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Ciência & Tecnologia : Banco de germoplasma é criado no Amazonas para preservar diversidade genética do abacaxi
Enviado por alexandre em 09/11/2023 10:04:36


A Amazônia é o principal centro de diversidade genética do abacaxi comestível do mundo e, para diminuir os riscos de se perder essa variabilidade do gênero, está sendo instalado um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus (AM). 

Com apoio da Embrapa Amazônia Ocidental, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e agricultores de várias localidades do Estado, a coleção já reúne 54 acessos de abacaxis comestíveis provenientes de 32 municípios. 
Abacaxi Ornamental. Foto: Renato Manzinni

A atividade faz parte do projeto 'Conservação das variedades locais de abacaxi cultivadas no Amazonas', que tem por objetivo contribuir para a valorização e conservação da agrobiodiversidade por meio da coleta, caracterização e conservação de germoplasma de abacaxis comestíveis, domesticados e cultivados pelas populações indígenas e os agricultores familiares da Amazônia.

Liderado pelo engenheiro-agrônomo Henrique dos Santos Pereira, professor titular da Ufam, o projeto conta com a participação do pesquisador da Embrapa Ricardo Lopes e de técnicos do Idam. O projeto tem aporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam).

Etapas 

O projeto prevê quatro estratégias de conservação das espécies de abacaxis. A primeira é estabelecer um BAG de abacaxis comestíveis em condições de campo (conservação ex situ, ou seja, fora do local de origem do exemplar) que está instalado na fazenda da Ufam.

A segunda é manter as variedades nos seus lugares de origem (conservação on farm), que é a roça dos agricultores tradicionais e indígenas. 

A terceira é a conservação in vitro (conservação ex situ) como uma "cópia de segurança" do BAG mantido em campo, no laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Amazônia Ocidental.

A quarta estratégia será estabelecer e avaliar a viabilidade da coleção de pólen de variedades locais sob criopreservação. As diferentes estratégias de conservação são complementares e reduzem os riscos de perda de variabilidade genética, bem como, facilitam também o intercâmbio e uso do germoplasma.

Pereira revela que, para a obtenção dos materiais, houve o apoio estratégico do Idam, o órgão de extensão rural do governo estadual, que conta com mais de 60 escritórios distribuídos pelo Amazonas.

"Seus técnicos têm tido atuação primordial na obtenção, guarda e envio dos abacaxizeiros. Cabe a eles fazer a identificação das plantas e nos colocar em contato com os agricultores", informa. 

Preferência por uma variedade pode ameaçar as demais

No Amazonas a variedade predominante nos cultivos é conhecida como "Turiaçu", a qual acredita-se que tenha sido introduzida no município de Itacoatiara (AM), a partir de mudas trazidas do município Turiaçu, na Amazônia do Maranhão.

Essa variedade, selecionada por agricultores familiares, predomina em larga escala nos cultivos de Itacoatiara, maior produtor de abacaxi do Estado, aumentando a difusão para outros municípios. 

"Com essa preferência, corre-se o risco de essa variedade vir a substituir as variedades locais nativas, provocando a erosão genética e a perda da agrobiodiversidade da espécie, o que seria particularmente grave, em se tratando de ser o Amazonas um centro de diversidade da cultura",

cita Pereira.
Foto: Henrique Pereira/Embrapa

Para apoiar na implantação do BAG, a equipe do projeto contou com a expertise da pesquisadora Fernanda Vidigal, curadora do BAG Abacaxi da Embrapa Mandioca e Fruticultura, no município baiano de Cruz das Almas, o maior banco de germoplasma do mundo em número de acessos do gênero.

Ela visitou a fazenda da Ufam e participou da troca de conhecimento, quando orientou sobre as técnicas de identificação e manutenção dos lugares onde serão conservados os materiais genéticos, assim como o protocolo para a coleta do material que também deverá ser depositado no BAG Abacaxi mantido pela Embrapa na Bahia.

