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Mais Notícias : Nenhum ronco é inofensivo, avisa especialista. Entenda riscos à saúde
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:57:08

O sintoma não deve ser desprezado pois pode acarretar em problemas piores. Mudanças de hábitos, muitas vezes, conseguem resolvê-lo

O ronco não prejudica só os parceiros do dorminhoco. Roncar é um alerta de que algo não está bem na saúde e, mesmo em níveis sutis, não deve ser um sintoma desconsiderado.


O especialista em sono Colin Sullivan deu uma entrevista ao site australiano Salon sobre os riscos de roncar. Sullivan é um dos inventores da máquina de CPAP, uma máscara que facilita a respiração pelo nariz, diminuindo os riscos causados pela apneia.


A apneia é o nível mais grave de ronco, quando o indivíduo passa por frequentes interrupções da respiração por mais de 10 segundos. O problema costuma aparecer dez anos depois do início dos roncos. “Qualquer pessoa que ronca, mais ou menos, irá sofrer de apneia”, explica Sullivan.

 

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O especialista acrescenta que pessoas com apneia correm maior risco de apresentarem hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, Alzheimer, acidentes vasculares cerebrais, além de problemas de saúde mental.

 

O QUE É O RONCO?

 

O ronco ocorre quando há bloqueios das vias respiratórias durante o sono. Em um nível profundo de sono, os músculos do céu da boca, da língua e da garganta relaxam. Em pessoas que roncam, esses músculos relaxam demais, impedindo a respiração correta e levando à obstrução das vias.

 

Em alguns casos, a própria estrutura do corpo ou a posição em que se dorme favorecem a obstrução das vias respiratórias. “Muitas vezes pacientes têm hipertrofia de amígdalas ou de adenoides, que podem levar a problemas como o ronco, por isso é sempre importante se consultar para investigar possíveis causas”, explica o otorrinolaringologista André Freire Kobayashi, da Clínica Dolci, em São Paulo.

 

TRATAMENTOS

 

Quando a origem do ronco é um problema nas vias respiratórias, as cirurgias corretivas podem resolver. Na maioria dos quadros, porém, apenas a adoção de hábitos saudáveis melhora a apneia, pois ela costuma estar associada ao sobrepeso e ao excesso de gordura abdominal.

 


 

Em quadros moderados ou acentuados de apneia, o tratamento pode passar pelo uso de máquinas de CPAP (gerador de pressão positiva contínua na via aérea, em inglês), que facilitam a respiração pelo nariz. 

 

Fonte: Metrópoles

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Regionais : 6 pratos icônicos para se apaixonar pela culinária do Amazonas
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:53:08

A gastronomia amazonense usa ingredientes das florestas e dos rios como protagonistas e cria receitas ímpares, sendo um prato cheio para aqueles que amam viajar para explorar novos sabores.

Foto: Tadeu Rocha/Amazonastur

O turismo gastronômico encontra no Amazonas uma culinária ancestral e sabores marcantes. A gastronomia amazonense alcançou 95% de aprovação entre os turistas, conforme os dados da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), em 2023.

A gastronomia amazonense usa ingredientes das florestas e dos rios como protagonistas e cria receitas ímpares, sendo um prato cheio para aqueles que amam viajar para explorar novos sabores.

Com auxílio de especialistas, a Amazonastur fez uma lista com os pratos que você não pode deixar de experimentar quando visitar o Estado. A chef de cozinha e proprietária do Zefinha Bistrô, Selma Reis, elegeu os pratos mais icônicos e explicou porque o sabor do Norte surpreende o paladar dos visitantes.

"A nossa comida é a nossa cara, ela é a cara da nossa geografia, ela é a cara da nossa história, ela é a cara do nosso povo. Então, eu acho a gastronomia do Amazonas extremamente original",

disse.
Foto: Janailton Falcão/Amazonastur

Ao escolher os pratos prediletos, não faltaram opções. Selma destacou, no entanto, que os peixes da maior bacia hidrográfica do planeta, que está localizada no Amazonas, são as estrelas dos pratos, em conjunto com a farinha de mandioca – herança ancestral dos povos indígenas.

