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Brasil : Rondônia como campeã de feminicídio
Enviado por alexandre em 13/09/2023 11:04:55

ÃO TEM SOLUÇÃO? PAÍS REGISTRA 600 ASSASSINATOS DE MULHERES EM SEIS MESES. EM RONDÔNIA, FORAM SETE MORTES

Como prevenir um caso desses? O marido vai com a mulher numa festa. Ela fica alegre, canta, dança, ri, conversa com várias pessoas. Vive um pouco. Possesso, tomado por um ciúme doentio, o homem pega uma arma e mata a mulher. A sangue frio. Na frente de várias testemunhas. O fato que ocorreu neste final de semana em Candeias do Jamari, foi apenas mais um ato de brutalidade, que ainda coloca Rondônia como campeã nacional de feminicídio, o apelido dado ao assassinato de mulheres, neste país que adora mudar o nome das coisas, como se isso fosse mudar também a triste realidade. Infelizmente não muda, apenas alegra quem adora inventar expressões do politicamente correto, que nada resolvem. 

A morte em Candeias foi apenas mais uma, entre as 600 registradas no Brasil apenas no primeiro semestre do ano. Mas não foi Rondônia que entrou para este mapa da violência brutal contra elas, nos colocando proporcionalmente nesta triste realidade, com números assustadores. No Ceará, por exemplo, de janeiro a junho, foram mortas nada menos do que 100 mulheres. Alguns dos crimes por motivos fúteis, mas sempre envolvendo ciúme, amor possessivo e doentio, mas, em todos os casos, a mais pura das covardias. Mesmo com leis mais duras, mesmo com ações mais concretas, como pedem, por exemplo, as deputadas estaduais rondonienses Ieda Chaves e Cláudia de Jesus, em pesados pronunciamentos no parlamento, nada detém os assassinos e sua sanguinária covardia.

No ano passado, Rondônia liderou o lamentável ranking de assassinatos de mulheres, com 3,1 casos para cada 100 mil habitantes. Neste ano, a segurança pública registra uma diminuição no número deste tipo de crime. No ano passado, chegamos ao triste total de 23 mortes brutais de mulheres. Neste primeiro semestre, de janeiro a junho, foram sete e a Sesdec diz que trabalha muito para que, no final deste ano, estes crimes tenham caído significativamente. Mas, mesmo que as estatísticas melhorem, como prevenir mortes como as de Candeias? Como saber que um marido tomado pelo ciúme vai ser tomado por um machismo incontrolável, ao ponto de executar sua companheira? A verdade é que, em todo o país, como aqui, ainda estamos longe de uma solução definitiva para tantas vidas destruídas.

Por Sérgio Pires

Brasil : Turismo, a vocação natural de Rondônia
Enviado por alexandre em 13/09/2023 00:29:26


Estado oferece atrativos que ainda são pouco explorados.


São muitas as vertentes que circundam o turismo, que representa cerca de 7% do PIB (produto interno bruto) nacional e movimenta uma cadeia produtiva de mais de 50 segmentos.

O Estado tem diversos potenciais turísticos ainda à mercê de se tornarem produtos turísticos mais conhecidos fora do contexto "doméstico". A natureza majestosa nos parques estaduais e federais, o Pico do Tracoá (ponto mais elevado de Rondônia, no município de Campo Novo), o Vale das Cachoeiras (Nova União), o encontro das águas dos rios Pacaás e Mamoré (Guajará Mirim), o Morro Chico Mendes (Ouro Preto do Oeste), a pesca esportiva no Vale do Guaporé (fronteira do Brasil com a Bolívia) são alguns dos atrativos no campo do ecoturismo.

Entretanto, Rondônia vai muito além. O turismo de negócios, por exemplo, movimenta o interior do Estado com as feiras agropecuárias e outros eventos do gênero que lotam hotéis, restaurantes e favorecem a economia local — do estacionamento de veículos ao transporte — gerando empregos e rendas. Neste mês de maio, aliás, será realizada em Ji-Paraná a Rondônia Rural Show, considerada a maior feira agropecuária do norte do País.

