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Educação Em Foco : Pesquisadora destaca que variação linguística do Norte é vista com preconceito por outras regiões
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:56:46


A variação linguística regional falada pelo povo do Norte, especificamente no Amazonas, foi construída a partir do contato linguístico com as línguas indígenas da região. Tanto a língua portuguesa sofreu e sofre influência das línguas indígenas quanto às línguas indígenas receberam e ainda recebem a interferência do português. 

A professora Hellen Cristina Picanço Simas, docente do curso de Comunicação Social/Jornalismo do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (ICSEZ/Ufam), em Parintins, divulgou um artigo no qual define como preconceituosa a forma com que algumas pessoas comentam as expressões faladas pela população da Região Norte.

Palavras como cunhantã, curumim, pitiú, tuíra, dentre outras são exemplos da contribuição de origem indígena ao léxico do português falado pelos amazonenses. A língua frente ao contato linguístico sofre mudanças, pois é viva.

"A língua que falamos, não importando a sociedade a que pertencemos, a época, e o lugar, será sempre heterogênea, diversificada, instável, sujeita a transformações. Seria estranho se nossa língua permanecesse estável", afirmou o linguista Marcos Bagno. 

A fala amazonense, portanto, guarda, nas suas estruturas fonética, fonológica, morfológica, semântica e lexical, por exemplo, marcas deste contato linguístico. Esta fala marca a identidade amazonense.

Foto: Reprodução/ICSEZ UFAM

Segundo a pesquisadora do Estudo da Linguagem, a fala do amazonense é vista por alguns brasileiros com preconceito devido a estereótipos e juízos de valor negativos associados a essa variante linguística. O preconceito linguístico ocorre quando as pessoas fazem uma classificação convencional do que é certo e errado na língua, associando a situação social do falante à variante que ele utiliza. No caso da fala amazonense, há um estereótipo de que as pessoas do Norte são selvagens, vivem no mato e não têm acesso às tecnologias, o que leva a uma associação negativa com a variante linguística.

Tal riqueza, no entanto, é vista por parte dos brasileiros com preconceito, ou seja, fazem um juízo de valor negativo sobre aquele que fala o dialeto também chamado "amazonês", como no livro do escritor e professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas, Sérgio Freire, 'Amazonês: expressões e termos usados no Amazonas', chegando a terem atitudes de deboche, risos e, até mesmo, chegam a pensar que aquele que fala aquela variante é menos inteligente de quem fala outra variante prestigiada pela sociedade.

Foto: Hellen Cristina Picanço Simas/Acervo pessoal

Isso é um equívoco, pois uma variante é um modo de usar a língua dentre vários outros, não significa que é errado ou uma forma inferior do uso da língua, simplesmente é um uso diferente. "A classificação meramente convencional do que é certo e er­rado na língua serve para classificar os indivíduos como competentes ou incapazes, e é assim que se plasma o preconceito linguístico", afirmou o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dante Lucchesi Ramacciotti.

Todas as variantes faladas no Brasil permitem a comunicação e são iguais, não existe uma superior a outra, o que leva as pessoas a considerarem uma melhor que a outra é a associação que fazem entre a situação social do falante e a variante que fala, ou seja, há um estereótipo de que as pessoas do Norte são selvagens, vivem no mato, não tem acesso às tecnologias. Logo, a fala dos amazonenses carrega consigo também está representação equivocada e estereótipos sobre seu povo. Estas atitudes negativas em relação à fala do amazonense se configuram como preconceito linguístico.

Este pensamento não se sustenta, porque cada língua representa a identidade de um povo, elas registram como cada povo vê e se relaciona com o mundo. "Os seres humanos adotam relacionamentos diferentes com seu meio em razão de sua sensibilidade, ou de seus respectivos modos de ver e perceber as coisas. Seu pensamento e linguagem os orientam em direção ao mundo em que vivem, e não de acordo com normas cognitivas a priori. E as variações linguísticas, portanto, também são um reflexo das diferenças nas coisas que os seres humanos percebem", disse o linguista, antropólogo e filósofo, Ulric Ricken.

Por isso, sugere a pesquisadora, o amazonense deve se orgulhar da forma como fala o português, porque as expressões como "olha já", "purrudo", "pávulo", dentre outras, são únicas e traduzem o jeito amazonense de se relacionar com as pessoas e com tudo que lhe cerca. 

