Peças são feitas de forma manual com galhos e ouriços de castanhas. Francisca, seu marido e os outros seis filhos são os únicos habitantes da comunidade, que só pode ser acessada por barco.
Com informações do g1 Rondônia
Viver da floresta Amazônica sem derrubar nenhuma árvore é o que faz uma família de artesãos que mora dentro da Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, na região do Baixo Madeira em Porto Velho.
Juntos, eles transformam restos de árvores e frutos em peças exclusivas de madeira. E a inspiração? É a própria natureza.
Estátuas de animais feitas com galhos e pedaços de madeira. Foto: Emily Costa/g1 Rondônia
De acordo com a artesã Francisca Pinho, a inspiração para transformar restos de matérias-primas em arte surgiu de uma maneira simples. Enquanto ela e o marido trabalhavam no quintal de casa, a filha mais velha cuidava dos irmãos.
A jovem aproveitava esse tempo para pegar galhos e fiapos de madeira e moldá-los em formas de animais. Esse gesto despertou na família, a inspiração para começar a customizar estátuas de madeira.
Foto: Emily Costa/g1 Rondônia
"Qualquer tipo de pedaço de madeira e de ouriço de castanha, por exemplo, a gente pega para moldar e surge uma arara, um jacaré, um papagaio. A ideia vem da nossa mente mesmo e todo mundo ajuda",
explica a artesã.
A confecção das peças é totalmente manual e requer apenas utensílios simples: uma faca, cola, tinta e o principal: os pedaços e galhos de madeira que caem pelo quintal.
Além disso, os ouriços, após a extração das castanhas, também são reaproveitados e se transformaram em kits de cozinha.
Kits de cozinhas feitas de ouriço de castanha por artesã do Lago do Cuniã — Foto: Emily Costa/g1 RO
Embora todos na família tenham habilidade na confecção das peças, o processo de customização é demorado, pois não dependem exclusivamente do artesanato.
Na local, dedicam-se também ao plantio, colheita de frutos, produção de farinha e doces, como pé de moleque.
Peças feitas de forma manual por família de artesãos — Foto: Emily Costa/g1 RO
As estátuas geralmente são feitas por encomenda e os clientes são os próprios moradores das outras comunidades. Jacarés, pirarucu e papagaios são os queridinhos. Além disso, na residência da família, há uma lojinha com peças disponíveis a pronta entrega.
Artesã mostra sua loja com peças a pronta-entrega — Foto: Emily Costa/g1 RO
Há mais de 20 anos, a família vive praticamente "isolada" na comunidade de pupunhas, dentro da Reserva Extrativista. Francisca, seu marido e os outros seis filhos são os únicos habitantes da comunidade, que só pode ser acessada por barco.
Acesso á comunidade de Pupunhas é feito somente por barco — Foto: g1 RO
Apesar das dificuldades em percorrer mais de 50 quilômetros até Porto Velho para exames e consultas médicas, a artesã expressa seu amor por viver no local, pela tranquilidade e paz que sente e não pensa em mudar para a cidade.
Família vive há mais de 20 anos praticamente 'isolada' em comunidade de Pupunhas dentro da RESEX — Foto: Emily Costa/g1 RO
Em toda a Amazônia Legal são mais de 8 mil km² de área ameaçada. Porto Velho é a terceira pior cidade em ranking.
Com informações de g1 Rondônia
Mais de 800 km² de florestas em Rondônia estão em risco de desmatamento para o ano de 2024, conforme apontou a plataforma de inteligência artificial PrevisIA, desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
A ferramenta tem assertividade de 70% e foi criada para ajudar a direcionar ações de proteção para áreas ameaçadas.
Foto: Reprodução/Imazon
Em toda a Amazônia Legal são mais de 8 mil km² com algum nível de ameaça entre julho de 2023 e agosto de 2024. O Pará é o estado que lidera em florestas sob risco, com 38% da área total, seguido por Mato Grosso (17%) e Amazonas (16%).
Rondônia aparece em quinto lugar no ranking geral, com pouco mais de 819 km² de área de florestas em risco, o equivalente a uma devastação de mais de 200 campos de futebol por dia.
Área em risco de desmatamento
Classe de risco
Km²
Muito Baixo
86,12
Baixo
271,21
Médio
290,33
Alto
161,49
Muito Alto
10,54
Entre os 10 municípios com maiores áreas com algum nível de risco de desmatamento em toda a Amazônia Legal, a capital rondoniense aparece em terceiro lugar, com mais de 250 km² ameaçados, atrás apenas de São Félix do Xingu (PA), com cerca de 305 km², e Altamira (PA), com pouco mais de 255 km².
