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Brasil : Conheça o império agropecuário da família Rocha, dona da fazenda de “Terra e Paixão”
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:47:31


Vista aérea da propriedade. (Foto: Reprodução) 

Tonsk Fialho e Carolina Bataier

“Isso tudo que cês tão vendo é meu”, aponta o latifundiário Antônio La Selva, vivido por Tony Ramos da novela “Terra e Paixão”. Na cena, o vilão caminha em meio a uma plantação de soja e mostra, orgulhoso, seu império agropecuário. O cenário é a Fazenda Annalu, no município de Deodápolis (MS) — rebatizada na novela como Fazenda La Selva. Foi ali onde a equipe da Rede Globo passou o mês de fevereiro de 2023 trabalhando nas gravações.

Lelinho posa em jatinho junto ao avô, Nilton Rocha Filho, autuado por desmatamento em 2000. (Foto: Reprodução/Instagram)

Usando chapéu, casaco de couro e botas, Tony Ramos encarna um fazendeiro caricato, de fala agressiva e gestos brutos. Na vida real, os donos do imóvel têm fala mansa e pinta de empresários, mas compartilham com La Selva a fome por terras e o histórico de violações ambientais em série, que não se limitam ao imóvel onde foi gravada a novela.

Registrada em nome de Aurélio Rolim Rocha, o Lelinho, a Fazenda Annalu é a joia da coroa entre os mais de 50 mil hectares controlados pelo grupo Valor Commodities, uma das maiores empresas de plantio e comercialização de soja e milho do Mato Grosso do Sul. A soma equivale a mais da metade da área total de Deodápolis, onde fica a propriedade. O grupo possui imóveis rurais em outros cinco municípios sul-mato-grossenses: Nioaque, Porto Murtinho, Caracol, Corumbá e Douradina.

Na primeira reportagem da série, De Olho nos Ruralistas mostrou o histórico de desmatamento em Reserva Legal e degradação de Área de Preservação Permanente (APP) na Fazenda Annalu, constatado em 2019 por uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), fruto de um inquérito civil aberto no ano anterior: “Fazenda de “Terra e Paixão” tem desmatamento de reserva e despejo ilegal de agrotóxicos“.

Irregularidades similares foram constatadas em outras propriedades do grupo. A partir do cruzamento de dados dos sistemas de monitoramento por satélite Prodes Cerrado e Prodes Mata Atlântica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com as bases georreferenciadas do Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o núcleo de pesquisas do observatório identificou pelo menos 3.808,69 hectares de desmatamento em 24 de 45 fazendas identificadas. O número equivale a nove vezes o tamanho do Parque da Cidade, em Brasília (DF), o maior parque urbano do mundo.

FAZENDA DO COMPLEXO ANNALU FOI ALVO DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A violação mais antiga data de 2000, quando Nilton Rocha Filho, avô de Lelinho, o atual proprietário da Fazenda Annalu, recebeu três autuações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatar 194 hectares de uma reserva florestal no município de Dourados (MS). Dos R$ 364 mil em multas aplicados pelo órgão, o fazendeiro quitou R$ 160 mil. A principal autuação, de R$ 200 mil, foi baixada após deferimento da defesa. A infração menor, de R$ 4 mil, foi cancelada após análise jurídica.

Imagem de satélite mostra a colocação de logomarca da Annalu em galpão dentro da Fazenda Prateada, adquirida em 2022. (Imagem: Google Earth Pro)

Já falecido, Nilton foi proprietário da fazenda de “Terra e Paixão” entre 2003 e 2005, ano em que vendeu o imóvel para a distribuidora de grãos Granol. Onze anos depois, em 2016, Lelinho recomprou a propriedade junto ao primo Nilton Fernando Rocha Filho. São eles que assinam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto em 2022 pelo MPMS para recuperação dos passivos ambientais da Annalu.

Entre a assinatura do TAC e o cumprimento das obrigações, Lelinho e Nilton Fernando Rocha Filho adquiriram a Fazenda Prateada, de 633 hectares, localizada ao sul da Annalu e a anexaram ao complexo. Imagens aéreas da propriedade, datadas de 2023, capturaram a customização de galpões da fazenda anexada, onde é possível ler o nome Annalu.