"Não se pode traduzir com a mesma exatidão os sentimentos nestas palavras registrados para outras expressões de outro dialeto. Elas são únicas e fazem parte da identidade do povo do Amazonas. Por isso, devemos respeitar cada modo de falar o português e, principalmente, nos orgulhar do nosso jeito amazônico de ser, viver e falar".

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Ufam, disponível aqui

Coluna Meio Ambiente : U$5,6 milhões são captados para restaurar áreas alagáveis na Amazônia
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:55:48


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Instituto Mamirauá, organização social da pasta, captaram US$5,6 milhões (cerca de R$ 27 milhões) do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) para desenvolver projeto de restauração de áreas alagáveis na bacia amazônica. O projeto recebeu aprovação nesta segunda-feira (5) durante a reunião do Conselho do fundo, que é realizada nesta semana em Washington (EUA).

"Até o momento, não há protocolo cientificamente embasado para a recuperação de cobertura vegetal de florestas alagáveis. Estamos perdendo os nossos mangues e a riqueza da biodiversidade neles presentes. Vamos construir os protocolos para recuperá-los e de início restaurar 25 mil hectares",

destacou a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Marcia Barbosa.
Foto: Divulgação/MCTI

O projeto 'Restauração de Áreas Alagáveis e outros importantes Ecossistemas Amazônicos – Capacitação, inovação, desenvolvimento e transferência tecnológica para restauração ecológica e mitigação da mudança do clima' terá duração de 60 meses e pretende restaurar 25,7 mil hectares. A iniciativa deve evitar a emissão de 10 milhões de toneladas de CO2 e gerar benefícios diretos para cerca de 1,6 mil pessoas de comunidades locais tradicionais e indígenas.

As áreas alagáveis representam cerca de 11% da bacia Amazônica, que abrange cerca de 7,5 milhões de km2, incluindo a área internacional. Isso significa que cerca de 825 mil km2 são mangues, que têm ciclo de inundação diária, ou várzeas, também chamadas de planícies alagáveis, onde o ciclo de inundação é anual e pode chegar a mais de dez metros. Só na Amazônia Central, essa área chega a 300 mil km2, uma área equivalente ao território da Itália. 

"É uma área muito rica, com alta produtividade primária, que significa riqueza de recursos naturais, como plantas e algas, que são procurados por diferentes espécies animais para alimentação",

explica Emiliano Ramalho, responsável pelo projeto e diretor técnico-científico do Mamirauá. Estima-se que 50% das espécies de peixes na Amazônia ocorrem nesses sistemas alagáveis.

As áreas alagáveis são ecossistemas críticos que oferecem serviços ecossistêmicos essenciais, como filtragem e retenção de água e sedimentos, recarregam aquíferos, regulam microclima e são importantes reservas de carbono. No mundo, cerca de 90% dessas áreas foram perdidas e continuam a desaparecer.

A proposta do projeto é contribuir com conhecimento e tecnologia para suprir uma lacuna sobre restauração florestal no Brasil. "Há uma lacuna na restauração de áreas alagadas. Há algumas iniciativas, mas não um projeto com essa amplitude", avalia Ramalho.

Por isso, o primeiro passo será produzir um planejamento claro e objetivo de restauração para os ambientes amazônicos alagáveis. "O Plano Nacional [para Restauração da Vegetação Nativa - Planaveg] tem diretrizes, mas não informa o que fazer e como fazer para recuperar essas áreas, que formam uma parte da Amazônia que merece atenção especial", explica Ramalho.

Ao mesmo tempo, o projeto vai desenvolver metodologias e técnicas para suprir uma das principais deficiências que envolvem o assunto: capacidades técnicas para executar a restauração em áreas alagáveis. De acordo com o responsável, o projeto vai criar um programa de capacitação, com cursos técnicos, direcionado para comunidades locais tradicionais e indígenas, técnicos municipais, estaduais e federais que atuam na área e microempreendedores da região. "A ideia é que as pessoas sejam capacitadas com técnicas sobre como coletar sementes, armazenar, plantar e comercializar, como se relacionar outros empreendedores", exemplifica.

As ações de restauração estão diretamente relacionadas com a promoção das cadeias da bioeconomia, que fomentam o desenvolvimento sustentável aliado à conservação ambiental. 

