O Estado possui a maior colônia de pomeranos da Amazônia. Em Espigão D'Oeste, por exemplo, mais de metade dos moradores são descendentes desse povo.
Com informações do g1 Rondônia
Foto: Reprodução/Governo de Rondônia
Registrada no Livro das Celebrações, a Festa Pomerana foi decretada patrimônio cultural imaterial de Rondônia. O evento acontece anualmente em Espigão D'Oeste (RO). Mas quem são os pomeranos? Como eles chegaram no Estado e qual a importância dessa celebração?
Rondônia é o Estado com a maior colônia de pomeranos da Amazônia. Em Espigão D'Oeste, por exemplo, mais de metade dos moradores são descendentes desse povo.
A equipe de reportagem conversou com Edson Saibel, um dos descendentes de pomeranos. Ele chegou em Rondônia com oito anos de idade, em meados de 1992. Para ele, o reconhecimento da festa é um marco para todos da comunidade pomerana.
"Minha família chegou na região em 1979, foram muitas lutas para abrir o território. Sem dúvidas o reconhecimento da cultura Pomerana como patrimônio cultural para nós ficará marcado nas gerações futuras",
ressaltou.
Quem são os pomeranos e como chegaram no Brasil?
Os pomeranos são descendentes das famílias que viveram na extinta Pomerânia. Seu território se estendia por onde hoje conhecemos como norte da Polônia até a Alemanha, na região de Mecklenburgo.
No século 19, as mudanças políticas e econômicas na Pomerânia causaram crise e a instabilidade social impulsionou a migração dos pomeranos. Grande parte deles vieram para o Brasil.
A maior parte do povo se instalou no Espírito Santo. O grupo com os primeiros imigrantes era formado por 27 famílias que totalizavam 117 pessoas. Eles eram agricultores luteranos que partiram de Hamburgo, na Alemanha, no navio Eleonor, em abril de 1859.
Foto: Divulgação/APEES
De caminhão do sul até Rondônia
Dezenas de famílias pomeranas se embrenharam nas matas em um caminhão e migraram para Rondônia na década de 1960. Se instalaram onde hoje é o município de Espigão D'oeste. Com 4,5 mil quilômetros quadrados, o município de divisa com Mato Grosso, abriga uma população de 40 mil habitantes atualmente, e 60 % da população da cidade são de origem pomerana.
Na região de Espigão do Oeste, ajudaram no desenvolvimento da agricultura local, tendo destaque na produção de café e criação de gado. Dentro do município, o povo pomerano fomenta a cultura local e mantém viva suas tradições e características culturais no desenvolvimento da região.
Atualmente Espigão do Oeste se transformou num dos celeiros agrícolas de Rondônia e é sede da maior colônia Pomerana da Amazônia. Cidade com características europeias, onde despontam suas ruas largas e arborizadas e uma população fruto da miscigenação entre europeus, gaúchos, capixabas, nordestinos e paranaenses.
A festa
A Festa Pomerana reúne os hábitos, costumes, gastronomia e religião deste povo. A abertura da é conduzida pela presidência da Associação dos Pomeranos e é feita na língua oficial pomerana, com tradução para o português.
Danças, shows musicais, desfiles, a escolha da Garota Pomerana, comidas e artesanatos típicos, competições esportivas da tradição pomerana e várias apresentações artísticas da cultura fazem parte da programação das festas.
Foto: Reprodução/Governo de Rondônia
Culinária
Muitos pomeranos ainda preservam a tradição alimentar que consiste no preparo de seus próprios alimentos, preservando receitas de geração para geração.
Pães:
Milhabrot ( pão de milho, preparado com batata doce, cará, aipim e fubá de milho branco ou amarelo). Spitsbuben ( bolo Ladrão) Kasekuchen (bolo de queijo) Streuskuchen (bolo com farofa) Strudel (bolo com frutas) Biscoitos caseiros de nata, polvilho ou amanteigado.
