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Brasil : Nordeste concentra a maioria de notas máximas de redação do Enem
Enviado por alexandre em 19/01/2024 09:44:54


Estudantes fazendo redação. Crétido: Getty Images

Das 60 redações que receberam a pontuação máxima no Enem 2023, 25 foram elaborados por candidatos da região Nordeste. Seis dos nove estados nordestinos tiveram alunos alcançando a cobiçada nota mil, superando a região Sudeste, que totalizou 17 redações perfeitas nos quatro estados. Esse resultado a nível nacional representa uma melhoria em comparação com a edição de 2022, na qual apenas 18 participantes atingiram a pontuação máxima na redação.

As notas individuais, divulgadas na última terça-feira (16), indicaram que, no Nordeste, os estados com o maior número de notas mil foram o Rio Grande do Norte e o Piauí, ambos com seis redações perfeitas. A Bahia e o Ceará obtiveram quatro, enquanto Sergipe alcançou três, e Pernambuco, dois. Apenas Maranhão, Paraíba e Alagoas não tiveram alunos com nota máxima.

A soma dos resultados na região representa quase a metade das notas máximas de todo o país. Nesta edição, o desempenho nacional apresentou uma melhoria significativa: um aumento de 233% em relação ao ano anterior, quando apenas 18 participantes alcançaram a perfeição na redação.

Nas redes sociais, candidatos nordestinos comemoraram o desempenho da região na prova. “41% dos alunos que tiraram 1000 na redação no Nordeste, somos os maiores”, escreveu um internauta. “A região do Brasil com mais notas mil na redação do ENEM é o Nordeste. Um tapa na cara dos xenófobos e preconceituosos. Protagonismo histórico desde sempre!”, declarou outra pessoa.

De acordo com os dados do Ministério da Educação, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins não registraram notas máximas.

No Sudeste, que ocupa o segundo lugar a nível nacional, todos os estados apresentaram redações perfeitas. São Paulo e Rio de Janeiro lideram, cada um com sete notas mil. Espírito Santo e Minas Gerais estão empatados, ambos com duas.

Na última edição, os candidatos precisaram produzir uma redação dissertativa-argumentativa sobre o tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Das 60 notas mil, apenas quatro são de alunos da rede pública.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) serão abertas de 22 a 25 de janeiro, oferecendo 264 mil vagas em instituições públicas de educação superior em todo o país, com base nos resultados do Enem 2023. O exame teve um total de 3,9 milhões de inscritos, mas 1,2 milhão não compareceu, representando quase um terço dos estudantes. Dentro desse total, 60 obtiveram a nota máxima na redação.

Brasil : Investimento em energia solar vai a R$ 59,6 bilhões, alta de quase 50%
Enviado por alexandre em 18/01/2024 10:19:36

Energia solar é uma fonte alternativa, renovável e sustentável de energia proveniente da radiação eletromagnética emitida pelo sol

Os investimentos em energia solar no Brasil, em 2023, somaram R$ 59,6 bilhões, entre grandes usinas e sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

 

Em relação a 2022, os investimentos em energia solar no país registraram uma alta de 49%, segundo a entidade.

 

Em potência instalada, a fonte solar adicionou 11,9 gigawatts (GW) à matriz elétrica brasileira, dos quais 7,9 GW de geração distribuída e 4 GW de geração centralizada.

 

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No acumulado desde 2012, o Brasil conta com 37,2 GW de potência operacional da fonte solar (25,8 GW de geração distribuída e 11,4 GW de geração centralizada).

 

Ainda de acordo com a Absolar, o setor gerou mais de 352 mil “empregos verdes” no país durante o ano passado. Desde 2012, já foram movimentados R$ 181,3 bilhões em negócios, com a criação de 1,1 milhão de vagas de trabalho.

 

“Os 37 GW de potência acumulada da fonte solar no Brasil ultrapassaram a potência instalada da maior usina do mundo em 1,6 vezes, a hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 22,5 gigawatts (GW)”, afirma a Absolar, em nota.

 

Para 2024, diz a associação, os investimentos em energia solar no Brasil devem ultrapassar R$ 38,9 bilhões. Neste ano, devem ser adicionados 9,3 GW de potência instalada, chegando a 45,5 GW.