A exemplo da fazenda que serviu de inspiração para a trama global, a Fazenda Prateada foi alvo de uma Ação Civil Pública movida pelo MPMS, por conta dos danos ambientais gerados pela instalação de drenos irregulares. A antiga proprietária, a Agropecuária Riber, firmou um TAC se comprometendo a realizar a recuperação ambiental das Áreas de Preservação Permanentes (APP) dos córregos Mutuca e Iretã, o que foi cumprido por Lelinho ainda em 2022.

No caso da Fazenda Annalu, foram instalados 54 drenos para abastecer o megaprojeto de piscicultura do grupo Valor Commodities. Embora a obra tenha sido realizada sem licenciamento, a criação de peixes prosseguiu durante três anos, até a emissão de uma licença de operação pelo Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), em 2021. O caso foi detalhado na segunda reportagem da série: “Donos de fazenda de “Terra e Paixão” desviaram curso de rio e criaram peixes sem licenciamento“.

Mapa mostra a progressão do desmatamento nas fazendas que compõem o Complexo Annalu. (Cartografia: Eduardo Carlini/De Olho nos Ruralistas)

DO RIO DOURADOS AO RIO APA: IMPACTOS AMBIENTAIS SE MULTIPLICAM

Em 2015, Nilton Rocha Filho recebeu nova autuação do Ibama. Desta vez, o patriarca havia deixado de cumprir determinação do órgão ambiental que exigia medidas de controle para cessar a degradação ambiental na Fazenda Vaca Mocha, localizada no município de Caracol (MS), a 360 quilômetros de distância de Deodápolis, na região da Bodoquena, uma importante zona de transição ecológica entre o Cerrado e a Mata Atlântica.

Aeródromo privado na Fazenda Vaca Mocha, em Caracol (MS). (Foto: Divulgação/SinalizarMT)

De acordo com as imagens de satélite do Inpe consultadas pelo De Olho nos Ruralistas, a área degradada dentro do imóvel soma 1.862,74 hectares — mais da metade da área total, com 3.629,40 hectares. O número responde por 48,9% das manchas de desmatamento analisadas em imóveis da família Rocha. Pelo descumprimento das medidas, Nilton pagou ao Ibama uma multa de R$ 10 mil.

Em 2018, o fazendeiro foi implicado em um inquérito civil do MPMS, que apurava o dano ambiental causado às margens do Rio Apa, por não respeitar as APPs dos córregos intermitentes. O caso se assemelha à situação constatada na Fazenda Annalu naquele mesmo ano, com a construção irregular de benfeitorias no Rio Dourados.

A Fazenda Vaca Mocha é a sede da 3R Agropecuária, empresa registrada em nome de “três Rochas”, netos do patriarca por parte de seu filho Nilton Fernando Rocha. São eles: Anna Flávia Rocha, Felipe Guilherme Rocha e Nilton Fernando Rocha Filho, este último sócio de Lelinho na Annalu. A empresa faz parte do grupo Valor Commodities, que comercializa a produção das fazendas da família.

INFRAÇÕES SE ESPALHAM ATÉ A FRONTEIRA COM O PARAGUAI

As irregularidades ambientais se multiplicam. Em Dourados (MS), um inquérito civil foi instaurado pelo MPMS para apurar o desmatamento de “todas as áreas de preservação permanente e de Reserva Legal” da Fazenda Miya. Segundo a denúncia, o proprietário do imóvel seria Nilton Rocha Filho, mas foram citados como possíveis beneficiários do desmate o ex-governador Zeca do PT e o deputado estadual Zé Teixeira (PSDB).

Zeca é um tradicional ruralista do Mato Grosso do Sul, tendo sido denunciado pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) por sua atuação contra os Guarani Kaiowá e Terena. Foi durante sua gestão, entre 1999 e 2007, que foi deflagada a investigação do caso Campina Verde, envolvendo o grupo empresarial da família Rocha.

Zé Teixeira e Zeca do PT: relação com fazenda foi descartada pelo MPMS. (Foto: Alems)

Teixeira, por sua vez, é um dos 42 políticos identificados no relatório “Os Invasores: parlamentares e seus financiadores possuem fazendas sobrepostas a terras indígenas“, deste observatório, como proprietário de terras incidentes em áreas indígenas. No curso da investigação, nenhum documento comprovou a ligação dos políticos ao dano ambiental, tampouco ao imóvel citado.

