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Regionais : Criança de 3 anos passa 20 horas ao lado do corpo da mãe, morta a tiros no interior de São Paulo
Enviado por alexandre em 17/11/2023 09:17:45

Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito do crime é o companheiro da vítima que, até o momento, não foi localizado

Uma criança de 3 anos ficou cerca de 20 horas ao lado do corpo da mãe, morta a tiros na própria casa, em Presidente Prudente, interior de São Paulo.

 

A vítima, identificada como Dayane Stefanie Henn Tricote, de 27 anos, foi alvejada com seis tiros. Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito do crime é o companheiro de Dayane que, até o momento, não foi localizado. 

 

O crime aconteceu na última quarta-feira, 15, em um apartamento no bairro Cecap. O Terra apurou que vizinhos acionaram a Polícia Militar após ouvirem barulho de tiros por volta de 1h. A PM esteve no local, mas foi embora após ninguém abrir a porta. 

 

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Testemunhas também relataram às autoridades que estranharam o silêncio no apartamento ao longo do dia. Às 21h, perceberam a movimentação de um dos filhos de Dayane. Ao ser questionado se tinha mais alguém na casa, a criança disse que estava com a mãe "machucada". O menino não conseguia abrir a porta e jogou a chave pela janela. 

 

Os vizinhos então encontraram a mãe do garoto caída no chão do quarto, já sem vida, e voltaram a acionar a PM. O local foi isolado para perícia, que apontou rigidez no corpo de Dayane, indicando que a vítima já estava morta há algum tempo. 

 

No local, as equipes também encontraram cápsulas de arma de fogo, um revólver de calibre .32. A perícia também apontou que Dayane foi atingida por seis tiros nas regiões da nuca, peito e costas. Quanto ao criminoso, testemunhas apontaram que ele pode ter fugido durante a madrugada, uma vez que seu carro e moto foram levados do local antes do amanhecer de quarta-feira.

 


 

Ao Terra, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como violência doméstica e homicídio na Delegacia Secccional de Presidente Prudente e encaminhado para investigação pela Delegacia de Defesa da Mulher do município. Equipes realizam buscas para localizar e deter o suspeito. 

 

Fonte:Terra

 

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Brasil : Calor intenso: nº de mortes de idosos aumentou 85% nas últimas três décadas devido as altas temperaturas; entenda
Enviado por alexandre em 17/11/2023 09:16:02

Foto: Reprodução

Pesquisa internacional ainda alerta que as ondas de calor serão mais frequentes nos próximos anos e farão com que quase 525 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar

O Brasil está enfrentando nos últimos dias uma nova onda de calor e altas temperaturas com termômetros marcando acima de 40°C e sensações térmicas que ultrapassam os 50°C. Segundo um relatório feito pela revista The Lancet as mortes de idosos, acima dos 65 anos, relacionadas ao calor cresceram mais de 85% nas últimas três décadas.

 

O estudo foi feito por uma colaboração internacional de mais de 114 cientistas e pesquisadores de 52 instituições do mundo e de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) ao redor do mundo. Segundo a pesquisa, o aumento é substancialmente maior do que o crescimento projetado de 38%.


Para chegar ao dado, os cientistas simularam como seriam essas mortes se as temperaturas mantivessem os mesmos níveis — seria, então, um crescimento de 38% em comparação com o período de 1990 a 2020.

 

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Segundo os cientistas, o que teria proporcionado este aumento é o aquecimento global, gerado pelas mudanças climáticas e que são potencializadas por atividades humanas. Ainda segundo o estudo, a população nesta faixa etária e os bebês, são vulneráveis a riscos para a saúde, quando expostos ao calor.

 

O Ministério da Saúde também criou uma página especial com 22 cuidados e medidas importantes para evitar riscos à saúde e revelou os grupos que são mais propensos a sofrer com o calor excessivo.

 

“Idosos, crianças, mulheres grávidas, pessoas doentes ou acamadas são vulneráveis e merecem mais atenção. Idosos e crianças, por exemplo, têm muita dificuldade de reconhecer a sede. Por isso, é necessário oferecer água com muito mais frequência a eles”, alerta Agnes Soares, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador.

 

A publicação do The Lancet ainda alerta que as ondas de calor serão mais frequentes nos próximos anos e farão com que quase 525 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar entre 2041 e 2060, agravando o risco global de desnutrição. Com as mudanças climáticas, a população fica exposta a contrair doenças infecciosas e fatais, como a dengue, a malária e outras viroses.