Comidas salgadas:
Linguiça de carne de boi Queijo tipo puina e schmierkase (qualhada) Blutwurst (chouriço feito de sangue e miúdos de porco) Batata ensopada Sopas (canja, aipim cozido socado, batata doce socada, sopa com rosca) Comidas doces: Firsichup (sopa de ameixa) Banana-nanica assada
Doces:
Firsichup (sopa de ameixa) Arroz doce Banana-nanica assada Geleias de frutas da região.
Protagonismo do Brasil, queda das áreas de desmatamento no bioma e ameaças provocadas pelas mudanças climáticas em nível global são alguns dos principais temas que devem ser abordados.
A COP, sigla em inglês que significa "Conferência das Partes", é um evento anual com o objetivo de discutir ações efetivas para o controle das alterações climáticas no planeta, ocasionadas pelo ser humano. Participam desta conferência atores da sociedade civil, representantes governamentais, empresas privadas e pesquisadores das mais diversas áreas, principalmente relacionadas com climatologia.
A primeira COP foi realizada em 1995, e, desde então, 27 edições foram realizadas, salvo no ano de 2020, por conta da pandemia de Covid-19. A edição de 2023 é a COP 28, sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Com as alterações climáticas exorbitantes vistas ao redor do globo neste ano, a conferência pode ser uma das mais importantes já realizadas.
Um dos pontos de destaque na Conferência é a participação do Brasil, pois seu posicionamento em relação à proteção ambiental sempre foi prevalente, principalmente quando se considera a riqueza dos biomas brasileiros e o fato do país contar com a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia.
Foto: Reprodução/Vinícius Mendonça - IBAMA
Amazônia na COP 28
A mudança do discurso governamental em relação a preservação ambiental demonstra saldo positivo em relação a diminuição de áreas desmatadas na Amazônia. Fica perceptível que, com cobranças mais sérias realizadas pelos órgão fiscalizadores, o Brasil caminha para retomar seu compromisso com o cumprimento da meta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) assumida junto a Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir em 48% suas emissões até 2025, e 53% até 2030.
Segundo dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia teve, no ano de 2023, uma queda de 33% de áreas em alerta de desmatamento. Apesar do fato a ser celebrado - e que deve contemplar os discursos do presidente Lula e de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática -, as mudanças climáticas do planeta vem afetando o bioma de maneira alarmante.
O período de estiagem da Bacia do Rio Amazonas, somada a fenômenos naturais como o El Ninõ e as mudanças climáticas ocasionadas pela ação antrópica, culminaram em um recorde de queimadas no estado do Amazonas no mês de outubro.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem destacado o papel de protagonismo do Brasil na preservação ambiental. Foto: Sandra Blaser/World Economic Forum
Dados estes fatos e, considerando o protagonismo que o país vem adotando em seus discursos em prol da conservação ambiental, representantes do Governo Brasileiro, em especial a ministra do Meio Ambiente, devem abordar estrategicamente: a necessidade da redução da emissão de gases do efeito estufa; a redução da utilização de combustíveis fósseis; e o firmamento de medidas mais expressivas para a adaptação mundial às severas alterações climáticas.
"Estamos indo para a COP não é para ser cobrados, nem para ser subservientes, é para, altivamente, cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso que o Brasil tem feito",
declarou Marina Silva ao participar de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs, no Senado Federal.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, também, medidas para a redução do desmatamento do bioma no Estado. Este anúncio ocorre na forma do Programa Amazonas 2030, que será apresentado na COP 28 e que visa alcançar um desmatamento líquido zero, ou seja, compensar cada área desmatada com o reflorestamento.
Ademais, o projeto visa a arrecadação de 1 bilhão de reais para o financiamento das propostas presentes no documento, por meio da venda de créditos de carbono gerados a partir de reduções de emissões entre 2006-2015.
Outros Estados da Amazônia também já enviaram seus representantes para a COP 28, que teve início nesta quinta-feira (30) e segue até dia 12 de dezembro na Expo City, em Dubai.
