Em ambientes militares reza antiga lenda que diz que, apesar de as Forças Armadas brasileiras serem, no que diz respeito a equipamentos e tecnologia, inferiores às suas homólogas norte-americanas, os nossos primos ricos jamais chegariam perto de nos tomar a Amazônia.
Fazia-se até uma analogia entre o que aconteceu na guerra do Vietnã, em que os EUA tinham seus ataques frustrados pelo conhecimento local e táticas de guerrilha dos vietcongues, e o domínio e a expertise dos “guerreiros de selva” da Amazônia brasileira.
Essa comparação não é forçada. A Amazônia é um dédalo traiçoeiro e quase instransponível para quem lhe é estranho. O que nos autoriza a afirmar, sem medo de errar, que a maior arma de guerra, principalmente hoje em dia, é a informação. O “como vencer”, mais do que tudo, é o primeiro degrau para se alcançar a vitória final.
TROCA DE EXPERIÊNCIAS
Até o dia 16 de novembro, ocorre o Exercício Combinado Brasil/EUA, CORE 23 (Combined Operations and Rotation Exercises), que reúne tropas brasileiras e norte-americanas na região da Amazônia Oriental, em Belém (PA).
No Rio Oiapoque militares brasileiros e norte americanos se deslocaram usando embarcações de alumínio do Exército Brasileiro.
No terceiro dia do CORE 23, foi realizado Assalto Aeromóvel, em Macapá, Ferreira Gomes e Oiapoque, no estado do Amapá.
Onze aeronaves da Aviação do Exército (AvEx) foram empregadas no exercício. Na manobra combinada, a força de helicópteros decolou com 310 militares das tropas dos dois exércitos – EUA e Brasil.
O objetivo do Assalto Aeromóvel foi infiltrar as tropas pelo ar, para que os militares (brasileiros e norte-americanos) pudessem conquistar um local estratégico dentro de território inimigo (Amazônia brasileira) em guerra simulada.
As aeronaves decolaram do Aeródromo Salomão Alcolumbre, na comunidade do Curiaú, em Macapá, e desembarcaram as tropas na região de Ferreira Gomes, onde a guerra simulada segue ocorrendo.
As aeronaves empregadas no adestramento são de cinco modelos usados pela Aviação do Exército Brasileiro: Black Hawk, Cougar, Jaguar, Pantera K2 e Fennec AvEx.
O comandante de aviação do Exército, general de brigada Fábio Serpa de Carvalho Lima, falou sobre a atividade:
“É extremamente importante a participação de nossas tropas em exercícios, sejam eles singulares, conjuntos e principalmente os exercícios combinados, como é este que ocorre agora. Desde a CORE 21, a Aviação se faz presente. Realizando atividades no contexto da CORE, nós temos evoluído em termos de técnicas, táticas e procedimentos, trocando experiências com o Exército Norte-Americano”, explicou.
INFILTRAÇÃO DE PARAQUEDISTAS
Como preparação para o assalto aeromóvel, vinte e um militares das Forças Especiais e precursores paraquedistas do Brasil e dos Estados Unidos realizaram, na véspera, uma infiltração por salto livre operacional a partir de uma altitude de 10 mil pés.
Já em terra, na zona de desembarque Selva, os militares percorreram cerca de 14 quilômetros em território inimigo.
A missão da tropa de Forças Especiais foi fazer o reconhecimento especializado dos objetivos a serem conquistados. Já o Destacamento de precursores paraquedistas teve como foco o balizamento da zona de aterragem, além do reconhecimento da área para posterior auxílio na reorganização da tropa que realizaria um assalto aeromóvel.
O titular da SESDEC coronel - BM Felipe Vital foi homenageado pelo Governo do Estado do Acre em solenidade oficial
Com inauguração de Posto do Gefron e entrega de veículos e equipamentos, governo do Acre fortalece Segurança Pública do Estado
O governo do Acre celebrou na manhã desta segunda-feira, 13, o sucesso de um evento marcante para a Segurança Pública. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança (Sejusp) foi a instituição responsável por coordenar as atividades, que incluíram a inauguração do Posto de Fiscalização do Grupo Especial em Fronteiras (Gefron), em Senador Guiomard, junto a uma ampla entrega de novos veículos e equipamentos, além da outorga de medalhas de honra e mérito a autoridades.