Confira as 22 medidas do Ministério da Saúde:

 

Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;


Se expor ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha, sensível e até com bolhas. Use protetor solar;


Use chapéus e óculos escuros (especialmente pessoas de pele clara);


Proteja as crianças com chapéu de abas;


Use roupas leves e que não retêm muito calor;


Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;


Em veículos sem ar-condicionado, deixe as janelas abertas;


Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados;


Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;


Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;


Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;


Recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas doentes podem não sentir sede. Ofereça-lhes água;


Se possível, feche cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor e facilite a circulação do ar;


Abra as janelas durante a noite;


Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos roupas ao dormir, sobretudo, em bebês e pessoas acamadas;


Informe-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas que vivem só, idosas ou com dependência que vivam perto de si e ajude-as a protegerem-se do calor;


Mantenha ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água;


Mantenha medicamentos abaixo de 25º C na geladeira (ler as instruções de armazenamento na embalagem);


Procure aconselhamento médico se sofrer de uma doença crônica condição médica ou tomar vários medicamentos;


Busque ajuda se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade ou tiver sede intensa e dor de cabeça;


Se sentir algum mal-estar, busque um lugar fresco o mais rápido possível e meça a temperatura do seu corpo e beba um pouco de água ou suco de frutas para reidratar;

 


 


No período de maior calor, tome banho com água ligeiramente morna. Evite mudanças bruscas de temperatura. 

 

Fonte: O Globo

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Mais Notícias : Câncer de próstata: 20% dos casos são diagnosticados em estágio avançado
Enviado por alexandre em 17/11/2023 09:14:15

Foto: Reprodução

Exame de rastreamento é capaz de encontrar lesões precursoras e diagnóstico precoce revela melhor prognóstico de cura

Apesar de toda a conscientização anual, o câncer de próstata permanece como a neoplasia sólida mais comum entre os homens e a segunda maior causa de óbito oncológico. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 71 mil novos casos são esperados até 2025.

 

Ainda que os avanços terapêuticos estejam avançando, como a cirurgia robótica e o advento de centros especializados no tratamento de câncer de próstata, cerca de 25% dos pacientes morrem pela doença e 20% são diagnosticados em estágios avançados. A descoberta da doença logo no início, porém, aumenta a chance de cura, que chega a 90% dos casos. Além disso, também evita o sofrimento e a necessidade de tratamentos de alto custo.

 

De acordo com o Dr. Alexandre Pompeo, urologista do Hcor, os exames de rastreamento devem ser realizados a partir de 50 anos “A avaliação precisa ser realizada por um especialista e de maneira individualizada. Os benefícios que essa abordagem traz são sentidos até mesmo nas taxas de mortalidade. Segundo estudos recentes, foi possível identificar uma queda entre 25% e 32%, nos pacientes que tiveram seu cuidado personalizado”, explica.

 

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Isso acontece porque a identificação de pacientes com risco de desenvolver a doença de forma mais agressiva, por meio de parâmetros clínicos ou laboratoriais, pode ajudar com a indicação e frequência do rastreamento. “Os exames de rastreio tem o intuito de identificar uma lesão precursora ou um câncer em estágio inicial. Essa prática é altamente utilizada para a detecção de câncer de colo uterino e de mama, além de ser apoiada pelas sociedades oncológicas ao redor do mundo”, aponta.

 

COMO REDUZIR OS FATORES DE RISCO

 

A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente a partir dos 60 anos. Porém, o histórico familiar de câncer de próstata e a obesidade também estão associados à maior incidência (até 56% mais riscos) e ao achado de tipos histológicos mais avançados. Destacam-se, ainda, como fatores de risco associados à doença a etnia e a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho.

 

“Apesar de a melhor forma de reduzir esses fatores ser o rastreamento, cessar o tabagismo, manter uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios também são opções muito significativas. O estilo de vida mais saudável não protege apenas do surgimento do câncer de próstata, mas de várias outras doenças. Além disso, é importante procurar ajuda profissional quando sentir os sinais do corpo quando tem algo errado”, complementa o Dr. Alexandre Pompeo.

 

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Brasil : A ferrovia de papel
Enviado por alexandre em 17/11/2023 09:11:14

Depois de mais de um século, projeto de ferrovia que deverá chegar a Rondônia avança no Mato Grosso.