O Brasil aumentou a presença militar na fronteira norte do país em meio ao aumento das tensões entre a Venezuela e a Guiana. Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (3) para votar em um referendo sobre os direitos da Venezuela sobre a região de Essequibo, que representa cerca de dois terços do atual território da antiga colônia inglesa.O Ministério da Defesa disse, em nota, que tem acompanhado a situação e que “ações de defesa têm sido intensificadas na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.
O território de 160 mil km² com uma população de 120 mil pessoas é alvo de disputa pelo menos desde 1899, quando esse espaço foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região “em disputa”.
Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra – logo após a independência da Guiana –, segundo o qual a região ainda está “por negociar”. Existem estimativas que a região dispõe de bilhões de barris de petróleo.
A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, disse nesta quinta-feira (30) que o governo acompanha com preocupação a disputa na região.
“Nós valorizamos muito o fato de que, no momento em que várias regiões do mundo estão com conflitos militares, a América do Sul permaneça um ambiente de paz e cooperação e, nesse sentido, nós vemos com preocupação esse ambiente tensionado entre dois países vizinhos e amigos. Temos acompanhado com muita atenção e conversado em altíssimo nível”, destacou a diplomata, lembrando que o assessor da Presidência, o embaixador Celso Amorim, foi à Venezuela para discutir o tema.
Padovan acrescentou que o interesse do Brasil é não ter nenhuma questão militar e bélica na região e que entende que o referendo que a Venezuela vai realizar é uma questão interna do país. Disse ainda que a diplomacia brasileira defende uma solução pelo diálogo, seja por meio de negociações bilaterais ou por meio da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que alegou, em abril deste ano, que tem jurisdição sobre o caso.
Guiana entrou com uma liminar na CIJ para suspender o referendo deste domingo (3). Porém, a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional nesse caso e evoca o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento válido para resolver a controvérsia.
Em setembro deste ano, segundo a Reuters, a Venezuela protestou contra uma rodada de licitações de petróleo realizada pela Guiana, dizendo que as áreas marítimas que devem ser exploradas por multinacionais como Exxon Mobil (Estados Unidos e TotalEnergies (França) são objeto da disputa entre os países.
O objetivo das práticas foi apresentar reflexões de como se deram o acolhimento, apoio e acompanhamento de alunos indígenas no processo de ensino e aprendizagem com reconhecimento da diversidade cultural.
Foto: Equipe escolar na acolhida aos alunos indígenas. Fonte: Acervo da escola, 2023.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental São Pedro, localizada no bairro Pedrinhas no município de Porto Velho, teve destaque no 'VIII Seminário Internacional Web Currículo: espaços, tempos e contextos híbridos' ocorrido em São Paulo nos dias 21 a 23.11, quando o artigo 'A Diversidade no Espaço Escolar: Acolher e Educar com pertencimento e Sensibilidade' foi apresentado na Modalidade Relato de prática pedagógica em ação de ensino e aprendizagem.
O objetivo das práticas foi apresentar reflexões de como se deram o acolhimento, apoio e acompanhamento de alunos indígenas no processo de ensino e aprendizagem, na perspectiva de exercitar valores ligados à vida e realizar adequações no currículo a fim de promover transformação das práticas baseadas no reconhecimento da diversidade cultural.
Foto: Mãe indígena apresenta artesanato. Fonte: Acervo da escola, 2023.
Tal iniciativa partiu da gestão escolar, sendo desenvolvido no período de 12 de fevereiro a 14 de setembro de 2023 e contou com a participação da Direção, Supervisão, Orientação, docentes, coordenadora de projetos e docente convidada do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Rondônia.
Os alunos participantes das práticas foram 12 alunos indígenas, na faixa etária entre 6 e 13 anos das etnias Ticuna (3), Karipuna (4), Parintintim (1), Apurinã (2) e Diahui (2), que se matricularam na Escola São Pedro, os quais se sentiam desconectados do ambiente escolar da área urbana, não falavam muito de suas culturas, nem de suas tradições, havendo um certo silenciamento em relação às práticas culturais indígenas.
Fonte: Mãe e filho participam da prática de acolhimento. Fonte: Acervo da escola, 2023.