A capital Porto Velho: diversidade. Foto: Júlio Olivar/Arquivo pessoal

Cultura e eventos  

O turismo de eventos e o cultural também têm papel preponderante na economia criativa. Rondônia é pródiga nesta matéria. Na região do Baixo Rio Madeira — principalmente na comunidade de Nazaré — está localizada a partícula mais Amazônica do Estado, com seus folguemos, folclores e manifestações artístico-culturais. No Vale do Guaporé, assistem-se anualmente a Festa do Divino Espírito Santo. Usando embarcações tradicionais a remo — os batelões — bem enfeitadas com os símbolos do Divino, como é o pombo branco, e cobertas de esteiras de bambu, com fitas e bandeiras e cores branco e vermelho, os romeiros percorrem mais de 1300 quilômetros do Guaporé durante exatos 50 dias. As datas variam, mas sempre são no primeiro semestre de cada ano.

Dia de festa na tradicional Capela de Santo Antônio. Foto: Júlio Olivar/Arquivo pessoal

Cacoal é a cidade do interior onde acontecem alguns dos eventos mais badalados. Com o segundo aeroporto mais movimentado do Estado, Cacoal investe em gastronomia, tem uma boa rede hoteleira, produz café premiado internacionalmente, preza a cultura indígena e dispõe do badalado Selva Park, parque aquático e cenário de eventos que mobilizam grandes plateias, como é o tradicional Baile do Havaí.

Em Porto Velho, festa é o que não falta. As casas de shows, bares, teatros e eventos tradicionais estão sempre lotados. O carnaval é dos mais movimentados de todo o norte do Brasil. O bloco "Banda do Vai Quem Quer" atrai mais de 100 mil brincantes. E o arraial Flor do Maracujá garante a preservação das tradições que misturam informações nordestinas — justificando a formação migratória dos tempos dos ciclos da borracha — com elementos da cultura portuguesa. 

Os passeios de barco no Rio Madeira são uma atração à parte. Foto: Júlio Olivar/Arquivo pessoal

Porto Velho 

A capital de Rondônia tem um bom aparato para receber bem o turista — o aeroporto local é o quarto mais movimentado do Norte — e atrativos que vão do antigo ao contemporâneo. O Rio Madeira é um programa à parte; ênfase aos passeios de barco, admirando-se o por do sol a bordo, com direito a muitas histórias, comida regional, botos e uma boa água de coco. O rio é o 17º maior e tem a mais rica ictiofauna do Planeta (com mais de 900 espécies de peixes catalogadas). E falando em peixes, um grande atrativo é gastronomia à base de pescados. Fazem sucesso, entre outros, os peixes tambaqui, o dourado e o pirarucu. O prato oficial de Porto Velho é o "Purarucu Rondon".

No centro histórico da capital, destaques à praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, às margens do Rio Madeira, onde surgiu a povoação porto-velhense entre 1907 e 1912; o Museu da Memória no antigo Palácio Presidente Vargas (ex-sede do Governo Estadual), o Mercado Cultural com suas serestas, sambas e comidas típicas, a Catedral do Sagrado Coração de Jesus (que tem um museu sacro), as Três Caixas d'Água (iconografia oficial da cidade), a Casa de Cultura Ivan Marrocos (onde também funciona a galeria de artes Afonso Ligório) e o Mercado Municipal que comercializa muitos produtos tipicamente rondonienses — a exemplo do "bacalhau" de pirarucu e artesanatos indígenas.

Perto do centro histórico, vale um passeio pelo histórico bairro do Caiari, admirar os cafés, restaurantes charmosos, a Calçada da Fama, a sede do Consulado Italiano e o casario bem preservado desde a década de 1940.

