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Brasil : Agricultura familiar sente efeitos da seca na produtividade em Rondônia
Enviado por alexandre em 05/01/2024 10:42:56


De acordo com dados fornecidos pelo Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), até o final de novembro 149.121 mil produtores da base familiar já haviam comunicado perdas de produção e consequentes prejuízos financeiros em Rondônia.

A Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater/RO) apresentou ao comitê de crise hídrica do Governo do Estado, um dado de consenso entre seus técnicos, relatando uma perda de produtividades de pelo menos 25% na safra do ano que vem. Isso significa queda no Valor Bruto de Produção (VPB) e prejuízos no campo.

Floração do café, parte primordial do plantio, ficou comprometida por causa do “El niño”. Foto: Divulgação/Governo de Rondônia

Ainda de acordo com a Emater/RO, a cultura do café em Rondônia, que possui quase 20 mil produtores, apresentou uma perda de 30% de sua floração e frutificação. O pico da seca em Rondônia aconteceu justamente no período da floração, fato que prejudicou o desenvolvimento dos grãos. 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no ano passado, o VPB desta cultura foi de R$ 2.440.791.102 (dois bilhões, quatrocentos e quarenta milhões, setecentos e noventa e um mil e cento e dois reais). A estimativa para a próxima safra é de que a redução do índice caia para R$ 1.708.553.771,40 (um bilhão, setecentos e oito milhões, quinhentos e cinquenta e três mil, setecentos e setenta e um reais e quarenta centavos).

A cultura da mandioca, composta por aproximadamente 20 mil produtores, também está sendo afetada. Em todo o Estado, são 23 mil hectares de área plantada em fase de colheita e preparo. Em levantamento realizado pela Emater/RO, a estimativa é de que os produtores registrem uma perda de 15% de seus faturamentos nesta cultura.

"A pecuária de leite que tem aproximadamente 25 mil agricultores familiares, também vem sinalizando problemas quanto à produção das pastagens, principal fonte de alimentos para o rebanho. Estima-se que a redução na produção será em cerca de 25%. O valor bruto da produção em 2022 foi na ordem de R$ 1.103.846.921,00 (IBGE, 2022). Para o ano de 2023 estima-se uma redução para cerca de R$ 938.269.882,85", informa trecho do relatório assinado pela Emater/RO, entregue ao comitê de crise hídrica do Governo. 

A cultura do cacau, reconhecida internacionalmente, também sofre com o estresse climático. Foto: Governo de Rondônia

Outra cultura que também apresenta grandes índices de prejuízos econômicos e de produtividade é o cacau. No relatório apresentado pela Emater/RO, os dados mostram pelo menos 10 mil produtores de rondonienses cultivam a fruta e a previsão de queda na produção é de 15%. O cacau de Rondônia se tornou referência internacional para a produção de chocolates finos, uma mostra da severidade causada pela seca.

Técnicos e representantes ainda não conseguem classificar com exatidão as perdas de produtividades e prejuízos financeiros das safras. Contudo, são unânimes ao afirmarem que as perdas são uma realidade imutável para este período, o que resta é identificar o tamanho do prejuízo de cada cultura. 

Brasil : Brasil pode tornar-se líder em bioeconomia e movimentar R$ 1,3 trilhão até 2030
Enviado por alexandre em 05/01/2024 00:33:04

Destaque à agricultura sustentável, exploração sustentável do vasto campo da produção de hidrogênio verde e biocombustíveis, bem como à produção sustentável de energias renováveis.