Segundo Vidigal, o BAG tem um trabalho muito focado na conservação e também no uso dos recursos genéticos do abacaxi. 

Ela relata que a Amazônia Ocidental é um centro de diversidade importantíssimo do gênero Ananas, e que nessa região, está resguardada, com comunidades tradicionais, locais e indígenas, a maior variabilidade genética de abacaxi do mundo, principalmente de Ananas comosus var. comosus variedade botânica a qual pertence o abacaxi comestível.

A cientista ressalta que ainda faltam vários passos a serem seguidos pelo projeto, como a caraterização do banco, realização de novas coletas, o manejo adequado da conservação on farm, que é feita pelos agricultores e comunidades tradicionais, a ampliação da conservação in vitro e, futuramente, a criopreservação.

A conservação in vitro é feita em condições de laboratório, onde as plantas são conservadas em tubos de ensaio e sob condições controladas .

"Quando a planta cresce, ela deve ser renovada no tubo e assim o banco vai sendo mantido e renovado. A criopreservação do abacaxizeiro é realizada a partir de um tecido da planta, que precisa ser tratado para resistir aos efeitos do congelamento (-196C°). O material é guardado e armazenado em tanques de hidrogênio líquido",

detalha a pesquisadora, informando que a Embrapa Mandioca e Fruticultura já tem um protocolo de criopreservação estabelecido para o abacaxi.

Germoplasma in vitro fica a salvo de ameaças da natureza 

Lopes, responsável técnico pelo Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas da Embrapa Amazônia Ocidental, conta que a coleção in vitro apresenta baixo custo, requer pequeno espaço e promove alta segurança para o material, que não fica exposto a intempéries climáticas, ataque de predadores, pragas ou doenças.

Ele frisa que, além da conservação do germoplasma, a micropropagação possibilita que variedades tradicionais com pequena disponibilidade de material propagativo sejam multiplicadas em larga escala, dessa forma, produzindo mudas suficientes para realização de experimentos agronômicos e cultivo em maior escala.

O pesquisador considera esse trabalho valioso para conservar e valorizar variedades tradicionais de abacaxis comestíveis existentes no Amazonas. 

O maior banco de germoplasma de abacaxi do mundo

O banco de abacaxi da Embrapa Mandioca e Fruticultura está entre os mais antigos bancos da Empresa. Foi estabelecido em 1975 a partir de 39 acessos recebidos do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (SP).

A ampliação dessa coleção começou a partir de 1979, quando a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e a Embrapa Mandioca e Fruticultura iniciaram várias expedições de coleta em regiões prioritárias do Brasil e atividades de intercâmbio.

Esse banco se tornou a maior coleção de germoplasma de abacaxi do mundo e atualmente conta com 764 acessos conservados, tanto em condições de campo, quanto em telado e na conservação, como duplicatas de segurança (um tipo de backup).

Desse total, 136 materiais são oriundos de coletas feitas em 26 municípios do Amazonas, sendo assim o único banco de germoplasma, até então, a conservar uma parte desses recursos genéticos oriundos das áreas de cultivo tradicionais do Estado.

 

Brasil : Jovens em Terra Indígena Yanomami aprendem a usar drones para monitorar e proteger floresta
Enviado por alexandre em 09/11/2023 10:03:37


Jovens indígenas da Terra Yanomami, em Roraima, aprendem a operar drones para monitorar e proteger, do alto, o maior território indígena do Brasil. Uma oficina, que faz parte da linha de proteção territorial da Hutukara Associação Yanomami (HAY), ensina os indígenas a aprimorarem o mapeamento das áreas do território por meio da tecnologia.

As oficinas são realizadas em parceria com a HAY e o Conselho Indígena de Roraima (CIR). As aulas são ministradas pelo Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do Conselho Indígena.

A primeira turma do projeto é formada por seis jovens Yanomami e Ye'kwana de regiões afetadas pelo garimpo. Os jovens realizam o monitoramento com fotos georreferenciadas, que incluem dados de localização geográfica, e vídeos.