Atualmente, a empresa SS Agronegócio, de um primo dos Rocha, Cássio Basalia Dias, é quem responde pela Fazenda Miya, renomeada como Pau D’Alho. O inquérito civil em andamento investiga o desmatamento de 29,58 hectares de vegetação em áreas de regeneração e de vegetação nativa primária de Mata Atlântica.

Apesar de não constar como proprietário da Fazenda Pau D’Alho, Nilton Fernando Rocha Filho, um dos donos da Fazenda Annalu, assinou como fiador e permutante o contrato de compra da fazenda em 2019, ao lado da SS Agronegócio. Um ano depois, em 2020, a propriedade foi alvo de infração e teve área embargada pelo Ibama, por destruir 9,20 hectares de fragmentos de vegetação secundária em estágio inicial de regeneração. As infrações estão em nome da esposa de Cássio, Alessandra Motta dos Santos Basalia Dias, sócia na SS Agronegócio.

Em nome dela, constam junto ao Ibama infrações pelo desmatamento de 76 hectares no Sítio Novo Oeste, em Caarapó, município vizinho de Dourados. Em Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, Alessandra é responsável pelo desmatamento de 41,5 hectares da Fazenda Retiro da Conceição.

No mesmo município, a Fazenda Baía das Conchas, do primo Lelinho Rocha, proprietário da fazenda de “Terra e Paixão”, é alvo de uma investigação do MPMS, que apura o desmatamento de 256,62 hectares em área de Mata Atlântica. Segundo o laudo que identificou a destruição via imagens de satélite, o imóvel recebeu a Autorização Ambiental nº 1893/2021, referente a corte de árvores nativas isoladas, válida de 10 de setembro de 2021 a 10 de setembro de 2025. No entanto, parte do desmate ocorreu fora das áreas licenciadas.

VÍDEO DETALHA RELAÇÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS DO CLÃ

Apesar da longa lista de irregularidades identificadas na Fazenda Annalu, não foi pelos atos contra o ambiente que a família Rocha ficou conhecida na região de Dourados. Aurélio, que tem o mesmo nome do filho Lelinho, seu pai Nilton Rocha Filho e seu irmão Nilton Fernando Rocha foram presos em 2006 por sonegação fiscal de pelo menos R$ 79 milhões, durante a administração de Zeca do PT. Depois de doze anos de processo, somente um deles foi condenado, Aurélio.

Na época, o grupo familiar se chamava Campina Verde. Em fevereiro de 2020, no início da pandemia, a empresa passou a se chamar Valor Commodities e os acusados pelas fraudes deixaram de ser sócios para a entrada de Lelinho e de seu primo, Nilton Fernando Rocha Filho. O comando, no entanto, continuou nas mãos de Aurélio e Nilton Fernando.

Cássio Basalia Dias, dono da SS Agronegócio e primo dos Rocha, chegou a ser investigado durante o processo da Campina Verde, mas teve a punibilidade extinta por decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande.

As relações do clã são exploradas em vídeo publicado no canal do De Olho nos Ruralistas no YouTube, que relata a proximidade da família Rocha com figuras importantes da política nacional. Além das videorreportagens, o observatório produz documentários sobre questão agrária, como Elizabeth e SOS Maranhão, e mantém editorias fixas sobre História e sobre as ações da bancada ruralista no Congresso.

Confira abaixo:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/conheca-o-imperio-agropecuario-da-familia-rocha-dona-da-fazenda-de-terra-e-paixao/

Brasil : Nordeste concentra a maioria de notas máximas de redação do Enem
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:44:54


Estudantes fazendo redação. Crétido: Getty Images

Das 60 redações que receberam a pontuação máxima no Enem 2023, 25 foram elaborados por candidatos da região Nordeste. Seis dos nove estados nordestinos tiveram alunos alcançando a cobiçada nota mil, superando a região Sudeste, que totalizou 17 redações perfeitas nos quatro estados. Esse resultado a nível nacional representa uma melhoria em comparação com a edição de 2022, na qual apenas 18 participantes atingiram a pontuação máxima na redação.

As notas individuais, divulgadas na última terça-feira (16), indicaram que, no Nordeste, os estados com o maior número de notas mil foram o Rio Grande do Norte e o Piauí, ambos com seis redações perfeitas. A Bahia e o Ceará obtiveram quatro, enquanto Sergipe alcançou três, e Pernambuco, dois. Apenas Maranhão, Paraíba e Alagoas não tiveram alunos com nota máxima.

