Floresta é dinheiro: a aposta do Brasil para inverter a lógica da devastação
Proposta liderada pelo Brasil promete remunerar países que conservam suas florestas tropicais, mas divide opiniões entre governos e ambientalistas sobre sua eficácia e governança
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é uma das principais novidades e um das apostas do governo brasileiro para incentivar a conservação ambiental. O objetivo é criar um sistema internacional de pagamento para países que mantêm suas florestas em pé, valorizando o papel dos países tropicais na regulação do clima e na absorção de carbono.
Embora o fundo não esteja na pauta oficial da Conferência do Clima de Belém, a proposta deve ser oficialmente lançada durante a Cúpula de Líderes, evento preparatório da COP30 que ocorre a partir desta quinta-feira (6).
O TFFF aplica a lógica de mercado ao financiamento climático. O fundo pretende captar cerca de R$ 125 bilhões em investimentos privados. Esse capital será reinvestido em projetos com maior taxa de retorno, e a diferença entre o que é pago aos investidores e o que é obtido nessas aplicações (o chamado spread) será destinada a remunerar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais, de forma proporcional à área conservada.
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Na prática, o plano, anunciado inicialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, propõe que países com grandes áreas de floresta tropical, como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, sejam remunerados pela conservação dos biomas.
A ideia é que o mecanismo funcione como uma espécie de “renda florestal global”, atraindo investimentos públicos e privados para compensar o valor econômico de manter a floresta viva e não derrubá-la.
Fonte: G1




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