A partir do momento que a direção identificou essa problemática, organizou práticas de acolhimento e convidou alunos e familiares para falarem de suas culturas, tradições, sendo possível esse diálogo por meio da socialização de artesanatos, tais como: tapetes e cestas produzidas com palhas, arco, flecha, cocar, cujos pais tiveram a oportunidade de divulgar tais saberes tradicionais.
Para a professora doutora Domingas Luciene Feitosa Sousa, que fez a apresentação desse relato de prática pedagógica no dia 21 de novembro foi um momento de reconhecimento do trabalho desenvolvido na escola sob a direção da Profa. Eni Guimarães Pinto, onde se teve a oportunidade de falar da importância da acolhida aos alunos indígenas e da importância do educar com pertencimento.
A equipe escolar se preocupou em realizar adaptações curriculares para melhor atendimento aos indígenas, ressaltando-se que a proposta orientadora para o ensino na área urbana é engessada, pois não dialoga com a realidade das populações tradicionais da Amazônia, o que significou incluir nos eventos da escola a participação da família indígena, que teve a oportunidade de divulgar sua cultura por meio do artesanato.
Foto: Acolhimento à cultura indígena. Fonte: Acervo da escola, 2023.
Os resultados dessa iniciativa contribuíram para a melhoria da aprendizagem, socialização e convivência dos alunos indígenas na escola, possibilitando maior interação com os não-indígenas. Por exemplo, as famílias indígenas começaram a participar dos eventos educativos promovidos na escola, tudo isso por meio do acolhimento e valorização da cultura indígena.
Outro destaque das práticas é que por meio do artesanato, a comunidade escolar passou a conhecer as histórias dos diversos povos indígenas presentes na escola, sendo construída mudança significativa na aprendizagem dos alunos de modo geral.
Parabéns à direção da Escola Municipal São Pedro e a toda a equipe escolar pelas práticas de acolhimento, pertencimento e inclusão na Amazônia, que foram amplamente aplaudidas e prestigiadas no evento internacional em São Paulo.
Que esta experiência de Olhar a Educação dos povos tradicionais com pertencimento e sensibilidade possam ser multiplicadas para a definição de campos possíveis de ação nas políticas públicas destinadas às populações tradicionais. Continue nos acompanhando e envie suas sugestões no e-mail: lucileydefeitosa@amazoniaribeirinha.com
Sobre a autora
Lucileyde Feitosa é professora, Pós-Doutora em Comunicação e Sociedade (Universidade do Minho/Portugal), Pós-Doutora em Geografia pela Universidade do Minho/Portugal, Doutora em Geografia/UFPR, Integrante do Movimento Jornalismo e Ciência na Amazônia e colunista do portalamazonia.com.
Considerada estratégica para a região, a Ponte do Abunã conta com uma estrutura de concreto e aço de mais de 1,5 quilômetros de comprimento por 14,9 de largura. É considerada a segunda maior ponte de água doce do Brasil, somando investimentos de R$ 154 milhões.
A ponte sobre o Rio Madeira deve conectar os acreanos à malha rodoviária federal a partir da BR-364. A rota também vai permitir a conexão com a BR-317, a Transoceânica, pela qual se pode chegar até o litoral peruano.
Curiosidades
A Ponte do Abunã, sobre o rio Madeira, será a segunda maior ponte de água doce do Brasil, atrás apenas da Ponte Jornalista Phelippe Daou, sobre o rio Negro, que liga Manaus a Iranduba e tem mais de 3,5 quilômetros de comprimento.
Embora a ponte seja totalmente construída no território rondoniense, a outra ponta da cabeceira da estrutura é conhecida como "lado do Acre", por apontar o sentido ao estado vizinho. Antes mesmo de se chegar ao território acreano, ainda se percorrem os distritos de Fortaleza do Abunã, Vista Alegre do Abunã, Extrema e Nova Califórnia, todos pertencentes a Porto Velho.
A Ponte do Abunã em números
1,517 mil metros de comprimento
2 mil veículos será o fluxo diário da ponte
R$ 154 milhões foi o total de investimentos para a construção da ponte