A soma dos resultados na região representa quase a metade das notas máximas de todo o país. Nesta edição, o desempenho nacional apresentou uma melhoria significativa: um aumento de 233% em relação ao ano anterior, quando apenas 18 participantes alcançaram a perfeição na redação.

Nas redes sociais, candidatos nordestinos comemoraram o desempenho da região na prova. “41% dos alunos que tiraram 1000 na redação no Nordeste, somos os maiores”, escreveu um internauta. “A região do Brasil com mais notas mil na redação do ENEM é o Nordeste. Um tapa na cara dos xenófobos e preconceituosos. Protagonismo histórico desde sempre!”, declarou outra pessoa.

De acordo com os dados do Ministério da Educação, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins não registraram notas máximas.

No Sudeste, que ocupa o segundo lugar a nível nacional, todos os estados apresentaram redações perfeitas. São Paulo e Rio de Janeiro lideram, cada um com sete notas mil. Espírito Santo e Minas Gerais estão empatados, ambos com duas.

Na última edição, os candidatos precisaram produzir uma redação dissertativa-argumentativa sobre o tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Das 60 notas mil, apenas quatro são de alunos da rede pública.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) serão abertas de 22 a 25 de janeiro, oferecendo 264 mil vagas em instituições públicas de educação superior em todo o país, com base nos resultados do Enem 2023. O exame teve um total de 3,9 milhões de inscritos, mas 1,2 milhão não compareceu, representando quase um terço dos estudantes. Dentro desse total, 60 obtiveram a nota máxima na redação.

Brasil : Investimento em energia solar vai a R$ 59,6 bilhões, alta de quase 50%
Enviado por alexandre em 18/01/2024 10:19:36

Energia solar é uma fonte alternativa, renovável e sustentável de energia proveniente da radiação eletromagnética emitida pelo sol

Os investimentos em energia solar no Brasil, em 2023, somaram R$ 59,6 bilhões, entre grandes usinas e sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

 

Em relação a 2022, os investimentos em energia solar no país registraram uma alta de 49%, segundo a entidade.

 

Em potência instalada, a fonte solar adicionou 11,9 gigawatts (GW) à matriz elétrica brasileira, dos quais 7,9 GW de geração distribuída e 4 GW de geração centralizada.

 

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No acumulado desde 2012, o Brasil conta com 37,2 GW de potência operacional da fonte solar (25,8 GW de geração distribuída e 11,4 GW de geração centralizada).

 

Ainda de acordo com a Absolar, o setor gerou mais de 352 mil “empregos verdes” no país durante o ano passado. Desde 2012, já foram movimentados R$ 181,3 bilhões em negócios, com a criação de 1,1 milhão de vagas de trabalho.

 

“Os 37 GW de potência acumulada da fonte solar no Brasil ultrapassaram a potência instalada da maior usina do mundo em 1,6 vezes, a hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 22,5 gigawatts (GW)”, afirma a Absolar, em nota.

 

Para 2024, diz a associação, os investimentos em energia solar no Brasil devem ultrapassar R$ 38,9 bilhões. Neste ano, devem ser adicionados 9,3 GW de potência instalada, chegando a 45,5 GW.

 

ENERGIA SOLAR NO BRASIL

 

A energia solar é uma fonte alternativa, renovável e sustentável de energia proveniente da radiação eletromagnética (luz e calor) emitida pelo sol. Esse tipo de energia pode ser utilizado de diferentes formas, por meio de aquecedores solares, usinas termossolares e painéis fotovoltaicos.

 

A energia gerada a partir de painéis solares se tornou, no início deste ano, a segunda maior fonte do país, ultrapassando a capacidade total de produção das usinas eólicas, segundo dados da Aneel.

 


 

A energia elétrica permanece dominante no país, com mais de 50% do parque nacional. As outras fontes de matriz elétrica são usinas a gás natural, biomassa, diesel, carvão mineral e nuclear.