Porto Velho tem, ainda, o maior teatro do Norte — o Palácio das Artes — , o complexo de lazer Espaço Alternativo — que reúne instalações arquitetônicas e ícones dos monumentos históricos do Estado —, o Memorial Rondon — que dispõe de mais de 400 peças e mantém um mini cinema contando a saga do Marechal Cândido da Silva Rondon, herói nacional e patrono do Estado de Rondônia. Ao lado do memorial está a Capela de Santo Antônio de Pádua, edificação de 1913.


Interior 

No interior do Estado também há muitas referências a Rondon, a exemplo dos museus da Comunicação, em Ji-Paraná, e Casa de Rondon, em Vilhena. Ainda no viés histórico, vale a pena conhecer o monumental Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques, construído ainda nos tempos do Brasil Colônia; é a maior obra de Portugal fora da Europa.

Em Presidente Médici, região central do Estado, há o Museu da Arqueologia, muito relevante por contar a história pré-colombiana no que hoje é o território do estado de Rondônia.

O monumental Forte Príncipe da Beira. Foto: Júlio Olivar/Arquivo pessoal

O outro nome de Rondônia poderia ser diversidade. Tudo é grande e muito: arquipélagos, biomas diversos — Cerrado, Amazonas e Pantanal —, rios, dezenas de etnias indígenas, quilombos, fauna e flora riquíssimas, histórias e culturas diversas traduzidas por gente do mundo todo que formou Rondônia, estado cortado pela BR-364 fundada em 1960 pelo presidente Juscelino Kubitscheck, seguindo o traçado das linhas linhas telegráficas abertas pelo desbravador Marechal Rondon, comandante de diversas expedições científico-militares que formataram Rondônia — palavra que significa Terra de Rondon. A terra do indigenista e sertanista três vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

O Vale das Cachoeiras, em Nova União. Foto: Júlio Olivar/Arquivo pessoal

Necessidades 

O turismo ainda requer muito para ser profissionalizado. Precisa de ações contundentes e assertivas com mais orçamento público para investimentos em infraestrutura, melhorias e mais voos nos aeroportos regionais, um centro de convenções em Porto Velho, mais estratégias de marketing para colocar Rondônia, definitivamente, na "prateleira" e nas principais rotas da América Latina.

Falta um tanto de dedicação e decisão afirmativa para dizer sim ao setor econômico que mais cresce no mundo. Mas, o certo é que o potencial está aí. À espera dos turistas que amam desbravar e conhecer um Brasil ainda pouco conhecido. 

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 


Brasil : Especialistas explicam por que o Pirarucu se tornou um peixe invasor em rio de Rondônia
Enviado por alexandre em 13/09/2023 00:23:45

O Pirarucu do Vale do Guaporé é considerado um peixe invasor e ameaça a fauna aquática nativa daquela região


O pirarucu, maior peixe de escamas de água doce do mundo, há anos, se tornou um problema em um rio de Rondônia. De acordo com especialistas, o Pirarucu do Vale do Guaporé é considerado um peixe invasor e ameaça a fauna aquática nativa.

Para evitar que essa espécie impacte negativamente a fauna do rio, órgãos de defesa e fiscalização, com o apoio de extrativistas, deram início a mais uma edição do plano de manejo de controle do pirarucu.

O pirarucu é considerado o maior peixe de escamas de água doce do mundo - Foto: Smithsonian

Entre os dias 25 de agosto e 4 de setembro, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), junto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e mais de 10 moradores extrativistas, realizaram a contagem da espécie dentro Reserva Extrativista (Resex) rio Cautário, em Costa Marques (RO).

Segundo o órgão, o objetivo da contagem é confirmar a redução da quantidade dessa espécie invasora e dar um diagnóstico de ocorrência, além de permitir fazer um censo populacional estimando onde há maior concentração dos animais.

De acordo com a Sedam, durante a ação, mais de 50 estações, entre baías, poços e o leito do rio, foram monitorados. Os resultados parciais indicam que, quando comparado ao levantamento feito em 2022, houve uma redução de aproximadamente 6% na quantidade de pirarucus da Resex.