Foto: Divulgação/Hutukara Associação Yanomami (HAY)

Em setembro eles realizaram a primeira etapa com aulas teóricas e práticas feitas no município do Cantá, no Norte do estado, depois de emitirem o certificado de habilitação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com o diretor financeiro da HAY e responsável pela organização das oficinas, Maurício Ye'kwana, o projeto começou em 2021, quando ele participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26) no Reino Unido, na cidade de Glasgow.

Durante o evento, ele conversou com os financiadores dos Países Baixos na Europa Ocidental, que enviaram o apoio por meio da organização humanitária Catholic international Development Charity (CAFOD). Em 2024, as capacitações serão assumidas pela Associação Wanassedume Ye'kwana (Seduume).

"Um investimento para monitoramento feito pelos próprios indígenas, principalmente das regiões da Calha do Rio Uraricoera, impactados pela invasão do garimpo, como a região de Palimiú. Para nós é tudo novo, inédito e esses jovens serão nossos multiplicadores da Terra Yanomami e futuros coordenadores de outras ações de monitoramento", 

explicou o diretor.
Foto: Divulgação/Hutukara Associação Yanomami (HAY)

A segunda etapa é realizada in loco, na região de Auaris, na comunidade Fuduuwaduinha, no início deste mês. Nessa fase os jovens aprendem a aprimorar o trabalho com a preparação do plano de voo, reconhecimento do local e autonomia dos equipamentos.

Segundo a HAY, o monitoramento em regiões de garimpo ainda é um risco devido a presença de garimpeiros, principalmente grupos armados e facções criminosas. Por isso, agora, o objetivo é mapear as roças das comunidades Fuduuwaduinha e do povo Sanoma que estão próximos aos Ye'kwana, com fotos georreferenciadas, vídeos, quantidade e hectares das roças.

Foto: Divulgação/Hutukara Associação Yanomami (HAY)

O engenheiro agrônomo do CIR, Giofan Erasmo Mandulão, explicou que o drone é um dos componentes Sistema de Informação Geográfico (SIG), um conjunto de sistemas de softwares e hardwares capazes de produzir mapas, imagens de satélites, cartas topográficas, gráficos e tabelas.

"Na oficina fizemos a gestão do território com mapeamento das roças tradicionais do povo Ye'kwana, com fotos com georreferenciamento, tendo a possibilidade de dimensionar as roças e saber o quanto o povo Ye'kwana produz. Mostrando que o modo de vida dos povos indígenas é menos impactante ambientalmente", disse o técnico.

O especialista afirma ainda que, apesar da distância da região Auaris, localizada no extremo noroeste de Roraima, na fronteira com a Venezuela, a 443 quilômetros da capital Boa Vista, o povo Ye'kwana não passa fome e existe uma grande produção de variados tipos de manivas, batatas e milho.

"Tem uma boa plantação e nutrição o que gera uma segurança alimentar, combatendo o racismo ambiental de que os povos indígenas não produzem. Toda a produção é feita a partir do modo de vida deles, que tiram apenas o necessário da natureza para a alimentação, sem degradar a floresta, o solo, os rios e igarapés", reforçou Mandulão.

As próximas ações serão em proteção territorial com monitoramento das regiões impactadas pelo garimpo, como em Waikás. "Queremos garantir primeiro a segurança desses jovens, mas já temos uma pessoa qualificada em Waikás que breve começará esse trabalho", disse Maurício.  

Educação Em Foco : Projeto educacional alerta população amazonense sobre impactos das mudanças climáticas na biodiversidade
Enviado por alexandre em 09/11/2023 10:02:34


A importância da educação ambiental e as dimensões dos impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade amazônica têm sido levadas de forma acessível e lúdica ao conhecimento dos amazônidas, por meio de um estudo que visa popularizar a importância da conservação de espécies amazônicas, com foco em organismos ectotérmicos como os anfíbios e répteis (conhecidos coletivamente por herpetofauna) que, por dependerem de condições climáticas e ambientais locais para controlar suas temperaturas corpóreas, são considerados grupos ameaçados pelas mudanças climáticas globais.