O investimento total para a inauguração da Base do Gefron alcançou mais de R$ 2 milhões, enquanto as entregas de veículos e equipamentos somaram quase R$ 4 milhões. Os recursos para a inauguração do prédio foram provenientes do Fundo Nacional de Segurança Pública, enquanto as viaturas e equipamentos foram doados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A Base do Gefron é um posto de fiscalização histórico no Acre no combate aos crimes fronteiriços. O espaço passou por uma gigantesca ampliação, num ponto estratégico da região, gerando conforto e capacidade de ampliação das atividades. Somente nos últimos quatro anos, agentes dos Gefron foram responsáveis pela apreensão de mais de quatro mil quilos de drogas, além de mais de 150 armas ilegais.
A governadora em exercício, Mailza Assis, esteve presente no evento e destacou a importância de um investimento desse nível para o Estado.
“É uma obra de grande impacto do nosso estado, que demonstra o compromisso do governo Gladson Cameli com a segurança pública do Acre, com o apoio do governo federal. Hoje é um dia feliz na luta da garantia da lei e ordem no nosso estado”, afirmou a governadora.
Reconhecimento
O evento contou com uma série de atividades planejadas para fortalecer a presença do governo na área de segurança. Destacou-se, na programação, a entrega de medalhas de Honra e Mérito da Segurança Pública, num reconhecimento especial aos secretários que compõem a Amazônia Legal, homenageados por notáveis contribuições para a segurança na região.
Entre os homenageados, secretários de Segurança Pública dos estados de Tocantins, Rondônia e Maranhão, além de autoridades da segurança dos países fronteiriços Bolívia e Peru. A governadora Mailza Assis e o secretário de Segurança Pública do Acre, Américo Gaia, também foram homenageados pela Polícia de Pando, da Bolívia.
“É um momento muito importante para o governo do Acre, no combate aos crimes transfronteiriços, no fortalecimento da estrutura de trabalho para nossos profissionais e de reconhecimento a esse trabalho feito numa região de fronteira, no meio da Amazônia, que só conseguimos combater com este trabalho em conjunto”, disse o secretário Gaia.
Fortalecimento
Outro destaque foi a entrega de oito viaturas, duas vans e um caminhão-guincho para as forças de segurança do Estado, como parte do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas). Adicionalmente, materiais de informática, drones e equipamentos de proteção para a Polícia Militar foram distribuídos, reforçando os recursos disponíveis para as forças de segurança.
Bastante grato pelo fortalecimento do órgão, o coordenador do Gefron, coronel Cleudo Maciel, relatou: “Estamos vivendo o segundo maior momento histórico do Gefron. O primeiro foi sua criação. E agora é essa entrega, que melhora e muito a qualidade dos serviços do Baixo e Alto Acre. Estaremos operando tanto com nossa tropa, como de forma integrada com outras forças de segurança”.
O evento foi realizado na Base de Fiscalização do Gefron, localizada no Trevo de Senador Guiomard. Sua realização buscou beneficiar não apenas as forças de segurança, mas também a população em geral, demonstrando o compromisso do Estado em manter a ordem e a segurança pública.
O evento representou um marco significativo para a Segurança Pública do Acre, evidenciando o compromisso do governo com o fortalecimento das instituições de segurança e o bem-estar da população.
Também estiveram presentes no evento o representante do Ministério da Justiça, coronel Roney Jobim; a prefeita de Senador Guiomard, Rosana Gomes; o deputado federal Coronel Ulysses e o deputado estadual Tadeu Assem.
Espécie mutum-pinima é considerada criticamente ameaçada e foram avistados seis exemplares, entre eles, casais, o que dá esperanças sobre manutenção da espécie.