Dados do Ministério da Agricultura demonstram que o mercado verde brasileiro pode movimentar cerca de R$ 1,3 trilhão em investimentos e novas receitas, o equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), até 2030. Destes, cerca de 70% dos recursos devem ser alocados no desenvolvimento de um mercado de carbono e agricultura sustentável para que o Brasil se torne uma superpotência no segmento. A expectativa de geração de receitas com créditos de carbono até 2030 estimativamente poderá alcançar R$ 590 bilhões. O país, todavia, tem de sobra outras fontes factíveis ajustadas à cultura, à economia e à geopolítica do país. Destaque à agricultura sustentável, exploração sustentável do vasto campo da produção de hidrogênio verde e biocombustíveis, bem como à produção sustentável de energias renováveis. Segmentos capazes de projetar o país como potência verde já nos próximos anos, todos com forte potencial de impacto no curto/médio prazo na economia nacional.

Relevante salientar que o Brasil tem implantado, segundo o IBGE, 282,5 milhões de hectares, em torno de 33,7% do território, dedicados à agropecuária, sendo que 66,3% ou 631.758.477 hectares estão cobertos por vegetação nativa. Cerca de 160 milhões de hectares são de pastagens que sustentam um rebanho bovino de mais de 200 milhões de cabeças. Capital natural que projeta o país a ocupar lugar estratégico no processo de transição energética no tocante à descarbonização da economia global e à produção verde de alimentos. Segundo a FAO, os cinco países que mais produzem alimentos no mundo são China, com US$ 1,14 trilhão; Índia – com US$ 906 bilhões; Estados Unidos – com US$ 829 bilhões; Brasil, com US$ 573 bilhões e Rússia – com US$ 500 bilhões. No tocante às exportações o Brasil ocupa a quinta posição, atrás da Comunidade Econômica Europeia, Estados Unidos, China e Canadá. 

Foto:Ronaldo Rosa/Embrapa

Dados do IBGE revelam que a participação brasileira no comércio internacional de produtos agropecuários saltou de 2,8% do total em 2000 para 6,4% em 2020. O estudo destaca que o país precisa continuar investindo forte em processos de intensificação sustentável de sorte a consolidar a produção de duas safras por ano numa mesma área e para o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação à Mudança do Clima para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), e ao emprego de tecnologias mais sustentáveis, tais como: recuperação de pastagens degradadas; integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF); sistemas agroflorestais, sistema de plantio direto (SPD), fixação biológica de nitrogênio (FBN); florestas plantadas e tratamento de dejetos animais.

O Amazonas pode sem problema fazer parte desse boom. Apenas em relação ao polo petróleo e gás, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), a produção líquida do energético no Estado pode chegar a 12 milhões de m³/dia até 2030 – crescimento à razão de 34% em relação ao nível de 8 milhões de m³ registrado em 2021. O potencial advém da entrada de novas jazidas já conhecidas e dos blocos SOL-168 e SOL-191, na Bacia de Solimões, recentemente desenvolvidos. De outro lado, segundo "Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil", até o momento pode-se afirmar a existência de depósitos em Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, com reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas, volume que pode tornar o Brasil autossuficiente na produção do estratégico minério, cuja demanda hoje é suprida graças a importações da Rússia e Ucrânia.

O maior desafio, contudo, consiste em superar gigantescos óbices impostos pelo próprio governo Federal, particularmente orientados pelo MMA e seus tentáculos Ibama e ICMBio. O atual governo abertamente prefere "apenas zerar" o desmatamento via uso de força (com suporte da mídia internacional) do que promover o desenvolvimento regional por meio do incentivo à exploração sustentável dos recursos de nossa biodiversidade.

FELIZ 2024! QUE SE REALIZEM NOSSOS SONHOS DE TORNARMOS O BRASIL UM PAÍS SOCIAL, JURÍDICA E POLITICAMENTE JUSTO, AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL E ECONOMICAMENTE VIÁVEL. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

 

Brasil : Análise aponta que é preciso 38 bilhões de reais para gerar energia solar para quem vive na Amazônia
Enviado por alexandre em 04/01/2024 09:50:35

Dados fazem parte de estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).


