quando convivemos muito tempo com situações que nos sobrecarregam, a frequência com que queremos fazer sexo diminui, o que às vezes pode se traduzir em menos satisfação com nosso parceiro.

 

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Isto pode ser devido aos níveis de cortisol, um hormônio necessário para lidar com as demandas ambientais e sociais, mas prejudicial quando sua concentração no corpo aumenta muito ou por muito tempo.

 

Nesse sentido, o sexo pode ajudar a reduzir o estresse associado a sobrecarga diária.

 

“Um fato curioso nesse sentido é que os casais mais satisfeitos tendem a buscar relações sexuais nos dias seguintes a um dia estressante. Além disso, são também os que mais beneficiam dos seus efeitos positivos”, explica Mollá.

 

MELHORA O SISTEMA IMUNOLÓGICO


A atividade sexual regular aumenta as nossas defesas fisiológicas contra vírus, bactérias e outros agentes patogênicos. Existem até estudos que sugerem que ter relações íntimas três vezes por mês pode nos proteger do coronavírus.

 

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especialistas da Universidade de Baghdad, no Iraque, conduziram uma pesquisa com 16 mil participantes em 33 países, divididos em dois grupos. O primeiro mantinha uma frequência de ao menos três relações sexuais por mês, enquanto o segundo grupo tinha uma atividade sexual menor. Ao fim de um período de quatro meses, foi observado que 76,6% dos participantes do primeiro grupo não foram infectados pela doença, enquanto o percentual foi de 40,4% nos demais participantes.


Este benefício no sistema imunitário é independente da idade e de práticas sexuais específicas, pelo que qualquer pessoa pode alcançá-lo em diferentes momentos da sua vida. Resumindo: as evidências sugerem que à medida que aumentamos a frequência das relações sexuais o nosso sistema imunitário se torna mais competente contra ameaças.

 

REDUZ A PRESSÃO ARTERIAL E A DOR


A atividade sexual promove a saúde cardiovascular. Sabemos que os jogos eróticos a dois aumentam a pressão sistólica e diastólica, com um pico durante o orgasmo que atenua à medida que desaparece.

 

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Um estudo recente sugere que a manutenção da atividade sexual durante a velhice reduz a probabilidade de problemas cardiovasculares, afetando positivamente fatores de risco conhecidos. Também pode contribuir para o alívio da dor nas patologias que a causam, existindo muitos dados sobre este ponto, principalmente na população feminina.

 

FORTALECE O RELACIONAMENTO E A CONEXÃO EMOCIONAL


“O sexo é importante para construir e manter o vínculo com o parceiro, pois é um espaço propício à partilha de experiências gratificantes. Isso está ligado à produção de oxitocina, hormônio que contribui para o fortalecimento de todos os tipos de relacionamento (inclusive entre mãe e filho durante a amamentação)’, diz o pesquisador.

 

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Fotos: Reprodução

 


 

A oxitocina ajuda a regular os comportamentos sociais e emocionais, tornando-a fundamental para o bem-estar. Também modula as respostas de medo, ansiedade e estresse. Florescendo especialmente em momentos íntimos como abraços, carícias ou beijos. 

 

Fonte: O Globo

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Mais Notícias : Ministério da Saúde destina R$ 1,5 bilhão para estados e municípios em surto de dengue
Enviado por alexandre em 15/02/2024 09:31:56

Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás são os locais com maior incidência da doença

Em meio à escalada da dengue, o Ministério da Saúde decidiu ampliar para R$ 1,5 bilhão os recursos reservados para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências. Em 2023, o valor reservado para esse fim era de R$ 256 milhões.

 

Segundo a pasta, os processos para a liberação de recursos para estados e municípios que decretarem emergência em saúde pública também foram acelerados.

 

"O apoio financeiro será destinado para medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública em situações que podem ser epidemiológicas, de desastres, ou de desassistência à população. Para receber o recurso, o estado ou município deve enviar ao governo federal um ofício com a declaração de emergência em saúde. Os repasses serão mensais durante a vigência do decreto de emergência", afirma a pasta em nota.

 

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Mais de meio milhão de casos prováveis de dengue já foram registrados em 2024, de acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. O número, um total 512.353, representa aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 93.298 casos.

 

O Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás são os estados com maior incidência da doença, que já causou 75 mortes confirmadas e outras 340 estão em investigação.

 


 

As projeções do Ministério da Saúde estimam que o número de casos de dengue em 2024 pode chegar a 4,2 milhões, o que configuraria um recorde histórico para o país. Caso se concretize, o aumento seria de 2,5 vezes em relação ao recorde atual, de 1,6 milhões de casos registrados em 2015.