"O projeto toca de maneira muito clara nesse ponto. Não é só restaurar, mas tornar o ambiente propício para desenvolver", 

analisa Ramalho.

Primordialmente, a restauração envolve o ponto de vista de biodiversidade e clima, mas também pode ser um fio condutor do desenvolvimento local, que gera receita.

O projeto deverá entregar modelos replicáveis para disseminar métodos para restauração ambiental. Por isso, o conjunto de ações serão implementadas em três áreas protegidas. Inicialmente estão previstos pontos no estuário da Amazônia e seus mangues, localizado na costa do Pará, entre Tracuateuá e Gurupi-Piriá; e na Amazônia Central em pontos do Rio Negro e no Médio Solimões. As áreas exatas ainda serão definidas, mas deverá contemplar ambientes de mangue, várzea e terra firme. "Vamos usar a restauração no âmbito do projeto para treinar as pessoas e a partir das experiencias da restauração nortear a estratégias e metodologias", diz.

Nesse processo, a experiência de 25 anos do Mamirauá em trabalhar com comunidades locais aliado ao conteúdo científico será um aspecto relevante. "O Mamirauá nasce com essa proposta de ter interdisciplinaridade nas ações e sempre preocupado em ter conteúdo científico, criar modelos replicáveis e ter as capacidades técnicas", relata Ramalho.

A agência implementadora do projeto será a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que está engajada na Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas.


Brasil : Curso visa formar líderes engajados no combate ao desmatamento na Amazônia
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:54:39


O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) promove o curso "G_DeZ, a Jornada de Líderes pelo Desmatamento Zero na Amazônia até 2030", que resultará na primeira formação executiva no Brasil voltada a líderes engajados na meta. O curso acontecerá entre março e outubro, nas modalidades híbrida, presencial e on-line. As inscrições vão até 22 de fevereiro.

Um dos objetivos do curso é formar a "ReDeZ", uma rede independente que conectará e alavancará sinergias entre aproximadamente mil líderes até 2030, exclusivamente dedicada ao alcance e manutenção da meta de Desmatamento Zero.

A jornada prevê a reunião de lideranças de diferentes segmentos e setores atuantes no judiciário, legislativo, executivo e setor privado. Ao longo de seus cinco módulos temáticos, o programa visa desenvolver habilidades de liderança e apoio a ações de monitoramento, avaliação, planejamento e iniciativas no sentido de alcançar a meta do Desmatamento Zero na Amazônia até 2030.

As inscrições vão até 22 de fevereiro. Foto: Divulgação/Imaflora

Para a seleção dos candidatos, a prioridade é para aqueles que trabalham na linha de frente de ações de controle de desmatamento e degradação florestal. Dentre os públicos prioritários, a formação almeja: lideranças dos poderes executivos e legislativos dos municípios na Amazônia, dos estados e do governo federal; juízes, promotores e seus respectivos assessores jurídicos e advogados que possam influenciar a legislação e a execução de leis relacionadas ao desmatamento estão dentro do perfil de participantes da formação; profissionais de empresas comprometidas com a redução do desmatamento e o desenvolvimento sustentável na Amazônia; e representações de coalizões, redes, consórcios, organizações ambientalistas e acadêmicas comprometidos com o desmatamento zero na Amazônia.

A aula inaugural será ministrada por Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Entre os palestrantes estão André Lima, advogado socioambiental, pesquisador sênior associado do Imaflora e atual secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do MMA, Ricardo Abramovay, professor sênior do Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP) e autor do livro Infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia (Ed. Elefante, 2022), e Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cientista na área dos estudos sobre o aquecimento global.

Além da excelência teórica e acadêmica dos palestrantes e da experiência prática de todos os instrutores, a jornada terá uma metodologia de aprendizagem prática e colaborativa, baseada em experiências reais e institucionais em cinco eixos temáticos: Contexto, Jurídico & Legal, Governança, Economia Verde e Monitoramento & Avaliação.

Os cem participantes se encontrarão semanalmente em um programa de 72 horas. A cada duas semanas, haverá também a possibilidade de encontros presenciais, na sede do Imaflora, em Piracicaba (SP).