Depois de muitas tentativas frustradas, desde o século 19, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) foi inaugurada em 1912; foi a 15ª ferrovia construída no Brasil. O percurso era de 366 quilômetros ligando Porto Velho – então uma cidade ao sul do estado do Amazonas – a Guajará-Mirim, cidade mato-grossense na fronteira do Brasil com a Bolívia.

Somente em 1943 seria criado o Território Federal do Guaporé, atual estado de Rondônia, com Porto Velho como capital. Até 1966, a EFMM funcionou com passageiros e teve alguma sobrevida para fins turísticos; tornou-se uma iconografia histórica, um símbolo desta região amazônica.

O que muitos não sabem é que se planejava outra ferrovia para o atual estado de Rondônia, chegando à região do Vale Guaporé. Desde a Comissão Rondon (1907/1930), já se falava em perspectiva da instalação de uma ferrovia com saída onde está hoje o município de Cabixi no sentido a Cuiabá e, de lá, para o Sudeste do País. Em 1911, houve estudos elaborados pelo Governo Federal neste sentido. Mas ficou só na intenção.

Cidade de Vilhena, sul de Rondônia. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal

Já no Governo Juscelino Kubitscheck, na década de 1950, foi idealizada a Ferrovia Transulamericana que ligaria os oceanos Pacífico e Atlântico, cortando todo o território do Guaporé no sentido Vilhena-Porto Velho. O projeto não avançou. No dia em que inaugurou a BR-29 (atual 364), em 1960, JK chegou a fazer mencionar o projeto, mas ele encerraria naquele ano o seu governo; seus substituto, Jânio Quadros, engavetou a ideia e, por pouco, não paralisou até mesmo as obras da 364, o que só não ocorreu por pressão da própria sociedade.

Em 1985, houve empolgação quando do anúncio da Leste-Oeste ligando Vilhena a Pirapora (MG), cobrindo distância de 2 mil e 300 metros, com previsão de custar US$ 5 bilhões de dólares, segundo a Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes. Não avançou.

Em outras ocasiões, a ferrovia foi novamente anunciada com alarde pelo Governo Federal que promoveu reuniões e audiências públicas em Vilhena. Em 1987, anunciou-se, de novo, a ferrovia agora ligando Vilhena a Vitória (ES), como parte de um estudo da Fundação Pedroso Horta sobre as necessidades globais da Região Centro-Oeste (que termina em Vilhena, divisa entre MT e RO) no abastecimento alimentar do mundo.

O mapa do traçado da FICO. Imagem: Divulgação/Governo Federal

Somente em 17 de setembro de 2008, por meio da Lei 11.772, a ferrovia foi incluída no Plano Nacional de Viação, agora com o nome de Transoceânica. Ultimamente, com o nome de FICO (Ferrovia Integração Centro-Oeste), foi anunciada "outra" ferrovia – ligando Vilhena a Mara Rosa (GO), 1.641 km de extensão, interligando à Norte-Sul, ao custo de R$ 6,8 bilhões.

A obra teve início em 2021 e, em 2023, o primeiro trecho (Mara Rosa a Água Boa (MT), com 383 km) foi aterrado. Não há uma previsão de quando a ferrovia atingirá Vilhena. Após isso acontecer, uma extensão de aproximadamente 700 quilômetros entre Vilhena e Porto Velho está em estudo, possibilitando a integração da FICO com a Hidrovia do Madeira, um dos principais corredores de exportação da soja, da carne, do milho e do algodão produzido em Rondônia e no Mato Grosso.

De acordo com o projeto da FICO, o traçado licenciado é 1,4 km distante das unidades de conservação mais próximas à ferrovia e não interceptará nenhum assentamento. Também não abarca nenhuma terra indígena ou comunidade remanescente quilombola dentro ou fora da Amazônia legal.

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Brasil : Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta mitigam emissão de gases de efeito estufa na Amazônia
Enviado por alexandre em 17/11/2023 09:09:08

Estudo conclui que a adoção de ILPF, em diferentes combinações, tem um balanço positivo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no bioma. O balanço líquido de carbono equivalente, no fim de quatro anos, foi negativo.


A atividade peculiar com uso de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), em diferentes símbolos, tem um balanço positivo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no bioma Amazônia. Essa é a conclusão de um estudo realizado no maior experimento da ILPF do País, localizada na Embrapa Agrossilvipastoril, no Mato Grosso.