"Os ingredientes chave da culinária do Amazonas são o peixe e a farinha. Tem o cheiro-verde, que é o trio coentro, cebolinha e chicória. Tem a pimenta de cheiro nossa que é fantástica, dá um perfume maravilhoso na comida", afirmou.

Selma validou o resultado da pesquisa realizada pela Amazonastur, que indicou a aprovação da gastronomia amazonense para 95% dos turistas ouvidos, entre janeiro e junho de 2023: "Eles adoram experimentar sabores. Então, a nossa culinária é muito delicada e eu acho que o turista aprecia muito a nossa comida. É o feedback que eu tenho de todos os que eu atendo, forneço e recebo no meu restaurante".

Pratos icônicos do Amazonas

Matrinxã assada na folha de bananeira

O prato preserva o sabor e a suculência de um dos peixes mais saborosos dos rios amazônicos. A receita representa o Amazonas e traduz a simplicidade culinária aliada aos ingredientes frescos encontrados na região.

Pirarucu de Casaca

Um dos pratos mais tradicionais do Amazonas recebe influências portuguesas, incorpora o pirarucu a uma deliciosa mistura de temperos doces e salgados. A explosão de sabores conta com ingredientes como banana e farinha do Uarini.

Tacacá

Com sabor forte que une o famoso caldo de tucupi com folhas de jambu, camarão e goma de mandioca, o tacacá é destaque na gastronomia do Norte. A iguaria é ainda ótima para dar ânimo para a viagem, pois o caldo revigora, cortando o efeito do cansaço.

Tambaqui

O tambaqui faz parte do cotidiano dos amazonenses e pode ser consumido frito, assado na brasa ou na tradicional caldeirada de tambaqui. O peixe de água doce assado é a marca registrada nos almoços de domingo.

Doce de cupuaçu

A mais popular das frutas entre os amazonenses, o cupuaçu é um dos ingredientes mais versáteis da cozinha local. Com um sabor ácido e marcante, pode ser consumido em forma de suco, geleias, sorvete, cremes, recheio de bombons e em diversas outras receitas.

X-Caboquinho

A dica imperdível para quem visita o destino Amazonas é saborear o café da manhã amazonense, que vai muito além da tradicional tapioca e conta com sanduíches que levam ingredientes típicos da floresta. Entre os sanduíches, o preferido da população local é o famoso X-Caboquinho, servido tradicionalmente no pão francês com lascas de tucumã, banana da terra frita e queijo coalho. Esse é o patrimônio cultural da culinária amazonense!

Como conhecer?

As agências cadastradas para realizarem visitas ao Amazonas podem ser consultadas no site https://cadastur.turismo.gov.br/ ou podem ser buscadas no chatbot Amazonas to Go, disponível 24h, todos os dias, ou ainda em cartazes espalhados nos principais atrativos turísticos do Amazonas.

Entre as 10 melhores frutas do mundo: conheça os benefícios do açaí para a saúde

Se você já esteve na Amazônia Brasileira é provável que já tenha experimentado uma das principais iguarias, motivo de orgulho - e inclusive competição nos Estados do Amazonas e Pará - o açaí.

Para quem duvidou do sabor desse fruto tão peculiar e único na culinária amazônica, a fruta foi eleita a sétima melhor do mundo no ranking elaborado pela TasteAtlas, uma enciclopédia gastronômica internacional, que cataloga comidas e restaurantes ao redor do mundo. As avaliações são feitas pelos usuários do site.

Nativo da região, sua fama conquista cada vez mais outras regiões do Brasil - e do mundo. Confira no Portal Amazônia quatro benefícios dessa iguaria para a saúde.

Foto: Reprodução/Taste Atlas

1. Prevenir o envelhecimento precoce

Devido às suas propriedades antioxidantes e vitamina E, que são capazes de proteger as células do corpo do dano causado pelos radicais livres, evitando o envelhecimento precoce. Além disso, ajuda a manter a saúde do cabelo e da pele, prevenindo a formação de rugas; 

2. Fortalecer o sistema imune

Por ser rico em vitamina C, vitamina E, ômega-9 e anticitocinas, o açaí consegue melhorar o sistema imunológico, aumentando as células de defesa do corpo e melhorando o processo de cicatrização. 