Com informações da Agência Brasil
Eram quatro horas da manhã na várzea do rio que banha a Terra Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins (PA). O canto de pássaro surge de forma surpreendente para dois pesquisadores ornitólogos, no décimo dia da expedição da pesquisa em que buscavam a ave mutum-pinima, criticamente ameaçada de extinção. Eles quase não acreditavam no que ouviam. E depois no que enxergavam. Havia 40 anos que nenhum pesquisador via o bicho de perto. E aconteceu.
"A gente observou e gravou o bicho por mais de dez minutos. Foi aquela felicidade", diz o ornitólogo Gustavo Gonsioroski que atuou no estudo realizado no mês passado. Foram registrados seis indivíduos, entre eles casais, o que garante a esperança de manutenção da espécie.
Gonsioroski e outros pesquisadores preparam-se para voltar à região no mês que vem, na tentativa de encontrar outras aves mutum-pinima como essa para política de manejo e proteção. Ele participa do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte).
O plano é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão (Sema) ,juntamente com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do estado do Pará (Ideflor-Bio). A iniciativa faz parte do projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
"Encontrar seis indivíduos é algo inédito. Foi muita adrenalina e emoção. Um momento bem exclusivo mesmo",
afirmou Gonsioroski.
Para encontrar os animais, os pesquisadores contaram com informações de indígenas da região, da etnia Gavião Parkatejê, e da tecnologia com instalação de dez gravadores de áudio e dez câmeras trap, para registro de vídeo.
Foto: Divulgação/Acervo Fauna-MA
Ameaças
O biólogo e ornitólogo Leonardo Victor, que também participou da expedição, relata que a identificação ocorreu quando se preparavam para desistir.
"Nós tínhamos colocado as câmeras em locais que os indígenas tinham recomendado. Primeiro tomamos um susto. Há 40 anos a espécie não aparecia",
comenta.
Os pesquisadores explicam que se trata de ave restrita a uma pequena região da Amazônia, entre o leste do Rio Tocantins e a Amazônia maranhense.
"O maior problema da espécie é que está restrita a uma área de mata de várzea devastada da Amazônia, muito impactada pela destruição da floresta",
afirma Gustavo Gonsioroski.
Conscientização
Além da destruição do habitat, ele explica que a caça de aves na região é cultural. Estar presente nessa região, segundo os pesquisadores, indica que a terra indígena é ainda um local mais protegido. Segundo a pesquisadora Laís Morais Rêgo, superintendente de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Sema e coordenadora do plano de ação, a descoberta deve ser acompanhada do fortalecimento da legislação para proteger o animal ameaçado.
"O plano tem como meta proteger 12 espécies ameaçadas e melhorar o estado de conservação delas. Estão criticamente ameaçadas de extinção", explica. Estar criticamente ameaçada é o estágio anterior da extinção.
Outra meta do projeto, ressalta a superintendente, é trabalhar na conscientização das comunidades da região para ajudar na proteção do animal. "Estamos agora nessa fase de construção de material educativo para também conseguir melhorar esse aspecto da divulgação", afirma Laís.
"Os indígenas ficaram muito comovidos com a situação da ave e se colocaram à total disposição para ajudar a difundir a mensagem de que se evite a caça",
afirma o biólogo Leonardo Victor.
De acordo com os pesquisadores, há uma estimativa de que exista no máximo 50 indivíduos vivos na natureza. "Nós encontramos seis bichos lá em dez dias".
Brasília - Pesquisadores acham ave quase em extinção e desaparecida há 40 anos - Foto Acervo Fauna-MA/Divulgação
Plantadores de açaí
Salvar uma espécie tem significados imensuráveis para o meio ambiente. Não obstante, os pesquisadores lembram que, para sensibilizar pessoas leigas, é necessário ratificar que uma espécie como o mutum-pinima colabora de forma fundamental para a vida humana. "Tento passar uma mensagem que a ave é um prestador de serviço natural", diz Leonardo Victor.
"Não adianta só falar que a legislação trata de patrimônio natural. É preciso lembrar que a ave colabora para a plantação do açaí na região. Esse animal ameaçado leva as sementes que plantam floresta de açaí na Amazônia, um bicho que dissemina o sustento de comunidades",
acrescenta Gonsioroski.