Uma pesquisa mensurou e comparou dados de pastagem solteira de Brachiaria brizantha cv. Marandú; integração lavoura-pecuária (ILP), com dois anos de cultivo de soja na safra e milho com braquiária na segunda safra, seguido por dois anos de pecuária; integração pecuária-floresta (IPF) com renques triplos de eucalipto a cada 30 metros; e ILPF, com a mesma rotação da ILP, porém com linhas simples de eucalipto a cada 37 metros.

Os resultados demonstraram que o balanço líquido de carbono equivalente no fim de quatro anos foi negativo em todos os sistemas, ou seja, houve um sequestro maior do que as emissões.

Foto: Gabriel Faria

O maior saldo foi o do sistema IPF, com 51,3 toneladas de carbono equivalente por hectare (ton/CO2eq/ha), seguido pelo ILPF, com 39,5. 

A ILP teve saldo positivo de 18,8 ton/CO2eq/ha e até mesmo a peculiar em sistema convencional sequestrou mais carbono do que emitido, com 26,8 ton/CO2eq/ha ao longo de quatro anos. 

A pesquisa usou como referência de comparação uma área de pasta degradada, de forma a simular o que aconteceria se ela fosse recuperada com um desses sistemas produtivos.

"Como estamos tentando proporcionar sistemas mais sustentáveis para o Brasil, usamos como referência de comparação uma pastagem degradada. Sistemas sustentáveis são aqueles que produzem bem, com neutralização de emissões de gases. É isso que chamamos de intensificação, é você sair de um local com baixa produção animal e de forragem para uma maior produtividade, com aumento da qualidade do solo",

afirma a doutoranda no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP)  e primeira autora do trabalho, Alyce Monteiro .

Bruno Pedreira - atualmente na Universidade do Tennessee, mas na época do estudo pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril e coorientador de Alyce Monteiro - destaca o fato de que mesmo a pecuária solteira, quando bem manejada, mostrou-se eficiente no balanço de carbono equivalente. Para ele, isso indica como é possível melhorar a sustentabilidade da atividade no Brasil.

"Fazer a pecuária de uma maneira bem feita representa para nós a possibilidade de vender uma carne com balanço positivo de carbono. São sistemas que elevam a perspectiva ambiental da peculiaridade para o futuro. O Brasil é o País que tem potencial para fazer isso como nenhum outro",

afirma Pedreira.
Imagem: Divulgação/Embrapa

Pegada de carbono

Além de medir o carbono equivalente emitido por hectare em cada sistema, o estudo estudou unidades de medida de pegada de carbono, como CO2eq por quilograma de carcaça (carne) e por quilograma de proteína de consumo humano (percentual de proteínas presentes nos grãos e na carne). A madeira produzida não foi contabilizada nos cálculos de pegada de carbono, uma vez que o corte final ainda não foi feito.

O sistema ILP foi o que teve maior emissão de gases de efeito estufa por quilograma (kg) de produção produzida. O número foi 7% maior do que a ILPF, 32% maior do que a IPF e 42% maior do que a pecuária solteira. Quando expresso o balanço líquido de emissões pelo volume de carcaça, todos os sistemas tiveram números negativos, ou seja, sequestraram carbono para cada quilograma de carne produzido. Os sistemas com árvores tiveram um balanço negativo maior do que o ILP e a pecuária.

O sistema silvipastoril (IPF) foi o que teve o maior balanço negativo quando expresso em kg CO2eq/kg de proteína de consumo humano, ou seja, foi o que mais sequestrou carbono por quilograma de proteína de alimentação humana. Foram 69,32 kg CO2eq estocados a cada kg de proteína digerida pelo homem por meio da carne e dos grãos produzidos. Esse resultado foi duas vezes maior do que a pecuária, 5,2 vezes maior do que a ILPF e 11,4 vezes maior do que a ILP. 

Imagem: Divulgação/Embrapa

Entretanto, os sistemas ILP e ILPF foram os que tiveram maior produção de proteína de consumo humano por hectare, com 3.010 kg/ha, contra 755 kg/ha da pecuária e da IPF.

O estudo avaliou ainda o percentual da contribuição de cada gás de efeito estufa nos sistemas. O metano é sempre o gás de maior impacto, chegando a 85% das emissões na pecuária isolada e na IPF, 68,6% na ILPF e 66,1 na ILP. 