3. Melhorar a saúde do coração

Por causa do efeito antioxidante e anti-inflamatório, e por ser rico em gorduras monoinsaturadas como o ômega-9, o açaí ajuda a equilibrar os níveis de colesterol circulantes, prevenindo a aterosclerose, por exemplo, além de evitar a formação de coágulos e promover o relaxamento dos vasos, melhorando a circulação e a pressão arterial.

4. Melhorar o funcionamento do intestino

 Por ser um fruto rico em fibras. O consumo do açaí promove um aumento do volume das fezes e estimula o intestino, sendo excelente para pessoas que sofrem de constipação, conhecida como prisão de ventre.

Ranking

Confira a lista do Top 10 pela TasteAtlas:

  1. Mangostão;
  2. Jabuticaba;
  3. Deglet Nour (Tâmara);
  4. Rodakina Naoussas (Pêssego);
  5. Truskawka kaszubska (Morango);
  6. Wiśnia nadwiślanka (Cereja);
  7. Açaí;
  8. Lúcuma;
  9. Limão de Sorrento;
  10. Manduri Chiou.
Foto: Agência Pará/Divulgação

Meio Ambiente : Área sob alertas de desmatamento na Amazônia cai 50% em 2023, informa MMA
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:50:35


Helicóptero do Ibama sobrevoa a TI Yanomami, em Roraima. Foto: Divulgação/MMA

A área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 49,9% em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados no dia 12 de janeiro. O número é resultado da retomada da política ambiental e climática e das ações de fiscalização após quatro anos de retrocesso, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente Mudança do Clima (MMA).

A redução anual é a maior da série histórica do Deter, que desde 2015 emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada por Ibama e ICMBio. A área sob alertas no bioma havia aumentado 25% em 2022 na comparação com 2021.

Imagem: Reprodução/MMA
A queda do desmatamento em 2023 evitou o lançamento na atmosfera de aproximadamente 250 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e). Isso corresponde a cerca de 14% das emissões do Brasil, tendo como base o ano de 2020, último dado oficial disponível.

De janeiro a dezembro de 2023, o Ibama aumentou os autos de infração por crimes contra a flora em 106% na comparação com a média de 2019 a 2022. A destruição de bens e os embargos cresceram 161% e 64%, respectivamente, no mesmo período. Já as apreensões aumentaram 79%.
Imagem: Reprodução/MMA

Um dos primeiros atos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua posse foi a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que havia sido abandonado pelo governo anterior e revogado em 2019. Elaborada em tempo recorde, a quinta versão do plano foi lançada em 5 de junho.

Ações em curso incluem a alteração de regras do Conselho Monetário Nacional como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas (TIs), Unidades de Conservação (UCs) e florestas públicas não destinadas. Também foi implementada a nota fiscal do ouro como ativo financeiro para combater o garimpo ilegal, entre outras iniciativas.

Em 2023, o governo federal retomou ainda a criação de UCs e TIs após paralisação de quatro anos. As novas áreas protegidas somam ao menos 1 milhão de hectares, em sua maior parte na Amazônia.

Em resposta ao compromisso ambiental do governo brasileiro, o Fundo Amazônia foi retomado em janeiro após quatro anos de paralisação com cerca de R$ 4 bilhões em caixa. Em 2023, os anúncios de novas doações chegaram a R4 3,9 bilhões. Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Dinamarca, União Europeia e Suíça comprometeram-se com novos aportes.

Cerrado 

Já no Cerrado houve aumento de 43,7% da área sob alertas em 2023, concentrados principalmente nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, região conhecida como Matopiba.

Leia também: Com dados dos últimos 40 anos, pesquisadores observam aumento de temperatura e secas mais severas no Matopiba

Os autos de infração aplicados pelo Ibama por crimes contra a flora no bioma aumentaram 45% na comparação com a média para o mesmo período dos quatro anos anteriores. Os embargos subiram 43%, as apreensões, 25%, e a destruição de equipamentos, 124%.

O governo federal lançou em novembro o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), construído com participação de 13 ministérios e 22 órgãos convidados. A previsão é que planos para os outros biomas — Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal — fiquem prontos no primeiro semestre.

Uma das ações já implementadas do PPCerrado é a revisão pelo Conselho Monetário Nacional da norma de crédito rural, com restrição de acesso a crédito para quem praticar desmatamento ilegal. Antes restrita à Amazônia, a medida foi expandida para os demais biomas e abrange embargos estaduais, além dos federais.