 

ENERGIA SOLAR NO BRASIL

 

A energia solar é uma fonte alternativa, renovável e sustentável de energia proveniente da radiação eletromagnética (luz e calor) emitida pelo sol. Esse tipo de energia pode ser utilizado de diferentes formas, por meio de aquecedores solares, usinas termossolares e painéis fotovoltaicos.

 

A energia gerada a partir de painéis solares se tornou, no início deste ano, a segunda maior fonte do país, ultrapassando a capacidade total de produção das usinas eólicas, segundo dados da Aneel.

 


 

A energia elétrica permanece dominante no país, com mais de 50% do parque nacional. As outras fontes de matriz elétrica são usinas a gás natural, biomassa, diesel, carvão mineral e nuclear.

 

Fonte: Metropóles

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Brasil : Produtores rurais no Acre são remunerados por conservar a floresta
Enviado por alexandre em 18/01/2024 00:32:52

O objetivo da política ambiental é a valorização de áreas que possuem ativos florestais, com foco em aumentar ainda mais a participação de atividades florestais na economia local


"Antes eram só promessas e agora fomos vistos e beneficiados", conta a produtora rural Jurgleice de Oliveira, sobre o benefício que recebeu por cuidar e conservar a propriedade rural onde mora com a família, na Comunidade Croa, no município de Cruzeiro do Sul (AC). A produtora é uma das 40 pessoas do Acre selecionadas para receber um valor por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

O benefício é um mecanismo financeiro que remunera produtores rurais, agricultores familiares, assentados, comunidades tradicionais e povos indígenas, e é definido por hectare de ativo ambiental – forma de recuperar o meio ambiente -, sendo o mínimo de um hectare de vegetação nativa, além do permitido por lei. O valor pago é de R$ 400 reais por hectare.

Propriedades estão localizadas no Croa. Foto: Diego Silva/Secom AC

A titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Julie Messias, explica que o Estado, impulsionando a regularização ambiental, tem buscado dar oportunidade aos produtores rurais. Ela afirma que é um reconhecimento e fruto do trabalho da Sema durante a realização de mutirões de regularização ambiental.

"Demos todo o suporte para que os produtores selecionados ficassem com o imóvel em dia no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e pudessem receber por conservar suas áreas. O pagamento já caiu na conta deles, começou a ser feito em dezembro do ano passado, até janeiro deste ano", informa.

Jurgleice conta também que o valor recebido vai ajudá-la a seguir em frente e, com a família, ampliar os negócios.

"A gente já vive há muitos anos preservando essa mata, falar na natureza me emociona. Trabalhamos com artesanato e produtos que vêm da floresta. Aqui a gente não desmata, temos plantação de açaí e de chacrona, usada para fazer o chá da nossa religião, o Santo Daime. Gosto de viver na natureza, nasci na mata, preservar e conservar o meio ambiente é manter a nossa floresta em pé", 

acrescenta.

Francinildo de Oliveira é presidente da Associação Adabe Croa e da Associação Vitória Régia do Croa. De acordo com ele, o benefício ajuda a potencializar o turismo de base comunitária, além de desenvolver sonhos e apoiar projetos de ribeirinhos que moram no local.

"Estamos sem palavras, esse pessoal ficou muito tempo sem receber recursos do governo federal e estadual e agora, com essa união, foi possível trazer benefícios para a nossa comunidade. Aqui somos assentados no PDS [Projeto de Desenvolvimento Sustentável], então, eles têm que usar o extrativismo, preservar a natureza, que é o que a gente mais preza. Hoje podemos dizer que o Croa está crescendo e é graças ao governo do Estado, que tem nos apoiado", atesta.

Maria Damiana Cunha é dona de um restaurante que fica no Rio Croa. Foto: Marcos Santos/Secom AC

Turismo sustentável 

Maria Damiana Cunha é dona de um restaurante que fica no Rio Croa e também foi beneficiada com o PSA. Segundo ela, os projetos já começaram e está "de vento em popa" a ampliação do deck de seu empreendimento.

"Estou fazendo a construção e reformando os banheiros. Para mim, foi muito bom receber esse recurso e poder investir na minha propriedade para atrair mais turistas. Esta é a nossa recompensa por preservar a floresta, é tudo de bom, para os turistas verem como mantemos e preservamos tudo isso aqui, essa beleza toda", comemora.

