Ricardo Lewandowski, que deve ser nomeado como ministro da Justiça nesta quinta-feira (11), considera a segurança pública a área-chave da pasta que assumirá nos próximos dias.
Nas conversas realizadas com Lula, o ex-ministro do Supremo disse concordar com o alerta feito ao presidente sobre a necessidade de focar no combate à crise de segurança pública.
Lewandowski enfatiza a importância de um endurecimento na política de segurança pública, seguindo a abordagem adotada por Flávio Dino, segundo informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.
O ex-ministro busca manter uma boa interlocução com as polícias estaduais, promovendo investimentos e colaboração efetiva. Ele também concorda com a avaliação de que a solução para o problema passa pela abordagem das lacunas existentes no sistema penitenciário.
Pedidos de Lula: o que Lewandowski disse sobre Andrei e Cappelli na Justiça
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou dois pedidos a Ricardo Lewandowski durante um encontro na última segunda-feira (8) no Palácio da Alvorada, para finalizar os detalhes de sua nomeação para o Ministério da Justiça: a manutenção do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli.
De acordo com informações da colunista Malu Gaspar, do Globo, Lewandowski assegurou prontamente que manteria Andrei na liderança da PF, mas não se comprometeu em manter Cappelli como secretário-executivo.
O motivo apresentado por Lewandowski ao chefe do Executivo foi sua consideração de outros nomes e perfis para compor a equipe, uma explicação que, segundo auxiliares do Planalto, foi interpretada como uma recusa.
Segundo relatos, Lula compreendeu a mensagem e respondeu que Lewandowski tem a liberdade de escolher seus secretários, não sendo obrigado a manter Cappelli. Nas conversas anteriores entre o presidente e o ex-ministro do Supremo, Lewandowski já havia estabelecido como condição para aceitar o Ministério da Justiça ter autonomia para formar sua própria equipe.
Agora, apesar de várias especulações, não está claro para onde o secretário-executivo e homem de confiança de Flávio Dino irá após deixar o Ministério da Justiça. A única certeza nos bastidores do Planalto é que ele não permanecerá no ministério.
Apesar de negar publicamente, Cappelli, em encontros privados, indicou seu interesse em ocupar um cargo ministerial. Por ter se tornado uma figura crucial do governo após os ato terroristas de 8 de janeiro, a decisão sobre seu futuro tornou-se um dos obstáculos para a confirmação de Lewandowski.
Vale destacar que uma das opções discutidas nos bastidores é a possibilidade de Cappelli assumir um cargo na Casa Civil, sob o comando do ministro Rui Costa, responsável por questões relacionadas à inteligência e segurança pública.
Iniciativa anuncia nova crise do partido com as Forças Armadas
O Partido dos Trabalhadores (PT), em suas celebrações que visam corroborar com as narrativas da esquerda, estabeleceu o dia 31 de março deste ano para pôr fim à lua de mel com os militares. A data marca os 60 anos do que os progressistas chamam de “Golpe de 64”, que completará 60 anos.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a sigla do presidente Lula e a Fundação Perseu Abramo já deram início às preparações de debates, exposições, lançamento de livros, documentário e todos os adereços para inflamar sua militância, e mais do que impor sua visão dos acontecimentos, perpetuá-la para as vindouras gerações, nos anais da história.
Incumbido de intermediar em harmonia a relação de Lula com os militares, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, já atua nos bastidores para evitar que ruídos na comunicação do Planalto acerca da referida data possam produzir alguma reação ou crise ante os militares.
Ao buscar fatos segregadores no passado e trazê-lo à tona deliberadamente, a fim de estimular mais polarização, a medida causa temor em Múcio, já que, aquece o confronto político, ao mexer em antigas chagas e produzir efeitos inimagináveis no seio da sociedade.
Atualizações podem ser feitas até 8 de maio no site do TSE
Os cidadãos que pretendem votar nas eleições municipais de outubro têm menos de quatro meses para tirar o primeiro título de eleitor ou regularizar o documento. A partir de 8 de maio, o cadastro eleitoral será fechado e nenhuma alteração poderá ser feita nos registros eleitorais.