O estudo foi desenvolvido por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), sob a coordenação da doutora em Biologia Integrativa, Fernanda Werneck, e a atuação de bolsistas e estudantes do Laboratório de Ecologia e Evolução de Vertebrados do Inpa (Leevi) com apoio da Fapeam.

Segundo a pesquisadora, o projeto intitulado 'Popularizando as múltiplas dimensões dos impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade amazônica junto à comunidade amazônida', batizado de 'BioClimAmazônia', iniciado em 2022, tem buscado dialogar com um público diversificado, entre os quais, professores e estudantes da educação infantil, ensino fundamental, médio, técnico, educadores, tomadores de decisão em conservação do meio ambiente e biodiversidade e a população em geral.
Fotos: Jordana Guimarães e Acervo do Projeto BioClimAmazônia

O grupo de pesquisadores utiliza estratégias educacionais e de comunicação científica direcionadas para cada público-alvo, e já realizou mais de 100 atividades, incluindo eventos, palestras, oficinas e visitas, em Manaus, São Gabriel da Cachoeira (distante 852 km da capital), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS Puranga Conquista, no Rio Cuieiras) e Careiro Castanho (88 km de Manaus). Além de ter alcançado os visitantes do Bosque da Ciência, no Inpa, e ampliado sua divulgação através das mídias e redes sociais.

Para Fernanda, a educação ambiental e popularização científica possuem altíssimo potencial transformador no enfrentamento individual e coletivo de emergências sociais e ambientais que acometem a sociedade.

"Nossa pesquisa visa quantificar os impactos das mudanças climáticas e as possíveis respostas de diversos grupos da herpetofauna com base em estudos ecológicos e evolutivos integrativos com abordagens científicas de ponta. Com o projeto BioClimAmazônia, nossa atuação visa melhorar os cenários e mitigar os impactos dessas crises através da educação ambiental e científica, resultando em melhorias significativas tanto sociais quanto ambientais",

destacou.
Fotos: Jordana Guimarães e Acervo do Projeto BioClimAmazônia

Jogos educativos

No projeto foram desenvolvidos diversos materiais educacionais de divulgação e com distribuição gratuita. Entre os quais o 'Jogo da Memória da Herpetofauna Amazônica', que permite, de forma divertida, que os participantes conheçam esses animais e suas inter-relações com a problemática das emergências climáticas, está disponível no Repositório do Inpa, e inclui o passo a passo para brincar, se divertir e ao mesmo tempo conhecer as espécies que vivem na maior floresta tropical do mundo.

O jogo 'Corrida da Herpetofauna contra as Mudanças Climáticas', também elaborado pelo grupo de pesquisa, pode ser utilizado como material complementar para abordar temas como biodiversidade, herpetofauna, Amazônia, mudanças climáticas, conservação, em sala de aula, de uma maneira divertida, prática e descontraída. O jogo está disponível AQUI. 

Fotos: Jordana Guimarães e Acervo do Projeto BioClimAmazônia

Também foi produzido o livro 'A herpetofauna amazônica e as mudanças climáticas: vamos aprender colorindo?', com impressão de 1,3 mil cópias distribuídas de forma gratuita nos mais diversos eventos e atividades.

Com o tema 'Mudanças Climáticas e Biodiversidade' também foram realizadas visitas guiadas e atividades de colorir com visitantes e alunos de Manaus no Bosque da Ciência, nas Coleções Biológicas do Inpa e em ocasiões itinerantes, como a Semana Nacional da Ciência & Tecnologia dos anos de 2022 e 2023. 