Já Maria de Souza disse que a alegria em receber o benefício foi tanta que ainda não gastou nada, mas os planos já estão em andamento e também pretende investir no turismo sustentável.

"Meu plano é fazer um ponto turístico; já trabalhei com turismo religioso do Santo Daime, pois sou da igreja. Aqui no Croa quem trouxe tudo o que tem aqui agora foi o turismo religioso, depois as pessoas foram trazendo ideias e investindo nos seus espaços", diz.

A produtora rural, que mora com os quatro filhos e a mãe, fala que, além de seu sonho, vai realizar o da matriarca da família. "O sonho dela é montar um pontinho para vender e investir no que é dela, sabe? O que ela sabe é fazer e vender lanches, fazer comida. Então, vou trabalhar junto para deixar isso para ela. Que bom que o poder público, o governo do Estado, o governo federal estão tendo um olhar muito carinhoso com a nossa comunidade. Se vale a pena preservar? Ah, se vale", afirma.

Sema tem realizado mutirões ambientais para apoiar os produtores. Foto: Arquivo Sema AC

Pioneirismo no processo de regularização ambiental 

O Acre é conhecido pelo seu pioneirismo no que diz respeito à regularização ambiental. A Sema, como detentora da política de meio ambiente, foca no apoio irrestrito aos produtores rurais com a adesão do CAR e, ainda, com o Programa de Regularização Ambiental (PRA).

O suporte é válido para todos os 22 municípios do estado. O CAR é um registro eletrônico que visa à integração de informações ambientais referentes às propriedades e posses rurais. Já o PRA tem como foco sanar os passivos ambientais – áreas degradadas – de posses e propriedades rurais.

O objetivo da política ambiental é a valorização de áreas que possuem ativos florestais, com foco em aumentar ainda mais a participação de atividades florestais na economia local, por meio dos produtores rurais.

A secretária Julie Messias ressalta que a Sema tem realizado mutirões ambientais para apoiar os produtores.

"Nossos mutirões são realizados em parceria com diversos órgãos, ofertamos vários serviços e temos parcerias. No caso do PSA, a parceria é com o Floresta+ Amazônia. O Acre é um dos estados mais avançados em regularização ambiental, o que é muito positivo, pois garante a manutenção e recomposição das áreas de preservação permanente e reserva legal. O CAR e o PRA são ferramentas importantes de planejamento de propriedades rurais e de recuperação de áreas degradadas", 

explica.

No Acre, já foram realizados mais de 48 mil cadastros no CAR, incluindo os perimetrais, de assentamentos diferenciados e territórios de povos e comunidades tradicionais. Além disso, pelo Programa de Regularização Ambiental, mais de 495 termos de compromisso ambiental foram firmados e mais de 7.900 hectares de áreas de reserva legal estão em processo de recuperação.

Projeto Floresta+ Amazônia apoia quem protege e recupera a floresta. Foto: Arquivo Secom AC

Projeto Floresta+ Amazônia 

O Projeto Floresta+ Amazônia apoia quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. É implementado com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF) e é resultado da parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Tem foco na estratégia de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA).

O governo Estadual, por meio da Sema, atua em conjunto, a partir da análise, critérios e seleção dos beneficiários do projeto. O PSA remunera pessoas que se propõem a prestar serviços por meio de conservação de vegetação nativa ou da restauração de áreas e florestas degradadas. Com isso, vários benefícios são garantidos, como a melhoria da qualidade da água e a remoção de carbono, além da conservação da biodiversidade.

Assim, donos de terras que protegem os recursos naturais passam a ser remunerados por um serviço que era feito gratuitamente. A ideia é incentivar que boas práticas sejam implementadas, reduzindo o desmatamento.

Brasil : Papa diz que prazer sexual “é um presente de Deus”
Enviado por alexandre em 18/01/2024 00:04:46

O líder católico falou contra a pornografia


Papa Francisco Foto: EFE/EPA/VATICAN MEDIA

Nesta quarta-feira 917), o papa Francisco abordou a questão da luxúria e alertou sobre os perigos da pornografia, afirmando que o prazer sexual, um “presente de Deus”, pode ser comprometido por práticas que levam à satisfação sem relacionamento e potencial vício.