Diferentemente da Amazônia, onde o Código Florestal protege 80% da área com cobertura vegetal nativa em propriedades privadas, no Cerrado a lei determina a preservação de apenas 20%. No Cerrado dentro da Amazônia Legal, o percentual é de 35%. Estima-se que cerca da metade do desmatamento no Cerrado seja autorizado pelos Estados.

Como grande parte das autorizações dos Estados não está plenamente integrada ao sistema federal, torna-se inviável a segregação automática e em escala do que é legal e ilegal, por meio do cruzamento com as informações sobre o desmatamento. Isso prejudica a atividade de fiscalização suplementar do desmatamento ilegal, que é realizada pelo Ibama.

O governo federal busca reforçar as condições e o monitoramento das autorizações de supressão de vegetação concedidas pelos Estados. Atua também para ampliar a identificação de possíveis falhas na concessão de autorizações e trabalhar com autoridades estaduais para corrigi-las.

Foi criado um grupo com a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA) que reúne os Estados do Cerrado para avaliar soluções adequadas. Há um subgrupo com os Estados do Matopiba.

Medidas estudadas para desestimular o desmatamento legal incluem viabilizar o acesso à outorga de água para quem conservar mais Cerrado e a integração das bases de dados dos Estados com o governo federal em projeto financiado pelo Fundo Amazônia. 

Brasil : O Capital Natural da Amazônia
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:49:51

Nossas ações geram impactos que podem ser irreversíveis e, por vezes, é necessário um período de cerca de 100 anos para o Capital Natural se recuperar - dependendo do dano.


No coração do nosso planeta, resplandece a majestosa Amazônia, uma riqueza natural inestimável que transcende fronteiras e instiga a imaginação daqueles que não a conhecem e, tampouco, seus desafios contemporâneos.

Ao olhar para a Amazônia, é impossível ignorar sua importância econômica que desempenha um papel vital no equilíbrio global, fornecendo serviços ecossistêmicos que impactam diretamente setores econômicos fundamentais. A biodiversidade amazônica é uma fonte inestimável de recursos para a vida neste planeta.

Reprodução | Emanuel Pires / Tiago Corrêa/UGPE

Para além do aspecto econômico, devemos reconhecer o potencial do Capital Natural da Amazônia. Ele refere-se ao estoque de recursos naturais, ecossistemas e serviços ambientais que contribuem para o bem-estar das pessoas e do planeta - incluindo recursos como ar, água, solo, biodiversidade e ecossistemas, que fornecem diversos bens e serviços necessários para a sobrevivência humana e atividades econômicas.

A Amazônia enfrenta ameaças significativas causadas pelos interesses privados de grandes empresários que buscam explorar a região para ganhos imediatos e soberania de mercado. Contudo, a busca por lucros muitas vezes resulta em práticas insustentáveis, desmatamento desenfreado e desrespeito aos direitos das comunidades locais. 

O Capital Natural desempenha um papel crucial na sustentabilidade e na economia porque é dele que vêm os recursos para a produção de alimentos e de bens de consumo, a regulação do clima, a água e a manutenção da biodiversidade que possibilita a vida no planeta.

Infelizmente, as nossas ações geram impactos que podem ser irreversíveis. Por isso a importância de desenvolver ações de sustentabilidade efetivas e assertivas, pois o Capital Natural tem um período mínimo de 100 anos para se recuperar (dependendo do dano).

Capital Natural versus Capital Manufaturado 

Ao longo da última década, testemunhamos uma explosão de ações e projetos de inúmeras organizações em resposta às boas práticas em consonância aos ODS, ao ESG, à sustentabilidade e tantas outras narrativas.

Entretanto, você observou que após um determinado período, a grande maioria desses projetos caíram na obscuridade? Mas, por quê?

Sinceramente, motivos não faltam para justificar o fiasco apresentado por diversas organizações - sejam elas locais, sejam elas nacionais e/ou multinacionais. Ênfase em resultados financeiros de curto prazo, greenwashing, busca por emissão de debêntures "verdes", desafios econômicos, regulamentação insuficiente, pressão de acionistas, foco em setores tradicionais… são só alguns dos fiascos que temos vivenciado nas últimas décadas.