Áreas de proteção
Entre as áreas protegidas, territórios de Rondônia também aparecem nas listas entre os dez mais ameaçados, incluindo a Terra Indígena Karipuna, a Reserva Extrativista Jaci-Paraná e a Estação Ecológica Soldado da Borracha.
Queda na taxa de desmatamento e mudança das estimativas
Os dados do PrevisIA foram atualizados recentemente com informações do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), divulgadas em novembro deste ano, que apontam para uma redução no desmatamento de 22,37% em 2023, em comparação com o ano anterior.
Os dados do Prodes são uma das variáveis utilizadas pela inteligência artificial para prever áreas sob risco de destruição. Por isso, após a atualização, a estimativa da ferramenta para 2024 caiu de 10.190 Km² para 8.959 km² em toda a Amazônia Legal.
O que é a PrevisIA
Áreas sob risco de desmatamento apontadas pela PrevisIA. Foto: Divulgação/Imazon
A PrevisIA é uma plataforma que utiliza inteligência artificial para indicar áreas sob risco de desmatamento na Amazônia. Criada pelo Imazon em parceria com a Microsoft, a ferramenta analisa um conjunto de variáveis como:
presença de estrada legais e ilegais,
desmatamento já ocorrido,
classes de territórios,
distância para áreas protegidas,
rios,
topografia,
infraestrutura urbana,
informações socioeconômicas.
O objetivo é fornecer informações para que medidas possam ser tomadas antes que as áreas de floresta sejam devastadas.
O governo federal estendeu o programa Desenrola Brasil, voltado para renegociar dívidas, por meio de uma Medida Provisória que estende o prazo até 31 de março de 2024. A decisão, assinada pelo presidente Lula (PT), foi oficializada na edição do Diário Oficial da União desta terça-feira (12).
Anteriormente programado para encerrar no final deste ano, a prorrogação já havia sido anunciada pelo secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto.
Além disso, uma portaria do Ministério da Fazenda, também divulgada nesta terça-feira, modificou as regras de acesso ao sistema por meio da plataforma gov.br.
Conforme as atualizações, contas de nível ouro ou prata têm a opção de renegociar para pagamento à vista ou parcelado, enquanto contas de nível bronze podem acessar a plataforma somente para quitar a dívida à vista.
Anteriormente, somente contas com certificação digital ouro ou prata estavam habilitadas para participar do programa.
O Desenrola Brasil oferece a oportunidade de renegociar dívidas de até R$ 5 mil, permitindo o pagamento à vista ou em até 60 parcelas, com juros limitados a 1,99% ao mês.
Para aqueles com dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, há a possibilidade de buscar novos acordos diretamente nas instituições financeiras.
De acordo com um levantamento do Ministério da Fazenda até o início deste mês, o Desenrola Brasil já propiciou a renegociação de R$ 29 bilhões em dívidas, beneficiando aproximadamente 11 milhões de pessoas.
Deputado federal Mendonça Filho (União-PE) relata tema na Câmara e afirma que relatório garante a oferta de ensino técnico e mantém principais eixos do Novo Ensino Médio
O deputado federal Mendonça Filho (União-PE) apresentou o relatório do projeto que propõe mudanças no Novo Ensino Médio, instituído em 2017. No texto, o relator aumenta horas de aula obrigatórias, mas abaixo da proposta de mudança apresentada pelo Ministério da Educação (MEC).
O governo federal enviou em outubro um projeto de lei para o Congresso para ajustar pontos do Novo Ensino Médio, aprovado durante gestão de Mendonça Filho no MEC, durante o governo de Michel Temer (MDB).
O envio das propostas de mudanças foi feito em meio às críticas e problemas da reforma que mudou a grade curricular e oferta de disciplinas optativas em todas as escolas do país.
O relatório de Mendonça alterou a distribuição da carga horária total, que é de 3.000 horas totais durante os três anos, com carga horária diária de 5 horas, do Novo Ensino Médio que constava da proposta enviada pelo governo.
Como é hoje o Novo Ensino Médio:
1.800 horas de para disciplinas obrigatórias; e 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).
Como o governo queria:
2.400 horas de para disciplinas obrigatórias; e 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).
Como o relator propõe:
2.100 horas de para disciplinas obrigatórias; e 900 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).
ELABORAÇÃO DO TEXTO E VOTAÇÃO
Caso a proposta de Mendonça Filho seja aprovada, a implementação das mudanças no Novo Ensino Médio devem ser realizadas a partir de 2025.
O projeto tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, o que permite que a proposta possa ser votada diretamente no plenário da casa. De acordo com Mendonça Filho, o projeto com as mudanças pode ser votado pela Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (12).