O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) lançou a nota técnica 'Análise dos recursos disponíveis e necessários para universalizar o acesso à energia elétrica na Amazônia Legal'. De acordo com a análise, estima-se um investimento entre 7,2 e 38 bilhões de reais para atender ao objetivo proposto no Programa Luz para Todos (LpT), de levar energia elétrica para quase um milhão de pessoas que ainda vivem no escuro na região. 

São cerca de 226 mil unidades consumidoras – como residências, escolas e centros comunitários – que devem receber energia elétrica na Amazônia Legal até 2028, por meio do uso exclusivo de fontes renováveis.

"A decisão do Estado de priorizar o fornecimento exclusivo por meio de fontes renováveis reflete uma abordagem coerente na busca pelo acesso sustentável à energia elétrica. Vale ressaltar que essas áreas frequentemente são de difícil acesso e apresentam ecossistemas sensíveis", conta André Luis Ferreira, diretor-executivo do IEMA. 

O custo médio estimado dos sistemas por unidade consumidora é de R$ 47 mil para Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente (SIGFI) 45 kWh/mês e R$ 142 mil para SIGFI 180 kWh/mês – quilowatt-hora, medida da energia elétrica consumida durante determinado período. 

O Instituto Mamirauá também instalou painéis sobre o rio para que uma bomba envie água às casas. Foto: Otavio Almeida/Greenpeace

Um consumo de 45 kWh/mês garantiria apenas o atendimento às necessidades básicas como iluminação, refrigeração e comunicação. Em contraste, um consumo de 180 kWh/mês possibilitaria o desenvolvimento de atividades produtivas em nível familiar, incluindo o uso de freezer e de despolpadeira.

Esses custos estimados consideram a compra de equipamentos e os serviços de manutenção, de operação e de descomissionamento dos sistemas de geração e de armazenamento de energia ao longo da vida útil de cada tipo de equipamento. 

"O fornecimento mínimo de energia é quase quatro vezes menor do que o consumo médio residencial na Região Norte. E a tendência em fornecer o mínimo de energia mostra que o programa tem resolução apenas para as necessidades básicas das famílias", diz Fabio Galdino, um dos pesquisadores da análise.

Leia também: Energia solar transforma cotidiano de comunidades isoladas da Amazônia

No total, é preciso entre 3,7 e 15,7 milhões de equipamentos de geração solar fotovoltaica e de baterias. Essa quantia depende do tipo de bateria instalada e da capacidade de geração de energia. Os módulos fotovoltaicos são os equipamentos mais requeridos, de 2,2 a 8,4 milhões de unidades. Já as baterias de chumbo-ácido são o segundo equipamento mais demandado para o SIGFI 180 e o mais demandado em SIGFI 45. 

É importante ressaltar que o sistema fotovoltaico necessita de um número maior de baterias chumbo-ácido em comparação com as de íon-lítio para armazenar a mesma quantidade de energia. Mesmo com essa disparidade, o custo unitário das baterias de chumbo-ácido reduz o valor total das instalações. Optar por baterias de íon-lítio, mais eficientes, resultaria em um aumento substancial no custo total de aproximadamente R$ 13 bilhões, representando um acréscimo de 17% no custo de armazenamento.

Os recursos financeiros analisados para o custeio do Programa LpT estão previstos na Conta de Desenvolvimento Energética (CDE), mecanismo de subvenção do Estado para essa política pública, que contribui com 90% do valor. Os 10% restantes são provenientes da contrapartida das distribuidoras.

Desde 2020, mais de R$ 600 milhões foram repassados para as distribuidoras de energia elétrica para arcar com a instalação de 14.191 sistemas fotovoltaicos com armazenamento por baterias, a um custo médio de R$ 45 mil por unidade. Considerando este custo médio, o valor necessário para atender a todas as unidades consumidoras com o menor sistema, SIGFI 45 kWh/mês, seria em torno de R$ 9,3 bilhões – valor próximo aos R$ 9,4 bilhões destinados pelo novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) à universalização do acesso e uso de energia elétrica em regiões remotas da Amazônia Legal.

