Do papel à prática: iniciativas mostram como a educação midiática já acontece nas escolas
Foto: Reprodução
Em debate durante a 3ª Semana Brasileira de Educação Midiática, representantes do MEC e das redes estaduais compartilharam experiências que demonstram a integração da cultura digital ao dia a dia escolar
O ano de 2025 marca um ponto de virada para a educação digital e midiática no Brasil. Em fevereiro, com a aprovação da Resolução nº 2 do CNE (Conselho Nacional de Educação), o país passou a contar com diretrizes operacionais que orientam estados e municípios a incorporar o tema de forma sistemática à educação básica.
Até o final de 2025, todas as redes de ensino deverão revisar seus currículos para incluir competências relacionadas à leitura crítica de mídias, ao uso ético e responsável da tecnologia e à formação para a cidadania digital.
Para reunir boas práticas, políticas em construção e pesquisas sobre o assunto, a 3ª Semana Brasileira de Educação Midiática, promovida pelo MEC (Ministério da Educação), pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) e pela representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil acontece até o próximo dia 31 de outubro.
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Nesta terça-feira, 28, o Porvir acompanhou dois debates. Na mesa “Panorama da educação midiática no Brasil”, a diretora da Agência Porvir, Tatiana Klix, apresentou uma prévia do Mapa Brasileiro de Educação Midiática, desenvolvido pelo Porvir em parceria com Secom, Unesco e Embaixada do Reino Unido. A iniciativa oferece práticas e referências para implementar ações nas escolas.
“O mapa existe para mostrar que já existe muita coisa acontecendo e para inspirar outras redes e educadores a fazerem parte desse movimento”, explicou Tatiana.

O trabalho teve início em 2024, quando a Secom e a Unesco Brasil lançaram uma chamada pública nacional para mapear iniciativas voltadas à educação midiática em escolas, universidades, organizações e governos. O processo resultou em 496 propostas inscritas, vindas de todas as regiões do país, desde pequenos projetos escolares até programas de larga escala implementados por redes estaduais.
Em 2025, o Porvir assumiu a curadoria editorial e metodológica do levantamento, com a tarefa de validar, classificar e sistematizar essas iniciativas. Após eliminar duplicidades e organizar as informações, foram consolidadas 227 experiências e recursos que compõem a primeira versão do Mapa, que deve ganhar em breve uma seção no site da Secom.

Fotos: Reprdução
O site reunirá materiais, guias, jogos e o recurso de geolocalização para facilitar trocas regionais e atualizações, permitindo que novas experiências sejam incluídas ao longo do tempo.
De acordo com Tatiana, a proposta é revelar como diferentes setores estão contribuindo para o mesmo objetivo, incluindo universidades e organizações da sociedade civil que atuam em extensão e formação docente, governos que criam políticas e redes públicas que já colocam a educação midiática em prática nas escolas.
“Essas experiências ajudam a traduzir a Resolução do CNE em práticas concretas. A educação midiática já está acontecendo — e o mapa quer ampliar o acesso a essas referências para que toda escola encontre um ponto de partida e siga adiante”, afirmou Tatiana.
Fonte: Porvir



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