Essas organizações são as que praticam a sustentabilidade "fraca" - e uma das principais razões está na execução de projetos e de ações de ESG ou sustentabilidade que se baseiam na suposição de que o Capital Manufaturado (bens materiais e ativos fixos necessários para a produção e o Capital Natural, o estoque de materiais biológicos e abióticos) podem ser substituídos um pelo outro, ou seja, são projetos sem fundamentos e estão mais ligados ao "boom ESG" do que realmente embasados em uma matriz de materialidade bem elaborada.

Na contramão dessa corrente, estão os projetos fundamentados no conceito de sustentabilidade "forte", que reconhece que o Capital Manufaturado é completamente derivado do natural. Sendo assim, uma vez esgotados os recursos naturais, muitas formas de Capital Manufaturado deixarão de existir. A extinção de uma espécie animal, como o caranguejo-ferradura por exemplo, seria irreversível, pois o sangue dessa espécie é uma substância valiosa na indústria farmacêutica.

Quantas soluções para problemas reais estão na floresta? E se pelos nossos hábitos de consumo desenfreados gerarmos impactos no ecossistema de uma espécie diminuta de anfíbio que ainda não foi descoberta, mas que tem o potencial de erradicar o câncer e transformá-lo numa simples gripe?

Seria magnífico!

Mas, primeiro, precisamos começar a fazer o básico. Por exemplo, temos a maior bacia hidrográfica do mundo e um potencial extraordinário para piscicultura, mas não temos uma cadeia produtiva completa. Temos muitos recursos financeiros alocados em institutos de pesquisas que direcionam para elos específicos da cadeia… mas do que adianta desenvolver a capacidade de reprodução e crescimento, se não existem frigoríficos, fábricas de gelo e ração, infraestrutura logística, graxaria, curtume e até mesmo pesquisas acadêmicas capazes de contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento da nossa região?

Quantas outras cadeias produtivas poderiam ser exaltadas, gerando desenvolvimento para toda a Amazônia? Sabemos que os departamentos de marketing das mais diversas organizações em todo o mundo compreendem o valor de rotular seus produtos e serviços como "sustentáveis" - às vezes com poucas evidências.

Para muitos, esta palavra perdeu o significado após suportar o peso de uma enxurrada de usos fantasiosos e enganosos - desde apelos para ações individuais ineficazes, até campanhas maciças de marketing corporativo. Esses tipos de usos são frequentemente chamados de "lavagem verde" (greenwashing).

No entanto, o conceito de "sustentabilidade" mantém um grande significado e continua sendo um princípio essencial que orienta as tendências emergentes em economia, ciência política e outras ciências sociais e naturais.

Um grande case de sucesso em nossa região é a Warabu Chocolate, que desenvolveu toda a cadeia produtiva: capacitando, certificando e levando desenvolvimento para comunidades originárias e ribeirinhas, ao mesmo tempo que respeitam e valorizam o Capital Natural.

O nosso poder de escolha e compra pode incentivar projetos como o da Warabu… ou podemos continuar alimentando indústrias que produzem projetos "para inglês ver", a fim obterem créditos, com o objetivo de atingir resultados financeiros de curto prazo e enriquecer seus acionistas.

Reflita e observe como as nossas ações individuais contribuem de forma positiva ou negativa para o todo! 


Vitor Raposo é Humanista e Empreendedor. Fundador da Hayashi Consultoria, Sócio-Diretor da TravelCorp e da Sala VIP Harmony Lounge.

Atua como empreendedor, mentor e consultor. Foi gestor de grandes organizações no Brasil e no exterior. Articulista sobre Sociedade 5.0, Novos Negócios, Revolução Humana Individual, Sustentabilidade e ESG no Portal Amazônia. Idealizador e apresentador do Ser Humano Podcast, um programa sobre a essência das pessoas de valor e o impacto de ser genuíno.

Idealizador e realizador do Amazonia Forest Summit – fórum para debater as oportunidades para a Amazônia com diversidade e um olhar para o futuro da região com foco na inovação, na sustentabilidade, nos recursos humanos, no ESG, nos negócios, na tecnologia e nas tendências.