 

Fonte: Metropóles

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Brasil : Produtores rurais no Acre são remunerados por conservar a floresta
Enviado por alexandre em 18/01/2024 00:32:52

O objetivo da política ambiental é a valorização de áreas que possuem ativos florestais, com foco em aumentar ainda mais a participação de atividades florestais na economia local


"Antes eram só promessas e agora fomos vistos e beneficiados", conta a produtora rural Jurgleice de Oliveira, sobre o benefício que recebeu por cuidar e conservar a propriedade rural onde mora com a família, na Comunidade Croa, no município de Cruzeiro do Sul (AC). A produtora é uma das 40 pessoas do Acre selecionadas para receber um valor por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

O benefício é um mecanismo financeiro que remunera produtores rurais, agricultores familiares, assentados, comunidades tradicionais e povos indígenas, e é definido por hectare de ativo ambiental – forma de recuperar o meio ambiente -, sendo o mínimo de um hectare de vegetação nativa, além do permitido por lei. O valor pago é de R$ 400 reais por hectare.

Propriedades estão localizadas no Croa. Foto: Diego Silva/Secom AC

A titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Julie Messias, explica que o Estado, impulsionando a regularização ambiental, tem buscado dar oportunidade aos produtores rurais. Ela afirma que é um reconhecimento e fruto do trabalho da Sema durante a realização de mutirões de regularização ambiental.

"Demos todo o suporte para que os produtores selecionados ficassem com o imóvel em dia no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e pudessem receber por conservar suas áreas. O pagamento já caiu na conta deles, começou a ser feito em dezembro do ano passado, até janeiro deste ano", informa.

Jurgleice conta também que o valor recebido vai ajudá-la a seguir em frente e, com a família, ampliar os negócios.

"A gente já vive há muitos anos preservando essa mata, falar na natureza me emociona. Trabalhamos com artesanato e produtos que vêm da floresta. Aqui a gente não desmata, temos plantação de açaí e de chacrona, usada para fazer o chá da nossa religião, o Santo Daime. Gosto de viver na natureza, nasci na mata, preservar e conservar o meio ambiente é manter a nossa floresta em pé", 

acrescenta.

Francinildo de Oliveira é presidente da Associação Adabe Croa e da Associação Vitória Régia do Croa. De acordo com ele, o benefício ajuda a potencializar o turismo de base comunitária, além de desenvolver sonhos e apoiar projetos de ribeirinhos que moram no local.

"Estamos sem palavras, esse pessoal ficou muito tempo sem receber recursos do governo federal e estadual e agora, com essa união, foi possível trazer benefícios para a nossa comunidade. Aqui somos assentados no PDS [Projeto de Desenvolvimento Sustentável], então, eles têm que usar o extrativismo, preservar a natureza, que é o que a gente mais preza. Hoje podemos dizer que o Croa está crescendo e é graças ao governo do Estado, que tem nos apoiado", atesta.

Maria Damiana Cunha é dona de um restaurante que fica no Rio Croa. Foto: Marcos Santos/Secom AC

Turismo sustentável 

Maria Damiana Cunha é dona de um restaurante que fica no Rio Croa e também foi beneficiada com o PSA. Segundo ela, os projetos já começaram e está "de vento em popa" a ampliação do deck de seu empreendimento.

"Estou fazendo a construção e reformando os banheiros. Para mim, foi muito bom receber esse recurso e poder investir na minha propriedade para atrair mais turistas. Esta é a nossa recompensa por preservar a floresta, é tudo de bom, para os turistas verem como mantemos e preservamos tudo isso aqui, essa beleza toda", comemora.

Já Maria de Souza disse que a alegria em receber o benefício foi tanta que ainda não gastou nada, mas os planos já estão em andamento e também pretende investir no turismo sustentável.

"Meu plano é fazer um ponto turístico; já trabalhei com turismo religioso do Santo Daime, pois sou da igreja. Aqui no Croa quem trouxe tudo o que tem aqui agora foi o turismo religioso, depois as pessoas foram trazendo ideias e investindo nos seus espaços", diz.

A produtora rural, que mora com os quatro filhos e a mãe, fala que, além de seu sonho, vai realizar o da matriarca da família. "O sonho dela é montar um pontinho para vender e investir no que é dela, sabe? O que ela sabe é fazer e vender lanches, fazer comida. Então, vou trabalhar junto para deixar isso para ela. Que bom que o poder público, o governo do Estado, o governo federal estão tendo um olhar muito carinhoso com a nossa comunidade. Se vale a pena preservar? Ah, se vale", afirma.