 

Fonte: O Globo

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Brasil : Ferrogrão: Governo pede desculpa a indígenas, mas retoma ferrovia da soja na Amazônia
Enviado por alexandre em 15/02/2024 09:29:13

Ferrovia está prevista para ligar norte do Mato Grosso ao sul do Pará, em prol do escoamento de grãos. Projeto passa por dentro de terras indígenas e áreas preservadas e tem oposição de lideranças kaiapós e mundurukus.


Com um pedido oficial de desculpas a povos indígenas, o governo federal voltou à carga para destravar a polêmica Ferrogrão – sonho antigo dos produtores de soja e milho do centro-oeste e um dos mais ambiciosos projetos de logística do país. Totalizando 933 km de extensão, a ferrovia teria início no município de Sinop (MT), base da produção nacional de grãos, e cruzaria a Amazônia até chegar ao porto de Itaituba (PA), no rio Tapajós.

A reportagem teve acesso a um "pedido de retratação" que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão federal responsável por gerenciar as concessões do setor logístico, apresentou em uma reunião realizada nesta quarta-feira (7 de fevereiro) em Brasília (DF), com lideranças indígenas do Instituto Kabu.

A organização do povo Kayapó Mekrãgnotí atua na defesa de indígenas das proximidades da rodovia BR-163, principal via de escoamento do agro no centro-oeste. A Ferrogrão seria construída paralelamente à estrada.

Segundo a ANTT, a agência quer garantir "o processo de consulta prévia, livre e informada, conforme previsto na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), a qual, infelizmente, não foi devidamente observada".

Com 933 km de extensão, Ferrogrão vai de Sinop (MT) a Itaituba (PA). Arte: Débora De Maio

Com o reposicionamento, o governo deixou claro que pretende levar adiante o projeto, ideia criada há mais de uma década, ainda no primeiro governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), pelas grandes tradings de grãos que atuam no país: Amaggi, ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus.


Não por acaso, o projeto há anos figura entre as prioridades da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), instituição já presidida, no Mato Grosso, pelo atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

"Esse projeto é de interesse nacional e deve ser realizado de maneira sustentável, considerando as melhores decisões socioambientais para a região e para todas as comunidades que a habitam", afirma a ANTT, em documento assinado em 26 de janeiro. "Uma vez concluída, a Ferrogrão terá uma capacidade de transporte significativa, proporcionando competitividade no escoamento da produção pelo Arco Norte".

Liderança da aldeia Baú e responsável pelas relações públicas do Instituto Kabu, Mydjere Kayapó afirmou à reportagem que a reunião e a retratação não significam a aceitação do projeto. "Não é por causa de uma carta de desculpas que diremos sim para a Ferrogrão. Isso não deve só a mim, mas a todos os indígenas que sempre foram desrespeitados nesse processo", disse.

A tentativa de aproximação do governo com os indígenas procura vencer uma etapa paralisada em 2021, quando o processo de licenciamento da obra – estimada hoje em aproximadamente R$ 30 bilhões – foi paralisado por ordem do STF.

Naquela ocasião, o ministro Alexandre de Moraes deu uma cautelar contra o projeto, ao atender uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo PSOL. A legenda questionava a redução dos limites do Parque Nacional Jamanxim, uma unidade de conservação ambiental no Pará, para a construção da Ferrogrão. Por decisão da própria corte, é proibido alterar limites de unidades para passagem de obras.
Lula e cacique Raoni Metuktire, do povo kaiapó, durante Acampamento Terra Livre em 2023. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Indígenas não ouvidos

O pedido de desculpas faz referência a uma sessão pública do empreendimento realizada em 12 de dezembro de 2017, em Brasília, na gestão do então presidente Michel Temer, para tratar do licenciamento da obra. Na ocasião, os indígenas não foram ouvidos. No encontro desta quarta-feira, representantes do Ministério dos Transportes e da ANTT se reuniram em Brasília com as lideranças indígenas, para oficializar a retratação.

Na prática, porém, o encontro, que teve participação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), simboliza mais do que um mero pedido de perdão. Em defesa da ferrovia, a agência reguladora destaca, inclusive, o apelo ambiental do projeto, apesar das preocupações de ativistas com os impactos sobre o ecossistema local.

"Este empreendimento contribuirá para o desenvolvimento nacional, alinhando-se a projetos estratégicos de infraestrutura de transportes, ao mesmo tempo em que respeitará o meio ambiente, promovendo a redução das emissões de CO² na atmosfera, em conformidade com a agenda ESG (ambiental, social e governança) do governo federal e os padrões estabelecidos pela Climate Bond Initiative (CBI) para certificação de iniciativas sustentáveis."