A coordenadora da pesquisa ratifica que a importância das aves, próximas aos rios, para a plantação do açaí torna didática essa cadeia natural entre fauna e flora, por exemplo. "É uma engrenagem. Quando uma espécie deixa de existir, outras também vão começar a faltar".
Em dezembro, os pesquisadores voltam à região para recolher os gravadores e câmeras e continuar buscando a ave em locais em que ainda não passaram. Eles vão procurar novamente o bicho de canto grave, difícil de captar até com um gravador, já que é tímido e arisco, que surge de manhã e "some". Depois, retorna no crepúsculo. Os pesquisadores querem iluminar essa história e conhecer mais da ave para saber como preservá-la.
Propostas serão base de plano nacional para concretizar meta
O governo federal divulgou as regras para que as redes públicas de educação básica dos estados, Distrito Federal e municípios possam apresentar as demandas por ações do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA). A medida, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13), possibilitará apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação (MEC) às unidades federativas que aderiram à política pública.
Lançado no mês de junho, o CNCA tem a previsão de investimentos de R$ 2 bilhões em quatro anos, com o objetivo de garantir que todas as crianças que cheguem ao 2º ano do ensino fundamental estejam alfabetizadas, além de recompor a aprendizagem impactada pela pandemia de covid-19. A política pública busca atuar sobre os índices revelados pela pesquisa Alfabetiza Brasil, que apontaram a não alfabetização de 56,4% dos 2,8 milhões de crianças concluíram o 2º ano do ensino fundamental em 2021.
As demandas que vão integrar o Plano de Ações Articuladas (PAR), vigente de 2021 a 2024, para atendimento do CNCA, terão que observar critérios de prioridade para formação continuada dos profissionais de educação, aquisição de material didático e equipamentos em técnica digital (TIC). As unidades federativas poderão apresentar demandas do território estadual e demandas individuais.
Um Plano de Ações do Território Estadual (PATE) será elaborado a cada ano, com as necessidades a serem atendidas por ações colaborativas entre União, estados e municípios, para alfabetização nos 1º e 2º anos do ensino fundamental; para a recomposição da aprendizagem, do 3º ao 5º ano do ensino fundamental; e para a educação infantil, com objetivo de desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita. O documento, auxiliar ao PAR, reunirá diagnóstico, planejamento de ações, avaliação do MEC, adesão do município ao CNCA, demandas apresentadas e planejamento para o PAR.
Os municípios que não aderirem ao plano de seu estado, ou que fizerem adesão parcial, poderão apresentar demandas individuais diretamente no seu Plano de Ações Articuladas, desde que as demandas não estejam contempladas no PATE.
As demandas de equipamentos em técnica digital que viabilizem a articulação institucional e a supervisão pedagógica também poderão ser apresentadas pelos municípios, estados e Distrito Federal, com a condição de que participem da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa).
Assassinato de mulheres caiu em todo o país, mas deu salto de 16% na região sudeste
Os registros feminicídios e homicídios femininos cresceram 2,6% no Brasil no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Já os registros de estupros e de estupros de vulnerável deram um salto de 14,9%. Em números absolutos, 34 mil mulheres foram vítimas desse crime. Do total de casos de estupro, 70% vitimaram meninas de até 13 anos.
Os dados alarmantes são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgou os números nesta segunda (13).
Nos primeiros seis meses de 2023, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, contra 704 no mesmo período do ano passado.
Os dados têm como fonte os boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal.
O Fórum afirma que eles são preliminares e podem ser alterados no curso das investigações ou quando tornarem-se processos.
O número de mortes de mulheres por razões de gênero cresce ininterruptamente no Brasil desde 2019, diz ainda a organização.
O Sudeste é o responsável pelo crescimento da média nacional, já que foi a única região em que o número de feminicídios e homicídios de mulheres subiu.
A variação foi de 16,2%, com 273 vítimas.
No Centro-Oeste houve redução de 3,6% (81 vítimas). No Norte, a queda foi de 2,8% (69 vítimas). Já o Nordeste registrou a maior redução do período: 5,6% (187 vítimas).