Sema tem realizado mutirões ambientais para apoiar os produtores. Foto: Arquivo Sema AC

Pioneirismo no processo de regularização ambiental 

O Acre é conhecido pelo seu pioneirismo no que diz respeito à regularização ambiental. A Sema, como detentora da política de meio ambiente, foca no apoio irrestrito aos produtores rurais com a adesão do CAR e, ainda, com o Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O suporte é válido para todos os 22 municípios do estado. O CAR é um registro eletrônico que visa à integração de informações ambientais referentes às propriedades e posses rurais. Já o PRA tem como foco sanar os passivos ambientais – áreas degradadas – de posses e propriedades rurais.

O objetivo da política ambiental é a valorização de áreas que possuem ativos florestais, com foco em aumentar ainda mais a participação de atividades florestais na economia local, por meio dos produtores rurais.

A secretária Julie Messias ressalta que a Sema tem realizado mutirões ambientais para apoiar os produtores.

"Nossos mutirões são realizados em parceria com diversos órgãos, ofertamos vários serviços e temos parcerias. No caso do PSA, a parceria é com o Floresta+ Amazônia. O Acre é um dos estados mais avançados em regularização ambiental, o que é muito positivo, pois garante a manutenção e recomposição das áreas de preservação permanente e reserva legal. O CAR e o PRA são ferramentas importantes de planejamento de propriedades rurais e de recuperação de áreas degradadas", 

explica.

No Acre, já foram realizados mais de 48 mil cadastros no CAR, incluindo os perimetrais, de assentamentos diferenciados e territórios de povos e comunidades tradicionais. Além disso, pelo Programa de Regularização Ambiental, mais de 495 termos de compromisso ambiental foram firmados e mais de 7.900 hectares de áreas de reserva legal estão em processo de recuperação.

Projeto Floresta+ Amazônia apoia quem protege e recupera a floresta. Foto: Arquivo Secom AC

Projeto Floresta+ Amazônia 

O Projeto Floresta+ Amazônia apoia quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. É implementado com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF) e é resultado da parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Tem foco na estratégia de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA).

O governo Estadual, por meio da Sema, atua em conjunto, a partir da análise, critérios e seleção dos beneficiários do projeto. O PSA remunera pessoas que se propõem a prestar serviços por meio de conservação de vegetação nativa ou da restauração de áreas e florestas degradadas. Com isso, vários benefícios são garantidos, como a melhoria da qualidade da água e a remoção de carbono, além da conservação da biodiversidade.

Assim, donos de terras que protegem os recursos naturais passam a ser remunerados por um serviço que era feito gratuitamente. A ideia é incentivar que boas práticas sejam implementadas, reduzindo o desmatamento.

Brasil : Papa diz que prazer sexual “é um presente de Deus”
Enviado por alexandre em 18/01/2024 00:04:46

O líder católico falou contra a pornografia


Papa Francisco Foto: EFE/EPA/VATICAN MEDIA

Nesta quarta-feira 917), o papa Francisco abordou a questão da luxúria e alertou sobre os perigos da pornografia, afirmando que o prazer sexual, um “presente de Deus”, pode ser comprometido por práticas que levam à satisfação sem relacionamento e potencial vício.

O pontífice, que já expressou posições semelhantes anteriormente, destacou que o cristianismo não condena o instinto sexual, mas ressaltou que essa dimensão não está isenta de riscos.

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– O prazer sexual, que é um presente de Deus, é minado pela pornografia- satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de vício – disse o líder religioso.

E continuou:

– Entre todos os prazeres humanos, a sexualidade é poderosa. Ela envolve todos os sentidos; habita tanto o corpo quanto a psique, e isso é muito bonito.

Francisco pontuou também que o sexo deve ser vivido dentro de um relacionamento, caso contrário, trará problemas.

– Mas se não for disciplinada com paciência, se não for inscrita em um relacionamento e em uma história na qual dois indivíduos a transformam em uma dança amorosa, ela se transforma em uma corrente que priva os seres humanos de liberdade.

Esta não é a primeira vez que o papa fala sobre o assunto. Em um livro publicado em setembro de 2020, Francisco escreveu que “o prazer de comer serve para manter uma boa saúde, da mesma forma que o prazer sexual serve para embelezar o amor e garantir a continuidade da espécie”.

Em abril do ano passado, em um documentário, o chefe da Igreja Católica Apostólica Romana afirmou que o sexo “é uma das coisas belas que Deus deu ao ser humano”.

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