Liberação da pesca 

Estudos dentro da Resex rio Cautário permitiram que, em 2019, a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aprovasse uma instrução normativa que liberasse a pesca do pirarucu onde a espécie é considerada invasora.

De acordo com a pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Carolina Dória, foi um longo trabalho dos pesquisadores para que as autoridades entendessem a importância de erradicar a espécie do rio onde ele é protegido por ele.

"Por ser um predador de topo, [o pirarucu] compete por alimentos e ainda come os predadores nativos. Por isso, a espécie causa tanto impacto no ambiente. Nossa sugestão era que a pesca desse peixe fosse liberada no trecho do rio Madeira acima da hidrelétrica, já que na parte jusante ele é nativo e a pesca é proibida", explica Carolina.

Foto: TV TEM/Reprodução

Plano de manejo 

Além da mudança na legislação, um plano de manejo da espécie foi implementado. De acordo com a Sedam, o objetivo é fazer o controle desses peixes na Resex, onde ele é considerado invasor e é um risco ambiental, sendo predador de diversas espécies nativas.

A intenção do plano é preservar a biota nativa e buscar o potencial de comércio do Pirarucu para os moradores da Resex.  

Brasil : Retratos Fantasmas é escolhido para representar o Brasil no Oscar
Enviado por alexandre em 12/09/2023 15:44:42

Foto: Divulgação

Documentário disputará vaga de Melhor Filme Internacional

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou hoje (12) o filme Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, como o representante do Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de melhor filme internacional no Oscar 2024.

 

O filme escolhido concorria com outros cinco, que haviam sido pré-selecionados pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais entre 28 longas brasileiros. Também estavam competindo por uma vaga os filmes Estranho Caminho, de Guto Parente; Noites Alienígenas, de Sergio Carvalho; Nosso Sonho - A Historia De Claudinho E Buchecha, de Eduardo Albergaria; Pedágio, de Carolina Markowicz; e Urubus, de Claudio Borrelli.

 

“Foi uma reunião democrática, representativa em uma comissão ampla. A diversidade e qualidade dos filmes nos levou a três horas de debate até chegarmos ao título escolhido”, disse Ilda Santiago, presidente da comissão de seleção, por meio de nota.

 

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Retratos Fantasmas traz o centro da cidade do Recife como personagem principal, revisitado através dos grandes cinemas que serviram como espaços de convívio durante o século 20.

 

Ter sido escolhido como o representante brasileiro ao Oscar não significa que o filme já terá garantida uma indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. O Oscar analisa essas indicações e faz uma pré-seleção, que será anunciada no dia 21 de dezembro. O anúncio oficial dos filmes que, de fato, vão concorrer ao principal prêmio do cinema mundial será feita no dia 23 de janeiro de 2024. Já a cerimônia que premia os melhores filmes do ano está marcada para acontecer no dia 10 de março de 2024.

 

Esta é a segunda vez que o diretor Kleber Mendonça Filho tem um filme seu escolhido para representar o Brasil no Oscar. Em 2013, a Academia Brasileira de Cinema já havia indicado O Som ao Redor para a disputa, mas o filme acabou ficando de fora da lista divulgada pelo Oscar. Ele também é conhecido por filmes como Bacurau e Aquarius.

 

O último filme brasileiro a ganhar uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro foi Central do Brasil, de Walter Salles. No entanto, o último filme brasileiro a ser indicado ao Oscar, mas na categoria de melhor documentário em longa metragem, foi Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que concorreu em 2020.

 

O primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de melhor filme estrangeiro foi O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, que já havia conquistado a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Isso foi em 1963. Antes disso, Orfeu negro, dirigido pelo francês Marcel Camus e baseada na peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, concorreu e venceu a categoria de melhor filme estrangeiro em 1960. No entanto, a aclamada co-produção franco-ítalo-brasileira premiou apenas a França, representante oficial do longa, apesar de quase todos os atores e locações serem brasileiros.