O cumprimento do prazo vale para jovens a partir de 16 anos que pretendem votar pela primeira vez e para o eleitor que está em situação irregular por ter deixado de votar e justificar ausência por três eleições consecutivas.
Para regularizar a situação, o eleitor deve entrar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e acessar as opções disponíveis. Para checar a situação da inscrição eleitoral, basta preencher o número do CPF.
Para tirar a primeira via do título de eleitor, os interessados podem clicar na opção título eleitoral e seguir os passos sugeridos pelo atendimento eletrônico.
No primeiro turno, que será realizado no dia 6 de outubro, os eleitores irão às urnas para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
O segundo turno está previsto para o dia 27 do mesmo mês em municípios com mais 200 mil eleitores em que nenhum candidato a prefeito obteve votos suficientes para vencer a disputa na primeira rodada.
Alternativa pode ser adotada por senadores para dar celeridade à aprovação do projeto de lei
Senadores que compõem a Comissão de Segurança Pública do Senado querem alterar o projeto de lei (PL) 2.253 de 2023, que põe fim às saídas temporárias de presos, popularmente chamadas de “saidinhas”. Há o intuito de adicionar à proposta a previsão do benefício somente para apenados que cumpram regime semiaberto para estudar e trabalhar. A ideia é aprovar a proposição na comissão já em fevereiro.
As articulações são lideradas pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR), pelo relator do projeto, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo presidente da comissão, senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
Moro comentou a alternativa levantada pela comissão sobre condicionar as saídas apenas para presos que trabalham ou estudam.
– Eliminam-se as saídas em feriados e sem causas, que é a essência do projeto e que têm causado problemas e revoltas. Preserva-se a saída para educação e trabalho para os presos do semiaberto – disse o ex-juiz da Lava Jato ao site Poder360.
Petecão destacou que na comissão “todos são contra a saidinha. Só que a forma que o Flávio quer, não dá para ser. Preciso de alterações”.
O arcebispo Charles Scicluna tem uma visão diferente do papa Francisco sobre o assunto
O arcebispo Charles Scicluna, secretário adjunto no escritório doutrinário do Vaticano e conselheiro do papa Francisco, defendeu a possibilidade da Igreja Católica Apostólica Romana permitir o casamento para padres. O religioso, natural de Malta, divulgou suas opiniões em uma entrevista concedida ao jornal Times of Malta, publicada no último domingo (7).
Scicluna destacou que a Santa Sé deveria considerar seriamente a revisão da exigência de celibato para os padres. Esta foi a primeira vez que o líder católico expressou sua opinião publicamente sobre o assunto.
– Se dependesse de mim, eu revisaria a exigência de que os padres sejam celibatários – declarou.
E completou:
– A experiência me mostrou que isso é algo em que precisamos pensar seriamente.
Scicluna também reconheceu a possível controvérsia de suas declarações e mencionou que tal posicionamento poderia ser considerado herético por alguns membros da instituição.
Argumentando a favor de sua proposta, o arcebispo fez menção à prática do casamento entre padres no primeiro milênio da história católica e apontou para a permissão da troca de alianças nas igrejas orientais.
Scicluna, de 64 anos, defendeu a existência de um espaço para o celibato na Igreja, mas também destacou a necessidade de compreender que os padres podem vivenciar o amor romântico. Ele mencionou o dilema enfrentado por alguns padres, que se veem obrigados a escolher entre o sacerdócio e a pessoa por quem se apaixonaram, resultando, em alguns casos, em envolvimentos secretos em relacionamentos afetivos.
A defesa do conselheiro é diferente do pensamento do papa Francisco que, em 2019, descartou quaisquer alterações na exigência do celibato para os funcionários da Igreja, porém, posteriormente, sugeriu que essa regra não é eterna e poderia ser revista como uma disciplina, não uma doutrina imutável.
Apesar de abrir a discussão sobre o tema, o papa Francisco rejeitou uma proposta específica que permitiria a ordenação de homens idosos casados na região amazônica, onde a presença de padres é limitada. Ele argumentou que a abstenção do matrimônio possibilita uma dedicação exclusiva à Igreja para cumprir com os propósitos do sacerdócio.