"O recurso para financiar essa política pública varia ano a ano, dependendo da prioridade do momento. Expandir essa quantia, como planejado para o ano de 2024, é fundamental para acelerar o acesso de quem ainda está no escuro, mas ampliar esses recursos é um desafio, visto que o orçamento da CDE é limitado e seu aumento reflete diretamente no bolso de quem paga a conta de energia",

explica Vinícius Oliveira da Silva, um dos autores do estudo.

"Nesse contexto, é crucial estabelecer prioridades e alocar os recursos disponíveis da CDE de maneira estratégica. Isso implica reconsiderar os subsídios para fontes fósseis, como carvão mineral e diesel que são poluentes e ineficientes, ou até mesmo os recursos para o desenvolvimento das fontes alternativas. A universalização tem caráter de incentivo a essas fontes e vai além ao fortalecer as cadeias de produção e de serviços dessas fontes na Região Norte do país, conferindo um caráter social e de desenvolvimento regional ainda maior à CDE", completa.


Brasil : Casos de dengue estão em alta no Brasil. O que esperar das vacinas?
Enviado por alexandre em 04/01/2024 00:34:48

Artigo escrito por professor da USP pontua as dificuldades do combate à dengue e o que a população deve esperar da vacina incorporada ao SUS

Os meses mais quentes e chuvosos do ano são aqueles em que as cidades brasileiras, de qualquer porte, enfrentam o aumento da infestação do mosquito Aedes Aegypti. A fêmea contaminada é o principal vetor dessa doença infectocontagiosa que já faz parte da nossa rotina. Especialmente no verão, quando ela é capaz de se manifestar tanto de forma simples e branda quanto na sua condição mais grave, algumas vezes até mortal.

 

Até novembro de 2023, evidenciou-se um aumento de 15,8% nos casos de dengue no Brasil, totalizando 1.601.848 episódios registrados. Em 2022, o mesmo período registrou 1.382.665 casos.

 

Em relação aos óbitos, houve um aumento de 5,4% em 2023 (1.053) em comparação com 2022 (999). Porém, nota-se uma redução de 13% na taxa de letalidade dos casos, diminuindo de 0,072% em 2022 para 0,065% em 2023.

 

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Aedes aegypti, também conhecido como mosquito da dengue - Metrópoles

 

Importante registrar que os possíveis efeitos do fenômeno climático El Niño contribuiram para o aumento de casos de dengue nesta temporada. Já o aparecimento dos sorotipos 3 e 4, que começam a circular, não impacta o número atual de casos, mas será problema para o próximo ano.

 

Como a imunidade aos sorotipos 1 e 2 já é bastante disseminada no país, existe a possibilidade de que venham a ocorrer casos mais graves em pessoas que têm dengue e são reinfectadas por um sorotipo 3 ou 4, se isso ocorrer no período de seis meses a três anos após a primeira contaminação.

 

Isso acontece porque a imunidade provocada pelos sorotipos prevalentes no país ainda estará ativa se a pessoa for infectada por um novo sorotipo do vírus entre seis meses e três anos após ter a doença, o que eleva o risco de reações mais intensas do organismo. Um aumento que poderá ser ainda mais notado em crianças e idosos com comorbidades.

 

Assim como espera a subida dos casos de dengue nos meses de verão, o brasileiro também aguarda sempre por soluções que diminuam a ameaça anual. Uma certa simplificação que não condiz com o risco real em larga escala provocado pela doença, cujos sintomas podem variar de febre e dor de cabeça à hemorragia, colapso circulatório e até a morte.

 

No meio científico muito se tem falado da esperança depositada nas vacinas recentemente desenvolvidas contra a dengue, dentro e fora do Brasil.

 

Hoje, temos aqui a Butantan-DV – desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica americana Merck Sharp & Dohme (MSD) – e a Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda.