"Esperamos que cada pessoa que participou e interagiu com alguma atividade, ou produto promovido pelo nosso projeto, passe a reconhecer esses fatores e identifique no seu cotidiano os impactos das mudanças climáticas, sendo estimulado e motivado a atuar na valorização e defesa da biodiversidade",

reforçou a pesquisadora.
Fotos: Jordana Guimarães e Acervo do Projeto BioClimAmazônia

Regionais : Homem se masturba em culto e é espancado pela população
Enviado por alexandre em 09/11/2023 10:00:19

Polícia Militar foi acionada


(Imagem ilustrativa) Foto: Pixabay

Nesta terça-feira (7), um homem foi flagrado se masturbando durante culto evangélico e acabou sendo espancado. O caso aconteceu em Arapiraca, Alagoas.

A Polícia Militar (PM) foi acionada para uma ocorrência de ato obsceno e lesão corporal. Os agentes encontraram o homem sendo contido por populares. As informações são do G1.

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Testemunhas disseram que o homem havia sido convidado para assistir ao culto. Após resolver se masturbar dentro da igreja, ele foi expulso, mas continuou com a prática do lado de fora. Pessoas que presenciaram o ocorrido ficaram revoltadas.

Policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) levaram o homem para a delegacia. Após ter sido feito o registro de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), ele foi liberado, de acordo com o portal Já é Notícia.

Brasil : Vaticano diz que trans podem ser batizadas, mas “com condições”
Enviado por alexandre em 09/11/2023 10:00:00

Pronunciamento foi feito em resposta a um questionamento de um bispo brasileiro


Praça de São Pedro, no Vaticano Foto: EFE/Juan Carlos Gomi

O Vaticano disse que uma pessoa transgênero pode ser batizada “como o restante dos fiéis” e apadrinhar outra, mas “com condições”. O pronunciamento foi emitido em resposta a algumas dúvidas de um bispo brasileiro sobre o assunto.

A Congregação para a Doutrina da Fé publicou um texto assinado em 31 de outubro por seu prefeito, o cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, e pelo papa Francisco para responder às dúvidas sobre a participação em batismos e casamentos de pessoas transgênero e homossexuais levantadas pelo bispo José Negri, da diocese de Santo Amaro, no estado de São Paulo.

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As respostas “repropõem, em grande parte, os conteúdos fundamentais do que já foi afirmado sobre este assunto no passado” pela Congregação, diz o texto, em relação a um documento de dezembro de 2018 sobre o tema.

Em primeiro lugar, o Vaticano responde que “um transgênero, que também foi submetido a um tratamento hormonal ou a uma cirurgia de mudança de sexo, pode receber o batismo nas mesmas condições que o restante dos fiéis”. No entanto, o texto acrescenta que isso será feito desde que “não haja situações em que haja risco de gerar escândalo público ou desorientar os fiéis”.

– No caso de crianças ou adolescentes com problemas de natureza transgênero, se eles estiverem bem preparados e dispostos, podem ser batizados – diz o documento.

A Congregação considera que, quando há dúvidas “sobre a situação moral objetiva” de uma pessoa, a Igreja ensina que “quando o sacramento é recebido sem arrependimento por pecados graves, o sujeito não recebe a graça santificante, apesar de receber seu caráter sacramental”.

O documento justifica essa posição citando São Tomás de Aquino ou Santo Agostinho e lembra que o próprio papa Francisco defende que o batismo “é a porta que permite que Cristo se estabeleça na pessoa” e que a Igreja “não é uma alfândega, mas uma casa paterna onde há lugar para todos”.

A segunda pergunta do bispo brasileiro foi se um transgênero poderia ser padrinho ou madrinha em um batismo. Na resposta, o Vaticano informou que “sob certas condições, um transgênero adulto que também tenha sido submetido a tratamento hormonal ou cirurgia de mudança de sexo pode ser autorizado a ser padrinho ou madrinha”.

– Entretanto, embora isso não seja um direito, a prudência pastoral exige que não seja permitido quando houver perigo de escândalo, legitimação indevida ou desorientação na esfera educacional da comunidade eclesial – completa a resposta.

Já sobre a questão de saber se um transgênero pode ser testemunha em um casamento, o texto assinala que “não há nada no atual direito canônico universal que proíba”.