 

Depois vieram O Quatrilho, de Fábio Barreto (1996); O Que É Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto (1998); e Central do Brasil, de Walter Salles (1999). Nenhum deles foi premiado.

 


 

O Brasil também obteve diversas indicações ao Oscar por outras categorias como animação, canção, atriz, direção, fotografia e roteiro adaptado, entre outros. Mas o mais famoso prêmio do cinema mundial nunca escolheu o Brasil como vencedor.

 

Fonte: Agência Brasil

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Brasil : Setembro amarelo: Especialista explica como a alimentação impacta a saúde mental
Enviado por alexandre em 12/09/2023 15:04:06

Foto: Reprodução

De acordo com a nutricionista Luanna Caramalac, uma alimentação ruim agrava, definitivamente, o quadro de depressão, ansiedade e pânico

O intestino é responsável por produzir 90% dos nosso hormônios neurotransmissores, especialmente a serotonina – hormônio responsável pela sensação de bem-estar, alegria e prazer.

 

Este dado torna a alimentação um fator crucial para o tratamento e cura da depressão, ansiedade e transtorno do pânico. A nutricionista e especialista em nutrição comportamental Luanna Caramalac Munaro, conversou conosco e explicou o quanto uma alimentação rica em “comida de verdade” pode ser um pilar essencial no tratamento das doenças mentais.

 

É indiscutível a importância do psicólogo e, em alguns casos, do psiquiatra para um quadro de depressão. Além da terapia, remédios podem ser necessários para melhorar a alquimia do cérebro, tornando a depressão um fardo menos pesado no dia a dia de muitas pessoas. Mas, a alimentação é imprescindível para que o quadro possa ser revertido:

 

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“É possível dizer que a depressão tem cura. Mas, para chegar até lá, é preciso que o paciente trate a causa da doença de forma multifatorial, com a orientação de vários profissionais que irão atuar em conjunto, em várias áreas da vida do paciente”, afirma a Dra. Luanna.

 

De fato, a depressão é uma doença que provém de muitos fatores, tornando-se a consequência de vários maus hábitos e experiências negativas, no âmbito físico e mental. No Brasil, foram ao menos 16 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença em 2020. Além disso, o Brasil é o segundo país do mundo onde as pessoas se sentem mais incapacitadas de trabalhar por conta da doença, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e do IBGE.

 

OS NUTRIENTES SÃO ALIADOS CONTRA A DEPRESSÃO


De forma geral, os hábitos alimentares estão piorando consideravelmente devido à pressa e a “falta de tempo” de parar para planejar as refeições. É exatamente por esta “falta de tempo” que muitos brasileiros acabam optando por comer comidas industrializadas. No entanto, as comidas alteradas quimicamente não oferecem o que parece ser o principal remédio para o tratamento da depressão: os nutrientes.


De acordo com a nutricionista Luanna Caramalac, uma alimentação ruim agrava, definitivamente, o quadro de depressão, ansiedade e pânico. “Ao ingerir comidas industrializadas, você está colocando para dentro o que chamamos de antinutrientes, ou seja, alimentos que não contém nenhum tipo de vitaminas ou minerais”, conta a especialista.

 

Isto ocorre porque os nutrientes são um dos principais responsáveis pela qualidade da saúde mental. É através da microbiota intestinal que os nutrientes são absorvidos após as refeições, no qual serão transformados em hormônios neurotransmissores.

 

“O intestino é o principal responsável pela produção do hormônio do bem-estar e da felicidade, a serotonina. É através da microbiota intestinal que são criados 90% do hormônio, o qual atua diretamente no nosso cérebro”, explica Luanna. Este dado torna a alimentação um dos fatores mais importantes a qual devemos nos atentar para garantir a saúde mental.

 

Mas, segundo a especialista, ir ao banheiro todos os dias não significa ter um intestino saudável. O que torna o órgão saudável é a quantidade de absorção de nutrientes que ele faz diariamente, algo que depende unicamente das nossas escolhas alimentícias.