 

A Qdenga já é administrada no Brasil em clínicas privadas, por valores que variam entre R$ 300 e R$ 500. Sua incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi anunciada no dia 21 de dezembro deste ano. A vacinação gratuita com a Qdenga deve começar em fevereiro de 2024. Até lá, o Ministério da Saúde fará a definição do público-alvo que receberá o imunizante primeiro.

 

A vacina desenvolvida pelo Butantan só deverá estar disponível em meados de 2025. Em testes clínicos de fase 3, o imunizante mostrou uma eficácia de 79,6% para evitar a doença.

 

Os dados são de um acompanhamento de dois anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. Porém, como não houve circulação dos sorotipos 3 e 4 no período do estudo clínico, não se conhece a sua eficácia contra ambos.

 

A principal diferença entre a Qdenga e a vacina do Butantan é que o imunizante japonês precisa ser administrado em duas doses com intervalo de três meses. Aparentemente, nas duas doses, a Qdenga oferece proteção igual à que o Butantan está desenvolvendo.

 

Aedes aegypti, também conhecido como mosquito da dengue - Metrópoles

 

 AS DIFICULDADES DA VACINA


Algumas ponderações precisam ser feitas sobre as estratégias de uso de uma vacina contra a dengue. Primeiramente, é muito difícil usar um imunizante em mais de uma dose para a população adulta. Vimos essa realidade com a vacinação contra a Covid-19. Além disso, o impacto dessas vacinas nas pessoas de diferentes faixas etárias que já tiveram dengue é uma questão que ainda precisa ser mais bem compreendida e abordada.


Naqueles que já foram infectados por ao menos um dos quatro subtipos do vírus da dengue, a vacina estimula mais a imunidade. Da mesma forma, protege menos quem nunca teve dengue. Esse fato confere ênfase ainda maior ao modo como esse imunizante será administrado à população.

 

Face à situação tão diversa que enfrentamos no país em termos de imunidade à dengue, se a vacina protege mais quando a pessoa teve dengue, a sua melhor indicação seria em locais com endemicidade muito grande, ou seja, onde as pessoas tiveram mais dengue.

 

Considerando tudo isso, se o país fosse investir em uma vacina contra a dengue, deveria começar usando uma vacina de dose única na região Nordeste e no Rio de Janeiro, locais onde a tendência é que ocorram novamente muitos casos.


Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a inclusão, na bula da primeira vacina lançada contra a dengue no Brasil – a Dengvaxia, produzida pela Sanofi-Pasteur e registrada aqui em 2015 – a contraindicação para pessoas que nunca tiveram a doença.

 

A decisão foi baseada em dados sobre o uso da vacina colhidos ao longo de cinco anos pelo próprio fabricante. Aplicada em cerca de 30 municípios do Paraná, a Dengvaxia deu problemas para uma população de crianças mais jovens e acabou sendo abandonada.

 

Na prática, algumas crianças apresentaram um quadro grave da doença após tomarem a vacina e serem posteriormente infectadas pela primeira vez.

 

A rigor, a conduta mais adequada seria testar a população por amostragem para conhecer a soroprevalência para a dengue. Claro que um estudo por amostragem não é tão esclarecedor como o acompanhamento de uma população inteira vacinada, mas considerando os dados de estudos que mostram que uma segunda infecção num período de 6 meses a 3 anos pode facilitar os casos de dengue grave, a lógica é que as vacinas de dengue deveriam ser utilizadas por pessoas que já tiveram dengue e têm algum tipo de imunidade à doença.

 

Nesses casos, a proteção é melhor e não tem evolução para gravidade. Além disso, se a vacina usada for em duas doses, ela deveria ser administrada rapidamente para evitar esse efeito.

 

Pessoalmente, eu tenho insistido que uma das formas mais eficazes de proteção contra a dengue é prevenir a picada do mosquito. Ao contrário da maior parte das doenças que nós conhecemos, como febre amarela, malária e outras transmitida por vetores rurais, a dengue é uma doença urbana. O Aedes aegypti vem às nossas casas, onde estão 80% dos focos.