O pontífice, que já expressou posições semelhantes anteriormente, destacou que o cristianismo não condena o instinto sexual, mas ressaltou que essa dimensão não está isenta de riscos.

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– O prazer sexual, que é um presente de Deus, é minado pela pornografia- satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de vício – disse o líder religioso.

E continuou:

– Entre todos os prazeres humanos, a sexualidade é poderosa. Ela envolve todos os sentidos; habita tanto o corpo quanto a psique, e isso é muito bonito.

Francisco pontuou também que o sexo deve ser vivido dentro de um relacionamento, caso contrário, trará problemas.

– Mas se não for disciplinada com paciência, se não for inscrita em um relacionamento e em uma história na qual dois indivíduos a transformam em uma dança amorosa, ela se transforma em uma corrente que priva os seres humanos de liberdade.

Esta não é a primeira vez que o papa fala sobre o assunto. Em um livro publicado em setembro de 2020, Francisco escreveu que “o prazer de comer serve para manter uma boa saúde, da mesma forma que o prazer sexual serve para embelezar o amor e garantir a continuidade da espécie”.

Em abril do ano passado, em um documentário, o chefe da Igreja Católica Apostólica Romana afirmou que o sexo “é uma das coisas belas que Deus deu ao ser humano”.

Brasil : O mundo é contra a BR-319
Enviado por alexandre em 17/01/2024 13:12:35

A íntegra da coluna redigida por Professor Nazareno

O mundo é contra a BR-319
Por Professor Nazareno

Professor Nazareno*

Atualmente o mundo inteiro está muito preocupado com as mudanças climáticas. O ano de 2023, por exemplo, foi o mais quente de toda a História. A Amazônia enfrentou nesse ano uma seca fora de série. São os efeitos das devastações ambientais que já estão castigando a todos com as suas terríveis consequências. Por isso, reuniões, encontros, congressos, simpósios, seminários, conferências do clima, debates, discussões, concílios, são realizados para enfrentar a questão. Mas parece que em Rondônia, um fim de mundo inexpressivo e distante, essa discussão ainda não chegou. Nas terras de Rondon, discute-se abertamente sobre a recuperação da BR-319, que liga Porto Velho ao Careiro da Várzea no Amazonas. Uma extensão de 900 quilômetros rasgando a intacta floresta amazônica e que certamente vai decretar o melancólico fim do que ainda resta de mata nativa por aqui.


Em 2008, o presidente Lula criou o Fundo Amazônia para captar recursos de outros países a fim de monitorar e combater o desmatamento na região. Esse Fundo foi paralisado em 2019 no governo Bolsonaro e retornou agora. Vários países desenvolvidos contribuem com a ideia. Dinamarca, Estados Unidos, Suíça, Noruega (maior doador), Alemanha, Reino Unido e até a União Europeia como um todo. Desde que foi criado, o Fundo Amazônia já arrecadou quase seis bilhões de reais. Mas um deputado federal de pouquíssima expressão do União Brasil de Rondônia é autor de um projeto de lei que permitirá o uso dos recursos desse Fundo para asfaltar a assassina e antiambiental BR-319. Ou seja, segundo esse parlamentar, o dinheiro que seria para proteger a Amazônia deve ser usado para fomentar as invasões de terras protegidas causando mais destruições.

O Fundo Amazônia foi criado exatamente para proteger a floresta amazônica contra o desmatamento e a desertificação crescentes. Óbvio que ao asfaltar de novo esse trajeto, aumentarão a grilagem de terras, o desmatamento ilegal e as queimadas danosas. Podem até asfaltar com o dinheiro público, mas usar o Fundo Amazônia seria um deboche sem tamanho. Além do mais, Porto Velho, Manaus, Rondônia e Amazonas não têm importância nenhuma na já tosca realidade nacional. Essa fatídica estrada nada vai trazer de desenvolvimento nem de progresso para ninguém daqui. Só desmatamentos, invasões, grilagem, mortes, garimpos e mais destruição e danos à natureza. Por isso, Alemanha e EUA se preocupam com a volta dessa BR. Os doadores do Fundo estão alertando contra os planos de pavimentá-la com o dinheiro deles. E todos já estão observando “de perto”.