Imagem: Divulgação/Embrapa

Passo a passo da pesquisa

A coleta de dados da pesquisa ocorreu no experimento de ILPF com foco na produção de carne, grãos e madeira da Embrapa Agrossilvipastoril entre 2015 e 2018, porém também foram usadas referências como informações coletadas nesse mesmo experimento ao longo de mais de dez anos.

Para se chegar aos números foi necessário mensurar dados de produtividade dos animais e do trabalho, sobre o crescimento das árvores, insumos utilizados, acúmulo de carbono no solo em todos os sistemas, estimativa das emissões de óxido nitroso, emissão de metano entérico pelos animais e consumo de combustível e energia para a produção.

Para a mensuração das emissões de metano entérico, por exemplo, foi utilizado o equipamento GreenFeed, que mede o metano expelido pelo animal enquanto este se alimenta em um cocho.

Dados da literatura foram usados para fazer os devidos específicos e extrapolações.

"Trabalhamos com três anos de dados da Embrapa Agrossilvipastoril. Foi muito difícil, pois é um banco de dados muito grande. Tio que relaciona vários fatores de envio. Isso tudo exige muito cuidado quando se trabalha com modelagem para não haver nenhum erro nos resultados", afirma Alyce Monteiro.

O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Ciro Magalhães é um dos responsáveis pela condução do experimento e também coautor do trabalho. Ele destaca o papel dessa plataforma experimental de larga escala e longa duração.

"Trabalhos dessa magnitude são sempre solicitados, pois envolvem a busca contínua por recursos e também a interlocução constante com toda a equipe envolvida. Todas as ações são planejadas em conjunto, de modo a aprimorar os esforços para garantir a entrega de dados confiáveis, que irão embasar todas as ações que serão feitas posteriormente. Esse tipo de trabalho é de longo prazo e, para a obtenção de resultados, são necessários muitos anos de pesquisa",

afirma o pesquisador.

Magalhães ressalta ainda a importância de se obter esse tipo de respostas científicas na região de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia, uma região de grande interesse no que respeito diz à sustentabilidade da produção agropecuária. 

"É possível aumentar a produção de alimentos, fibras e energia por meio da conversão de áreas degradadas no bioma em sistemas integrados de produção. Ou seja, não há necessidade de abertura de novas áreas, mas sim fazer com que as áreas já abertas sejam utilizadas de forma mais eficiente",

pontua.
Foto: Gabriel Faria

Apoio a políticas públicas 

Para os pesquisadores envolvidos nesse trabalho, os resultados ajudarão a embasar políticas públicas que visam a transição para uma agropecuária de baixo carbono, como o Plano ABC+, já implementado pelo governo brasileiro.

Magalhães lembra que adotar sistemas de integração, sejam eles trabalho-pecuário, pecuário-floresta ou ILPF, exigem mais esforços de todos os envolvidos.

"Como são sistemas mais complexos, os sistemas ILPF bloqueiam ações de capacitação de mão-de-obra, financiamento a partir de linhas de crédito diferenciadas, estudos de mercado e investimento em infraestrutura", observa o pesquisador.

Já Pedreira lembra que mesmo uma pecuária solteira pode ser um vetor de redução de emissões de gases de efeito estufa, se houver um bom manejo de pastagem e dos animais.

"Talvez seja preciso rever o que pode ser fomentado pensando em auxiliar o produtor também nos sistemas de pecuária tradicionais. Sabendo que eles podem ser altamente produtivos, se bem trabalhados, com fertilidade do solo corrigido, suplementação animal e uso das boas práticas agropecuárias, podemos reconsiderar nossas políticas no sentido de contribuição também nossos sistemas com base na pastagem", ressalta Pedreira.

Pesquisa é tema de artigo internacional 

Os resultados da pesquisa foram publicados no artigo Sistemas agropecuários-florestais como estratégia para mitigação de emissões de gases de efeito estufa e melhoria da sustentabilidade de sistemas pecuários forrageiros no bioma Amazônia (Sistemas ILPF) como estratégia para mitigação da emissão de gases de efeito estufa e aumento da sustentabilidade em sistemas de pecuária a pasto no bioma Amazônia) na revista Science of The Total Environment , que está com acesso aberto. O trabalho conta com a participação de pesquisadores brasileiros do Cena/USP, Embrapa Agrossilvipastoril e Universidade do Tennessee, e pesquisadores de franceses do Instituto Nacional Francês de Pesquisa em Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRAe).

*O conteúdo foi originalmente pela Embrapa

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