 

Nos últimos anos, os órgãos de saúde pública não estão conseguindo que as pessoas tomem as medidas necessárias nas suas moradias para impedir a formação dos criadouros de mosquito – os pequenos reservatórios de águas paradas onde as larvas se multiplicam e ganham asas.

 

Também é uma realidade que, apesar do pouco sucesso obtido para mudar hábitos de populações inteiras, as campanhas educativas precisam continuar mostrando o que deve ser feito em casa, que não se deve deixar água parada em reservatórios, que é preciso ver se há uma calha entupida, se a tampa da caixa de água está no lugar certo, se não restou uma garrafa PET no quintal com água.

 

Entre outros motivos, esses alertas devem ser repetidos sempre simplesmente porque as pessoas esquecem.

 

Além da colaboração do cidadão, o serviço público precisa cumprir a parte dele na luta contra o mosquito, fazendo a limpeza de baldios, prédios públicos e praças. Mas isso não também é uma medida que vá vencer isoladamente o mosquito da dengue.

 

Países desenvolvidos da Ásia, como Coreia, Japão e Singapura, que igualmente não conseguem eliminar o Aedes, têm indicado que o caminho é investir cada vez mais na capacitação do corpo de profissionais da saúde pública para tratar os pacientes de dengue.

 

Aqui no Brasil, especificamente no estado de São Paulo, alguns dos problemas que enfrentamos são a falta de registros atualizados dos casos e a alta rotatividade dos profissionais de saúde, que constantemente partem para atuar em outras regiões, perdendo-se o legado de suas experiências para os médicos e enfermeiros que os substituem.

 

Cito como exemplo o caso de um paciente que recentemente faleceu depois de comparecer quatro vezes ao serviço de saúde, com claros sintoma, sem que o diagnóstico de dengue fosse adicionado aos seus registros hospitalares e sem que os médicos que o atenderam vissem nos mesmos registros que o doente já tivera a doença, o que aumentava os riscos de agravamento do quadro.

 

Nossa preocupação é, sempre, manter os profissionais da saúde capacitados e atualizados em relação aos protocolos de diagnóstico e tratamento da dengue.

 

É fundamental saber, por exemplo, que muitas vezes simplesmente hidratar o paciente pode evitar que a dengue se agrave.

 


 

Aedes aegypti, também conhecido como mosquito da dengue - Metrópoles

Foto: Reprodução

Fonte: Metrópoles

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Brasil : Brasil vai exigir visto de turistas dos EUA, Austrália e Canadá
Enviado por alexandre em 04/01/2024 00:20:07

Regra começa a valer no próximo dia 10 de janeiro


Aeroporto Internacional Tom Jobim – Galeão, no Rio de Janeiro Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A exigência de visto para turistas do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos (EUA) entrarem no Brasil começa a valer a partir do dia 10 de janeiro. O prazo inicial para a cobrança do documento era 1º de outubro de 2023, mas foi prorrogado.

Em nota, o Ministério do Turismo destacou que a medida leva em conta a data de chegada em solo brasileiro – com isso, turistas dos três países que chegarem ao Brasil até o dia 9 de janeiro estão isentos de apresentar o visto.

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A exigência, válida anteriormente para turistas japoneses, australianos, canadenses e norte-americanos, foi prorrogada após um acordo Brasil-Japão, que estabeleceu a isenção recíproca de visto para estadas de curta duração (até 90 dias).

De acordo com o ministério, também foi necessário fazer ajustes no processo licitatório para a contratação da empresa que vai oferecer o serviço de vistos eletrônicos para os três países.

– O novo decreto será publicado tão logo sua tramitação seja finalizada. É importante ressaltar que o governo brasileiro renova o interesse de negociar, com as três nações, acordos de isenção de vistos baseados nos princípios da reciprocidade e da igualdade entre os Estados – concluiu a pasta.

*Agência Brasil

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