Um porta-voz do governo alemão, o segundo maior doador do FA, já disse que o apoio a um projeto deste tipo “não é possível” de acordo com as regras estabelecidas. E os EUA entendem que o Fundo utilizará os recursos “de forma consistente com os seus regulamentos”. Ambientalistas temem que projetos assim provoquem uma explosão na destruição da floresta, ao facilitar o acesso de madeireiros ilegais a áreas remotas. O investimento em projetos de infraestrutura de grande escala não está previsto entre as ações do decreto presidencial de 2008, que diz como o Fundo deveria gastar seu dinheiro. A discussão sobre o destino da BR-319 já chegou a Porto Velho: integrantes de um grupo de trabalho do Ministério dos Transportes apresentou à sociedade local os principais pontos da proposta estudada para pavimentar a rodovia, como se meia dúzia de brasileiros ignorantes pudessem decidir o destino de toda a Amazônia, que tem importância mundial.

*Foi professor em Porto Velho

BR-319: Conheça 5 curiosidades sobre a rodovia que divide opiniões

Inaugurada em março de 1976 e oficialmente nomeada Rodovia Álvaro Maia, a BR-319 é fruto de um projeto de integração nacional, com o objetivo de interligar o estado do Amazonas ao resto do Brasil. Mas você sabia que ao longo de seus 45 anos de existência, a rodovia passou por muitos conflitos envolvendo impactos ambientais, econômicos e disputas políticas?  O Portal Amazônia separou algumas curiosidades sobre a BR-319; Confira a seguir:

1.Concluída às pressas 

A construção da rodovia ocorreu entre 1968 e 1973 e foi promovida por governos militares, que além de quererem ligar a Amazônia ao Brasil, tinham a intenção de dominar a área para controle estratégico da região. Com isso, na finalização, a construção foi acelerada e foram colocadas lonas de plástico para proteger o asfalto nos períodos de chuvas, época em que normalmente as obras ficam paradas.

Foto: Corrêa Lima/Acervo Jorge Bastos de Oliveira
2. "Trecho do meio"

Doze anos após a inauguração, a BR-319, que possui 885,9 quilômetros de extensão, sendo 821 km no Amazonas e 64,9 km em Rondônia, passou a se tornar inacessível. Entre os anos de 1995 e 2016, foram realizados cuidados paliativos, como repavimentação e conservação em alguns trechos.

Ainda assim, cerca de 405 km (trajeto entre os quilômetros 250 e 655), popularmente conhecido como o "trecho do meio" passa por uma situação bastante precária, grande parte sem asfalto, com muitos atoleiros, o que faz desse trecho o mais danificado da rodovia. 

Foto: Divulgação/Observatório BR-319

3. Atoleiros 

Por definição, atoleiros são terrenos de solo mole, pantanoso, o que faz com que a passagem seja difícil e muitas vezes perigosa. Muitos motoristas que passam pela BR-319 ficam presos e necessitam de ajuda para seguir viagem, principalmente em períodos chuvosos, no inverno amazônico. Se engana quem pensa que no verão, as condições melhoram. Nessa época, surgem outros problemas: buracos e poeira.

Foto: Sebastião Miotto/Acervo pessoal

 4. Exigências ambientais

A partir de 2005, começa-se a discutir sobre a reconstrução do trecho do meio. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) junto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) definiram a obrigatoriedade do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) que analisa e investiga os riscos e perigos provocados ao meio ambiente e como a obra pode ser ecologicamente equilibrada.

Das quatro vezes em que o estudo foi enviado, o Ibama recusou a liberação. Da última vez, em julho de 2020, foi alegado insuficiência nos impactos socioeconômicos e ambientais.

Foto: Michael Dantas/WWF Brasil

 5. Terras indígenas em risco

Desde o surgimento do debate pela reconstrução do trecho do meio, representantes e comunidades indígenas discutem contra a reconstrução e a favor de uma consulta legalmente exigida pelos povos indígenas, uma vez que, de acordo com o Ibama em consulta pública, 11 terras indígenas seriam afetadas pela rodovia. Tem sido um dos principais impasses desde a inauguração. Porém, no último relatório de impacto, apenas três territórios foram consultados.

Foto: Ben Sutherland/Wikimedia

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