“Eu costumo dizer que a gente não é o que a gente come, a gente é o que absorve”, revela a nutricionista. Sendo assim, a dieta mais recomendada deve ser rica em vegetais verdes escuros, como rúcula e brócolis. Além disso, o chocolate também está liberado! Mas, ele deve ser o amargo e pobre em açúcar. “O nutriente triptofano é o precursor da serotonina, melhorando o sono, humor e apetite. E este elemento é encontrado nos vegetais escuros, como rúcula, brócolis e também na banana e no chocolate amargo”, aconselha Luanna. Veja aqui como incluir mais folhas verdes no seu dia a dia.

 

ALIMENTAÇÃO COMO ALIADA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS MENTAIS

 

O lema para ter uma saúde mental equilibrada e estável é: descascar mais comidas e desembalar menos. O ideal é usufruir o máximo de alimentos orgânicos e tornar exceção o consumo dos famosos alimentos congelados.

 

Para o tratamento de outras doenças mentais, como o transtorno de ansiedade e do pânico, também é recomendado uma dieta orgânica. Para tratar os sintomas da ansiedade, nutrientes como o magnésio e o triptofano precisam ser os protagonistas das refeições. Banana, cacau, salmão, aveia, castanhas e vegetais são os tipos de alimentos onde você irá encontrar maior quantidade deles. Nos vegetais, de acordo com a nutricionista Luanna Caramalac, são onde tem a maior concentração dos chamados micronutrientes, essenciais para a saúde mental.

 

Por outro lado, ao consumir alimentos que agravam os processos inflamatórios do organismo, os sintomas de ansiedade e depressão podem aumentar. “Alimentos inflamatórios como açúcar, trigo, derivados do leite e qualquer alimento industrializado pioram o quadro da doença”, explica Luanna Caramalac. Além disso, o álcool e o refrigerante também são vilões para a melhora da depressão. O álcool inibe neurotransmissores essenciais, como a serotonina, dificultando a sensação de alegria e agravando o sentimento de tristeza e angústia. O refrigerante, por sua vez, é completamente químico e contém calorias vazias, ou seja, não tem em sua composição nenhum tipo de nutriente e, por ter sido produzido quimicamente, pode agravar qualquer processo inflamatório presente no corpo.


Muitas pessoas almejam a cura da depressão e sofrem com as consequências da doença todos os dias. Mas, apesar dos diferentes graus da doença, o tratamento através da reeducação alimentar é simples e acessível, e pode ser a luz no fim do túnel que tantos buscam. Contudo é importante compreender que a depressão é complexa e precisa ser tratada de vários ângulos distintos.

 

“As dicas que posso dar para pacientes com quadros de depressão é que se alimentem de comida de verdade, o mais limpa possível, sempre diversificando os legumes, proteínas e carboidratos ingeridos”, aconselha a Dra. Luanna. Apesar da má fama, os carboidratos são responsáveis pela energia e fazendo um uso moderado, eles não vão alterar as taxas de insulina.

 

A DEPRESSÃO TEM CURA

 

Entretanto, é necessário praticar atividades físicas, que liberam serotonina e dopamina, além de investir tempo na meditação, prática que traz muito mais benefícios do que o imaginado. “A meditação aumenta as conexões neurais, produzindo a neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de modificar sua estrutura, transformando sentimentos, experiências e traumas, ressignificando os fatos e memórias dentro do cérebro”, explica a especialista.

 


 

De acordo com a especialista, é importante investir tempo em um detox de alimentação, mas o detox de pessoas, relacionamentos e experiências tóxicas também precisa ser considerado. Unindo o tratamento médico e psicológico, a mudança nos padrões de comportamento, estilo de vida e na escolha das relações, a confiança na espiritualidade independente de religiões, a prática de atividades físicas e a reeducação alimentar, é possível vislumbrar a cura da depressão. 

 

Fonte: Seleções

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