Doutor em Administração e Mestre em Ciências da Educação para a Sociedade 5.0 pela Facultad Interamericana de Ciências Sociales – FICS; Foresight Practitioner; Especialista em Sustentabilidade pelo MIT; em Inovação e Negócios pela Nova Business School, em Gerenciamento de Projetos pela FGV e em Gestão Estratégica de Negócios pela UCB.

Paralelamente, atua como voluntário e Presidente no Capítulo Amazônia do Project Management Institute (PMI-AM), foi por 14 anos como Diretor de Programas e Projetos Ambientais do Instituto Soka Amazonia. Recentemente, foi indicado e conduzido à função de Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Opção Verde.

 

Brasil : Conheça o império agropecuário da família Rocha, dona da fazenda de “Terra e Paixão”
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:47:31


Vista aérea da propriedade. (Foto: Reprodução) 

Tonsk Fialho e Carolina Bataier

“Isso tudo que cês tão vendo é meu”, aponta o latifundiário Antônio La Selva, vivido por Tony Ramos da novela “Terra e Paixão”. Na cena, o vilão caminha em meio a uma plantação de soja e mostra, orgulhoso, seu império agropecuário. O cenário é a Fazenda Annalu, no município de Deodápolis (MS) — rebatizada na novela como Fazenda La Selva. Foi ali onde a equipe da Rede Globo passou o mês de fevereiro de 2023 trabalhando nas gravações.

Lelinho posa em jatinho junto ao avô, Nilton Rocha Filho, autuado por desmatamento em 2000. (Foto: Reprodução/Instagram)

Usando chapéu, casaco de couro e botas, Tony Ramos encarna um fazendeiro caricato, de fala agressiva e gestos brutos. Na vida real, os donos do imóvel têm fala mansa e pinta de empresários, mas compartilham com La Selva a fome por terras e o histórico de violações ambientais em série, que não se limitam ao imóvel onde foi gravada a novela.

Registrada em nome de Aurélio Rolim Rocha, o Lelinho, a Fazenda Annalu é a joia da coroa entre os mais de 50 mil hectares controlados pelo grupo Valor Commodities, uma das maiores empresas de plantio e comercialização de soja e milho do Mato Grosso do Sul. A soma equivale a mais da metade da área total de Deodápolis, onde fica a propriedade. O grupo possui imóveis rurais em outros cinco municípios sul-mato-grossenses: Nioaque, Porto Murtinho, Caracol, Corumbá e Douradina.

Na primeira reportagem da série, De Olho nos Ruralistas mostrou o histórico de desmatamento em Reserva Legal e degradação de Área de Preservação Permanente (APP) na Fazenda Annalu, constatado em 2019 por uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), fruto de um inquérito civil aberto no ano anterior: “Fazenda de “Terra e Paixão” tem desmatamento de reserva e despejo ilegal de agrotóxicos“.

Irregularidades similares foram constatadas em outras propriedades do grupo. A partir do cruzamento de dados dos sistemas de monitoramento por satélite Prodes Cerrado e Prodes Mata Atlântica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com as bases georreferenciadas do Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o núcleo de pesquisas do observatório identificou pelo menos 3.808,69 hectares de desmatamento em 24 de 45 fazendas identificadas. O número equivale a nove vezes o tamanho do Parque da Cidade, em Brasília (DF), o maior parque urbano do mundo.

FAZENDA DO COMPLEXO ANNALU FOI ALVO DE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A violação mais antiga data de 2000, quando Nilton Rocha Filho, avô de Lelinho, o atual proprietário da Fazenda Annalu, recebeu três autuações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatar 194 hectares de uma reserva florestal no município de Dourados (MS). Dos R$ 364 mil em multas aplicados pelo órgão, o fazendeiro quitou R$ 160 mil. A principal autuação, de R$ 200 mil, foi baixada após deferimento da defesa. A infração menor, de R$ 4 mil, foi cancelada após análise jurídica.

Imagem de satélite mostra a colocação de logomarca da Annalu em galpão dentro da Fazenda Prateada, adquirida em 2022. (Imagem: Google Earth Pro)

Já falecido, Nilton foi proprietário da fazenda de “Terra e Paixão” entre 2003 e 2005, ano em que vendeu o imóvel para a distribuidora de grãos Granol. Onze anos depois, em 2016, Lelinho recomprou a propriedade junto ao primo Nilton Fernando Rocha Filho. São eles que assinam o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto em 2022 pelo MPMS para recuperação dos passivos ambientais da Annalu.

