Foto: Reprodução
A cidade de Pilar (35 km de Maceió), em Alagoas, está construindo o que será o maior monumento de Cristo do mundo, com 70 metros de altura.
Considerando só a estátua, são 60 metros —o restante é a base. O custo da obra é de R$ 12,2 milhões.
Para se ter ideia da grandeza do monumento, é quase o dobro da altura do Cristo Redentor, no Rio, que tem 38 metros (30 de estátua e 8 de pedestal). No mundo, o maior até agora é o Cristo Rei, na Polônia, com quase 50 metros no total. Portugal tem um monumento com 110 metros de altura, também chamado de Cristo Rei, mas só 28 metros correspondem à estátua. O restante é a base (veja o ranking mais abaixo).
Fora da rota de turismo por não ter praia, a cidade virou assunto em Alagoas pelas obras que a prefeitura está fazendo. Além do Cristo, está em construção um teleférico (orçado em R$ 8,9 milhões) e o maior hospital do estado. Em 2022, a prefeitura restaurou um avião doado à cidade e instalou em uma área pública, para moradores e turistas visitarem e tirarem fotos.
Aposta no turismo religioso
A base da estátua e o rosto do Cristo já estão quase prontos, no Complexo Cultural e Religioso Dilma Canuto, na região do Alto do Santo Cruzeiro. O monumento todo vai pesar quase 3 mil toneladas.
Dentro dele, um elevador levará os visitantes a uma plataforma de vidro no coração do Cristo, para terem uma visão panorâmica da cidade e da lagoa Manguaba.
A ideia é que, com o Cristo, seja criado um circuito turístico religioso na cidade.
Já temos um complexo religioso, com via-sacra, várias peças e uma santa gigante. Mas só esse complexo não resolve: é preciso muito mais coisas, como uma integração do governo do estado, para que se possa fomentar e divulgar o turismo de todas as cidades.
Renato Filho (MDB), prefeito de Pilar (AL)
No entorno do Cristo, a prefeitura promete construir um parque ambiental, uma praça de alimentação, um espaço para venda de lembrancinhas e um estacionamento para ônibus.
Existe uma concentração de fluxo e investimentos do turismo no litoral alagoano, e uma estátua desse porte pode ajudar a descentralizar as visitas, de acordo com Daniel Vasconcelos, professor e pesquisador de turismo e território da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).
“Pelo fato de estarmos em um país de maioria cristã, a estátua pode movimentar mais a área. Pode atrair a curiosidade de visitantes que estão na rota do turismo de sol e praia, para conhecer atrativos ligados à lagoa Manguaba. Mas é importante que, se o município quer desenvolver o turismo, não se prenda apenas a um atrativo, e se comprometa com investimentos e fomento a políticas públicas”, Daniel Vasconcelos, pesquisador.
Gasto bancado pela prefeitura
Segundo o prefeito, a cidade decidiu construir o Cristo apenas com recursos próprios, sem pedir dinheiro a outros entes.
Preferimos um plano próprio, para potencializar o turismo. Se fosse através de emendas, por exemplo, a burocracia seria maior.
“Temos uma tradição religiosa forte, temos a igreja de onde partiu a última pena de morte do Brasil. Esse recurso gasto com o Cristo volta com a geração de emprego e de renda”, Renato Filho, prefeito
Pilar é uma cidade de números modestos e está longe de ser rica para os padrões alagoanos. Com uma população de 35 mil pessoas, tem PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 19,1 mil segundo dados de 2021 (último ano disponível), apenas o 41° entre os 102 municípios do estado.
Só 12,5% das receitas vem da arrecadação de impostos do próprio município. Como tantas outras cidades do Nordeste, Pilar depende de repasses do estado e, especialmente, do governo federal.
Inspiração em Cristo do RS
O prefeito Renato Filho diz que a ideia da estátua surgiu quando ele assistiu a uma reportagem no programa Fantástico, da TV Globo, sobre o Cristo de 43,5 metros erguido em Encantado (RS), em 2022.
“Então lembrei do nosso artesanato feito com a espinha do bagre. Muitas pessoas enxergam Jesus de um lado e, do outro, Nossa Senhora do Pilar”, Renato Filho.
Com informações do UOL
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