Mendonça Filho (União-PE) afirma que o relatório garante a oferta de ensino técnico e mantém principais eixos do Novo Ensino Médio.
"Acho que a gente contemplou o governo, mas atendendo a demanda dos estados. E acho que a gente dialoga muito com a educação técnica profissionalizante", disse ao g1.
O deputado afirma que as mudanças no texto têm tido boa receptividade dos partidos e da sociedade. "Eu contemplei o que pude (do projeto de lei enviado pelo governo )", complementou Mendonça Filho.
O RELATÓRIO
O texto apresentado por Mendonça Filho permite que 300 horas das 2.100 propostas para as disciplinas obrigatórias sejam destinadas ao aprofundamento em conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) diretamente relacionados à formação técnica profissional.
A carga horária destinada à formação geral básica deverá ser ofertada de forma presencial. No entanto, admite, excepcionalmente, o ensino mediado por tecnologia, considerando as especificidades das regiões brasileiras, visando facilitar o direito à educação das pessoas que cursam a educação de jovens e adultos, a educação indígena, do campo, quilombola e demais modalidades da educação.
O novo texto também possibilita, a critério dos sistemas de ensino, a oferta de cursos técnicos de até 1.200 horas, de modo integrado ao ensino médio regular.
A redação alternativa apresentada pelo relator também possibilita que profissionais de notório saber ministrem aulas na educação profissional e tecnológica.
Com relação a segunda língua estrangeira, o substitutivo dá autonomia às redes estaduais para definir qual idioma será adotado, mas prevê a língua espanhola como preferencial.
De acordo com Mendonça Filho, o texto final do relatório contempla pontos do projeto original enviado pelo MEC, propostas de emendas apresentadas pelos deputados e questões colocadas por especialistas e pelas redes estaduais de educação.
Levantamento do MapBiomas Amazônia mostra que derrubada de vegetação para pastagem é o principal vetor de desmatamento em metade da América do Sul.
Com informações do g1 Acre
Com mais de 14% do território explorado pela pecuária, o Acre é um dos locais que compreendem o 'Arco do Desmatamento', que se estende, além do estado, entre Pará, Mato Grosso e Rondônia, apontada como região de maior desmatamento na Amazônia Legal, e que teve avanço na conversão de florestas em pasto. Isto é o que aponta um levantamento do MapBiomas Amazônia, apresentado durante a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com dados sobre todos os países abrangidos pelo bioma.
Conforme o mapeamento, a pecuária é o principal vetor do desmatamento em metade da América do Sul nos últimos 37 anos. Entre 1985 e 2022, dos 86 milhões de hectares de vegetação natural desmatados no território analisado, 84 milhões foram convertidos em áreas agropecuárias e de silvicultura, com destaque para pastagem, que ocupa 66,5 milhões de hectares da área desmatada.
"O desmatamento atinge prioritariamente a floresta: apenas 6 milhões de hectares desmatados no período eram de formações não florestais. Por isso, embora o levantamento mostre que 81,4% da Amazônia ainda estejam cobertos por vegetação natural, apenas 73,4% são florestas – percentual que já está dentro da faixa estabelecida pela ciência como limite para que a Amazônia se mantenha ou se recupere, evitando o processo de savanização na região",
afirma o estudo.
Imagem: Reprodução/MapBiomas Amazônia
Uso do território
Conforme dados disponibilizados pelo braço internacional do MapBiomas Amazônia, o Acre tem mais de 2,37 milhões de hectares ocupados por área de pastagem para pecuária, o que representa 14,5% do território total.
Em 1985, essa ocupação era de 438.426 mil hectares, o que equivalia a 2,67% do território. Portanto, é possível verificar que o uso do território para essa atividade cresceu mais de 442% em 37 anos.
Por outro lado, a cobertura do território por bosques naturais era de mais de 15,8 milhões de hectares em 1985, 96% do território, e caiu para 13,9 milhões de hectares, o equivalente a 85% do território.
"As imagens de satélite mostram claramente que a conversão de florestas em pastagens é mais forte no Brasil – notadamente no Arco do Desmatamento, que vai do Pará ao Acre, passando por Mato Grosso e Rondônia e entrando pelo sul do estado do Amazonas. O mesmo pode ser observado no oeste da Amazônia na Colômbia e Venezuela. Já na Bolívia, o desmatamento abriu uma grande área agrícola no departamento de Santa Cruz, no sul da bacia amazônica. Enquanto em outros países amazônicos, como o Peru, predominam outros padrões de uso, que são constituídos por uma associação heterogênea de áreas agropecuárias", destaca o estudo.