*EFE

Igreja Católica decide que pessoas transexuais podem ser batizadas

Foto: Reprodução

Resposta da Igreja Católica sobre o assunto surgiu depois da pergunta de um bispo brasileiro se uma pessoa transexual pode ser batizada

Perguntas de um bispo brasileiro fez com que o Vaticano respondesse de forma direta se uma pessoa transexual pode ser batizada na Igreja Católica. E a Congregação pela Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé, afirmou positivamente ao assunto.

 

Na verdade, não tão diretamente assim. Afinal, padres e religiosos mais conservadores podem encontrar uma brecha por causa de uma observação nas respostas. A pergunta do bispo José Negri, de Santo Amaro (SC), era assim: “Uma pessoa transexual pode ser batizada?”.

 

A resposta: “Um transexual – mesmo alguém que tenha sido submetido a tratamento hormonal e cirurgia de redesignação de sexo – pode receber o batismo nas mesmas condições que outros fiéis”, afirma o documento (veja aqui em italiano).

 

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Mas há um adendo: “Se não houver situações em que haja risco de gerar escândalo público ou desorientação entre os fiéis. No caso de crianças ou adolescentes com problemas naturais transexuais, se bem preparados e dispostos, podem receber o batismo”, completa.

 

O documento foi assinado em 31 de outubro pelo papa Francisco e pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do congregação. A publicação, no site do Vaticano, explica que aquelas orientações eram uma resposta a uma carta enviada por Negri em julho, “contendo algumas dúvidas sobre a possível participação em batismos e casamentos de pessoas transexuais e homoafetivas”.

 

MAIS DÚVIDAS PARA A IGREJA CATÓLICA


Sim, há mais dúvidas. Por exemplo, se pessoas trans ou outras pessoas LGBTQA+ poderiam ser testemunhas num casamento católico. Novamente, uma resposta direta dizendo que “não há nada na atual legislação canônica universal que proíba” servir como testemunha em um casamento católico.

 

Por ser um sacramento, as perguntas sobre batismo mereceram explicações maiores, mais balizadas pelo direito canônico, documentos históricos e, claro, o Catecismo da Igreja Católica. Em todas, o pedido de prudência para salvaguardar o sacramento e prevenir escândalos.


“A devida prudência pastoral exige que cada situação seja ponderada com sabedoria, a fim de salvaguardar o sacramento do Batismo e, especialmente, a sua recepção, que é um bem precioso a ser protegido, pois é necessário para a salvação”, aponta o documento, ao se referir à decisão de batizar ou permitir que uma pessoa trans seja padrinho/madrinha.

 

Aliás, sobre uma pessoa trans ser padrinho/madrinha, a resposta é: sim, mas “sob certas condições”. Afinal, como essa função não é um direito, é necessária “prudência pastoral” a fim de que não haja “perigo de escândalo” ou confusão entre os fiéis.

 

PESSOAS HOMOSSEXUAIS E O BATISMO


Por outro lado, pessoas homossexuais que vivem juntas numa relação como o casamento, em uma condição reconhecida pela comunidade local, não devem servir como padrinhos. Entretanto, podem ser convidadas a servir como testemunhas do batismo.

 

E se quiserem batizar o filho, isso é possível com uma condição: “Para que a criança seja batizada é necessário que haja uma esperança fundada de que será educada na religião católica”.

 

Um documento especificamente foi levado em conta nas resposta. Na exortação Evangelii Gaudium, de 2013, o papa Francisco escreveu que a Igreja deve ter razões muito sérias para rejeitar alguém e deve ser especialmente hesitante antes de negar o batismo a alguém.

 


 

Assim, mesmo que o pastor da comunidade tenha alguma dúvida sobre o compromisso da pessoa em viver uma vida plenamente cristã, ele não pode deixar de lado o “aspecto da fidelidade do amor incondicional de Deus, que é capaz de gerar também no pecador um compromisso irrevogável, uma aliança, sempre aberta a um desenvolvimento também imprevisível”. 

 

Fonte:Metrópoles


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