Entre a assinatura do TAC e o cumprimento das obrigações, Lelinho e Nilton Fernando Rocha Filho adquiriram a Fazenda Prateada, de 633 hectares, localizada ao sul da Annalu e a anexaram ao complexo. Imagens aéreas da propriedade, datadas de 2023, capturaram a customização de galpões da fazenda anexada, onde é possível ler o nome Annalu.

A exemplo da fazenda que serviu de inspiração para a trama global, a Fazenda Prateada foi alvo de uma Ação Civil Pública movida pelo MPMS, por conta dos danos ambientais gerados pela instalação de drenos irregulares. A antiga proprietária, a Agropecuária Riber, firmou um TAC se comprometendo a realizar a recuperação ambiental das Áreas de Preservação Permanentes (APP) dos córregos Mutuca e Iretã, o que foi cumprido por Lelinho ainda em 2022.

No caso da Fazenda Annalu, foram instalados 54 drenos para abastecer o megaprojeto de piscicultura do grupo Valor Commodities. Embora a obra tenha sido realizada sem licenciamento, a criação de peixes prosseguiu durante três anos, até a emissão de uma licença de operação pelo Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), em 2021. O caso foi detalhado na segunda reportagem da série: “Donos de fazenda de “Terra e Paixão” desviaram curso de rio e criaram peixes sem licenciamento“.

Mapa mostra a progressão do desmatamento nas fazendas que compõem o Complexo Annalu. (Cartografia: Eduardo Carlini/De Olho nos Ruralistas)

DO RIO DOURADOS AO RIO APA: IMPACTOS AMBIENTAIS SE MULTIPLICAM

Em 2015, Nilton Rocha Filho recebeu nova autuação do Ibama. Desta vez, o patriarca havia deixado de cumprir determinação do órgão ambiental que exigia medidas de controle para cessar a degradação ambiental na Fazenda Vaca Mocha, localizada no município de Caracol (MS), a 360 quilômetros de distância de Deodápolis, na região da Bodoquena, uma importante zona de transição ecológica entre o Cerrado e a Mata Atlântica.

Aeródromo privado na Fazenda Vaca Mocha, em Caracol (MS). (Foto: Divulgação/SinalizarMT)

De acordo com as imagens de satélite do Inpe consultadas pelo De Olho nos Ruralistas, a área degradada dentro do imóvel soma 1.862,74 hectares — mais da metade da área total, com 3.629,40 hectares. O número responde por 48,9% das manchas de desmatamento analisadas em imóveis da família Rocha. Pelo descumprimento das medidas, Nilton pagou ao Ibama uma multa de R$ 10 mil.

Em 2018, o fazendeiro foi implicado em um inquérito civil do MPMS, que apurava o dano ambiental causado às margens do Rio Apa, por não respeitar as APPs dos córregos intermitentes. O caso se assemelha à situação constatada na Fazenda Annalu naquele mesmo ano, com a construção irregular de benfeitorias no Rio Dourados.

A Fazenda Vaca Mocha é a sede da 3R Agropecuária, empresa registrada em nome de “três Rochas”, netos do patriarca por parte de seu filho Nilton Fernando Rocha. São eles: Anna Flávia Rocha, Felipe Guilherme Rocha e Nilton Fernando Rocha Filho, este último sócio de Lelinho na Annalu. A empresa faz parte do grupo Valor Commodities, que comercializa a produção das fazendas da família.

INFRAÇÕES SE ESPALHAM ATÉ A FRONTEIRA COM O PARAGUAI

As irregularidades ambientais se multiplicam. Em Dourados (MS), um inquérito civil foi instaurado pelo MPMS para apurar o desmatamento de “todas as áreas de preservação permanente e de Reserva Legal” da Fazenda Miya. Segundo a denúncia, o proprietário do imóvel seria Nilton Rocha Filho, mas foram citados como possíveis beneficiários do desmate o ex-governador Zeca do PT e o deputado estadual Zé Teixeira (PSDB).