Com a intenção de realizar um curso com um perfil diverso e plural de participantes, inclusive geograficamente, uma das vantagens destacadas pelos coordenadores é a possibilidade de acompanhamento síncrono e assíncrono, com aulas gravadas e disponibilizadas para os inscritos no curso até dois meses após o encerramento da edição. Um programa de bolsas de estudo cobrirá integralmente os custos de matrícula de 20 participantes e parcialmente (50%) para outros 30. O investimento total do curso por aluno é de R$ 5,3 mil.

Mais informações na página do curso. Dúvidas podem ser respondidas pelo e-mail: cacui@imaflora.org.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Fapesp 

Brasil : Rondônia faz parceria com centro de referência mundial em inovação para avançar no desenvolvimento sustentável
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:53:40

A colaboração firmada no protocolo acontecerá nas áreas temáticas de Clima e Saúde; Clima, Florestas e Serviços de Ecossistemas; e ainda Mobilidade Urbana, Cidades Inteligentes e Cadeias Logísticas Associadas.


Durante encontro realizado em Portugal, no dia 2 de fevereiro, o Governo de Rondônia realizou a assinatura do 'Protocolo de Intenção' junto ao Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), referência mundial em inovação e tecnologias sustentáveis. A colaboração firmada no protocolo acontecerá nas áreas temáticas de Clima e Saúde; Clima, Florestas e Serviços de Ecossistemas; e ainda Mobilidade Urbana, Cidades Inteligentes e Cadeias Logísticas Associadas.

Cumprindo agenda no país europeu, o governador de Rondônia, Marcos Rocha, enfatizou que o Estado tem desenvolvido ações voltadas à sustentabilidade

''Estamos comprometidos em buscar o que há de melhor em inovação e tecnologia para fortalecer a sustentabilidade em Rondônia. Acreditamos que um futuro mais próspero se faz com a integração entre o cuidado com o meio ambiente, o clima e o desenvolvimento econômico, combinados ao emprego de inovações tecnológicas'',

defendeu.
Clima, Saúde, Florestas e Serviços de Ecossistemas foram temas abordados durante encontro. Foto: Divulgação/Governo de Rondônia

O protocolo inclui tratamento de dados geoespaciais e consultoria para planos de ação voltados à adaptação climática; desenvolvimento de políticas e projetos que mitiguem as emissões de carbono na mobilidade urbana; e a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em consonância com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Relevância econômica e ambiental

Durante o cumprimento da agenda, o governador, após a assinatura do protocolo, manteve reunião com os representantes do CEiiA e da Comissão de Coordenação da Região Norte de Portugal (CCDR-N), para tratar de projeto sobre Sequestro Florestal de CO2. 

Governo mantém reunião com os representantes do CEiiA e da Comissão de Coordenação da Região Norte de Portugal. Foto: Divulgação/Governo de Rondônia

A política de Sequestro Florestal de CO2 é debatida mundialmente como solução para amenizar o aquecimento global, que acontece naturalmente, especialmente pelas florestas, a partir da fotossíntese. Mas a tecnologia também pode colaborar nesse processo. 

A remoção de poluentes atmosféricos possui relevância climática, ambiental e impacta o desenvolvimento, pois favorece as atividades econômicas, dando sustentabilidade aos negócios. 


Brasil : Mundo quebra recorde de calor pelo 8º mês seguido em Janeiro, diz observatório
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:50:58


Planeta está registrando temperaturas recordes a cada mês. (Foto: Reprodução)

Janeiro de 2024 entrou para os registros como o mês mais quente já registrado, solidificando uma tendência que vem se intensificando desde o ano passado. Os dados foram constatados pelo Copernicus, instituto europeu de monitoramento.

Os cientistas confirmam que 2023 foi o ano mais quente da história, com os meses subsequentes mantendo uma sequência de recordes de calor. Janeiro de 2024 não foi exceção, marcando um novo ápice de temperatura global. Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), enfatiza a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para conter esse aumento.

Os dados do observatório destacam que janeiro de 2024 registrou uma temperatura média do ar de superfície de 13,14°C, superando os registros anteriores. Além disso, o período de doze meses, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, registrou a temperatura média global mais alta já documentada, destacando a tendência alarmante.

Os oceanos também não escaparam do calor crescente, com a temperatura média da superfície do mar em janeiro atingindo níveis recordes. Desde então, os registros diários de temperatura marinha continuam a quebrar recordes, sublinhando a urgência da crise climática global.

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