Apesar de o Brasil ser signatário da Convenção 169 da OIT, o processo de consulta prévia nunca foi efetivamente respeitado no país. O que está em jogo, porém, é saber se os indígenas teriam, ou não, poder de veto ao projeto, a partir do diagnóstico de seus impactos. 

Fila de caminhões carregados de soja na BR-163 com destino ao porto de Miritituba, em Itaituba (PA). Foto: João Laet/Repórter Brasil

Busca de diálogo 

Durante o encontro com as lideranças indígenas, o subsecretário de sustentabilidade do Ministério dos Transportes, Cloves Eduardo Benevides, disse que não está definido se a obra será bancada por recursos públicos, se será uma concessão, ou uma Parceria Público-Privada (PPP). "Não há um desenho final, o que há é um debate público", comentou.

O plano ferroviário retomado por Lula contraria frontalmente seu maior aliado quando o assunto é a representação dos povos indígenas: o cacique Raoni Metuktire. O líder indígena de 93 anos, que subiu a rampa do Planalto ao lado do presidente na cerimônia de sua posse, em janeiro de 2023, vive na região a ser cortada pela Ferrogrão.

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já demonstraram que a criação de um terminal de cargas da Ferrogrão em Matupá, no norte do Mato Grosso, pode partir ao meio as terras indígenas do Xingu. É nesse ponto que a Ferrogrão afeta a Terra Indígenea Capoto Jarina, onde mora o cacique Raoni. A rodovia MT-232 atravessa trechos da Capoto Jarina e também do Parque Indígena do Xingu, que abriga 16 povos indígenas.

Mydjere Kayapó afirmou que seu povo tem um protocolo de consulta prévia. "Nós sabemos que, mesmo se dissermos não, eles estarão lá para construir. Então, queremos atuar para que não aconteça o que vimos em Belo Monte", comentou, referindo-se ao conturbado processo de licenciamento da hidrelétrica erguida no rio Xingu, no Pará. 

"Não somos contra o desenvolvimento do Brasil, mas não aceitaremos que nosso direito seja atropelado e ignorado. Eles precisam fazer novos estudos da ferrovia e, antes de tudo, nos ouvir",

defendeu a liderança.
Presidente da Associação Indígena Apiaká Iakunda'Y da comunidade Pimental, em Trairão (PA), Irleusa Robertino disse à reportagem que o povo indígena espera que as audiências sejam realizadas nas aldeias. "Não descansamos para fazer parte dessa discussão e queremos defender os direitos de nosso povo. Essas reuniões devem acontecer nos municípios diretamente afetados. Estamos solicitando isso", comentou. 

"Apresentamos os protocolos de consulta dos povos Kayapó, Munduruku e Apiaká. Queremos ser ouvidos".

Irleusa Robertino
Brent Millikan, membro da secretaria executiva da organização GT Infra e Justiça Ambiental, que acompanhou a reunião com os indígenas, diz que o saldo é positivo. "Ao menos, vemos agora um espírito democrático de abrir o tema para o debate, em vez da tentativa de atropelar e fingir que havia consulta", comentou.

Em sua avaliação, as polêmicas da Ferrogrão expõem o contexto emblemático de como é feito o planejamento de grandes obras em territórios sensíveis. "São problemas crônicos. É preciso aprimorar o tema da viabilidade econômica e socioambiental do projeto, incluindo temas como o impacto cumulativo com outros empreendimentos, como a BR-163, a hidrovia do Tapajós, até considerando a possibilidade de não fazer a ferrovia", disse.

Disputa bilionária 

Fora da arena ambiental, a Ferrogrão também divide interesses bilionários de empresas do setor ferroviário. Empresas como a VLI, braço logístico da mineradora Vale, querem que o projeto avance, para consolidar suas operações de transporte rumo ao "arco Norte" da Amazônia. Há, no entanto, fortes oponentes a essa ideia.

A Rumo, empresa do grupo Cosan que administra ferrovias nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, assumiu bilhões de reais em novos investimentos na malha que já controla e teme que a nova abertura logística impacte seus negócios. Por isso, atua nos bastidores com posição contrária ao empreendimento.

Representantes de caminhoneiros também atuam contra o projeto, por temerem que o transporte de carga que hoje fazem pela BR-163 migre para os trilhos da ferrovia e inviabilize o modal rodoviário.

No ano passado, a Ferrogrão foi incorporada ao PAC 3 e passou a ser alvo de uma "análise dedicada", conforme mencionou o chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já declarou, porém, que o projeto depende da comprovação de sua viabilidade ambiental.


*O conteúdo foi originalmente publicado pela Repórter Brasil, escrito por André Borges. 

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