Zeca é um tradicional ruralista do Mato Grosso do Sul, tendo sido denunciado pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) por sua atuação contra os Guarani Kaiowá e Terena. Foi durante sua gestão, entre 1999 e 2007, que foi deflagada a investigação do caso Campina Verde, envolvendo o grupo empresarial da família Rocha.

Zé Teixeira e Zeca do PT: relação com fazenda foi descartada pelo MPMS. (Foto: Alems)

Teixeira, por sua vez, é um dos 42 políticos identificados no relatório “Os Invasores: parlamentares e seus financiadores possuem fazendas sobrepostas a terras indígenas“, deste observatório, como proprietário de terras incidentes em áreas indígenas. No curso da investigação, nenhum documento comprovou a ligação dos políticos ao dano ambiental, tampouco ao imóvel citado.

Atualmente, a empresa SS Agronegócio, de um primo dos Rocha, Cássio Basalia Dias, é quem responde pela Fazenda Miya, renomeada como Pau D’Alho. O inquérito civil em andamento investiga o desmatamento de 29,58 hectares de vegetação em áreas de regeneração e de vegetação nativa primária de Mata Atlântica.

Apesar de não constar como proprietário da Fazenda Pau D’Alho, Nilton Fernando Rocha Filho, um dos donos da Fazenda Annalu, assinou como fiador e permutante o contrato de compra da fazenda em 2019, ao lado da SS Agronegócio. Um ano depois, em 2020, a propriedade foi alvo de infração e teve área embargada pelo Ibama, por destruir 9,20 hectares de fragmentos de vegetação secundária em estágio inicial de regeneração. As infrações estão em nome da esposa de Cássio, Alessandra Motta dos Santos Basalia Dias, sócia na SS Agronegócio.

Em nome dela, constam junto ao Ibama infrações pelo desmatamento de 76 hectares no Sítio Novo Oeste, em Caarapó, município vizinho de Dourados. Em Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, Alessandra é responsável pelo desmatamento de 41,5 hectares da Fazenda Retiro da Conceição.

No mesmo município, a Fazenda Baía das Conchas, do primo Lelinho Rocha, proprietário da fazenda de “Terra e Paixão”, é alvo de uma investigação do MPMS, que apura o desmatamento de 256,62 hectares em área de Mata Atlântica. Segundo o laudo que identificou a destruição via imagens de satélite, o imóvel recebeu a Autorização Ambiental nº 1893/2021, referente a corte de árvores nativas isoladas, válida de 10 de setembro de 2021 a 10 de setembro de 2025. No entanto, parte do desmate ocorreu fora das áreas licenciadas.

VÍDEO DETALHA RELAÇÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS DO CLÃ

Apesar da longa lista de irregularidades identificadas na Fazenda Annalu, não foi pelos atos contra o ambiente que a família Rocha ficou conhecida na região de Dourados. Aurélio, que tem o mesmo nome do filho Lelinho, seu pai Nilton Rocha Filho e seu irmão Nilton Fernando Rocha foram presos em 2006 por sonegação fiscal de pelo menos R$ 79 milhões, durante a administração de Zeca do PT. Depois de doze anos de processo, somente um deles foi condenado, Aurélio.

Na época, o grupo familiar se chamava Campina Verde. Em fevereiro de 2020, no início da pandemia, a empresa passou a se chamar Valor Commodities e os acusados pelas fraudes deixaram de ser sócios para a entrada de Lelinho e de seu primo, Nilton Fernando Rocha Filho. O comando, no entanto, continuou nas mãos de Aurélio e Nilton Fernando.

Cássio Basalia Dias, dono da SS Agronegócio e primo dos Rocha, chegou a ser investigado durante o processo da Campina Verde, mas teve a punibilidade extinta por decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande.

As relações do clã são exploradas em vídeo publicado no canal do De Olho nos Ruralistas no YouTube, que relata a proximidade da família Rocha com figuras importantes da política nacional. Além das videorreportagens, o observatório produz documentários sobre questão agrária, como Elizabeth e SOS Maranhão, e mantém editorias fixas sobre História e sobre as ações da bancada ruralista no Congresso.

Confira abaixo:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/conheca-o-imperio-agropecuario-da-familia-rocha-dona-da-fazenda-de-terra-e-paixao/

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