Operação Curaretinga intensifica combate ao crimes transfronteiriços e à degradação ambiental na Amazônia
Combater os crimes transfronteiriços e proteger o patrimônio ambiental brasileiro. Com esse propósito, o Comando Militar da Amazônia (CMA) realiza a Operação Curaretinga, uma ação simultânea conduzida pelas quatro Brigadas de Infantaria de Selva situadas na Amazônia Ocidental: a 1ª, 2ª, 16ª e 17ª Bda Inf Sl. A operação se desenvolve em áreas remotas dos estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre, regiões estratégicas do território nacional.
Como resultado direto das ações executadas durante a Operação Curaretinga XXVII, o esforço militar em cooperação com os Órgãos de Segurança Pública gerou mais de R$4,7 milhões de prejuízo às organizações criminosas.
Foram apreendidos 108 m³ de madeira ilegal, motosserras, tratores e caminhões estimados em R$780 mil. Além disso, dragas estimadas em R$3,2 milhões foram neutralizadas, e mais de R$750 mil em multas aplicadas, 12 acampamentos clandestinos neutralizados e 25 pessoas detidas.
A mobilização coordenada das tropas ampliou o alcance e a eficácia das ações de combate a ilícitos ambientais e transfronteiriços, desarticulando a cadeia logística criminosa que atua na extração ilegal de recursos naturais na região. As ações interagências são um dos pilares fundamentais da operação, que envolve fiscalização ambiental e repressão a ilícitos transfronteiriços.
Além dos resultados repressivos, a operação também contempla Ações Cívico-Sociais (ACISO), em que os militares prestam atendimentos de saúde, palestras educativas e distribuição de medicamentos às comunidades indígenas e ribeirinhas, contribuindo para a qualidade de vida dos povos situados em regiões mais isoladas.
Atuando como guardião na Amazônia, o CMA se mantém presente e vigilante em uma área de dimensões continentais, responsável por aproximadamente 59% das fronteiras terrestres do Brasil, correspondentes a mais de 9 mil quilômetros de extensão, em ambientes de selva, cursos d’água e comunidades de difícil acesso; ainda assim, mais de 355 atividades de monitoramento em áreas de fronteira já foram realizados em 2025.
Com esforço contínuo e permanente, a Operação Curaretinga evidencia o trabalho do Exército Brasileiro na proteção da Amazônia, na defesa da soberania e no combate aos ilícitos ambientais.










Operação Aracaçá interdita pista e desarticula estrutura de garimpo ilegal na TIY

Boa Vista (RR) – Em continuidade às ações para desarticular a estrutura do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II conduziu a Operação Aracaçá, de 5 a 8 de novembro. A pista não homologada de Aracaçá foi interditada pela equipe de Engenharia do Exército Brasileiro (EB). As pistas de pouso clandestinas são utilizadas por aeronaves pequenas, como aviões e helicópteros, para realizar transporte rápido de recursos necessários à mineração ilegal e as interdições visam interromper essas rotas de abastecimento.
A tropa de militares do EB realizou vasculhamento na área, inutilizando as instalações e intensificando a ação de desintrusão de garimpos. A região de Aracaçá possui acesso extremamente limitado e o estratégico emprego de tropa especializada possibilitou reconhecer e avaliar vias de acesso compatíveis, viabilizando condições futuras para o emprego da tropa convencional na região.
O emprego de militares das Forças Armadas na área de Aracaçá explora as capacidades específicas de cada Força, potencializando a repressão sobre o garimpo na TIY. A ação possui grande efeito dissuasório sobre a área, afetando a resiliência das atividades logísticas do garimpo.
Quatro detidos em área de garimpo
Durante as ações, militares do Exército Brasileiro detiveram três homens e uma mulher suspeitos de atuarem em garimpo ilegal na região de Aracaçá. Os suspeitos, sendo três brasileiros e um venezuelano, foram transportados em um helicóptero H-60L Black Hawk e duas aeronaves C-98 Caravan, ambas da Força Aérea Brasileira (FAB), da região do garimpo de Aracaçá até a Base Aérea de Boa Vista. Em seguida, foram conduzidos pela Força Nacional de Segurança Pública até a sede da Polícia Federal, onde foram entregues para os procedimentos legais. Com um dos suspeitos, foram apreendidos 10 gramas de minério e uma balança de precisão. No acampamento, foram encontrados equipamentos utilizados na área do garimpo.
Ação conjunta – Demonstrando elevado grau de interoperabilidade, as Forças Armadas empregaram as aeronaves H-60L Black Hawk e C-98 Caravan, ambas da FAB, e um HM-1 Pantera do EB, que executaram infiltrações e exfiltrações de militares e materiais do EB. Durante a operação, foi realizado reconhecimento aéreo dos pontos de interesse. Para garantir ação precisa e segura, foi utilizado equipamento de visão noturna nos deslocamentos da tropa através da selva e na abordagem das áreas de garimpo ilegal.
Impacto na proteção da floresta
Desde o início da Operação Catrimani II, em abril de 2024, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II, composto pela Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira, participou de ações interagências coordenadas pela Casa de Governo no Estado de Roraima, que geraram um impacto econômico superior a R$ 556 milhões às estruturas criminosas de mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). Esse número foi atualizado no dia 10 de novembro pela Casa de Governo. As operações interagências na TIY já resultou em 8.064 ações realizadas, 44.118 abordagens e 281 prisões.
Até novembro de 2025, registrou-se a inutilização de 1.821 motores utilizados no garimpo ilegal, 710 acampamentos clandestinos, 65 pistas de pouso ilegais e 42 aeronaves. Além disso, as ações resultaram na apreensão de 198kg de ouro; apreensão e inutilização de 229kg de mercúrio, elemento tóxico capaz de se ligar quimicamente ao metal nobre; 214 mil litros de Óleo Diesel; além de 184.000 kg de cassiterita, mineral com diversas aplicações industriais.
O prejuízo causado pelas ações refere-se ao material apreendido ou destruído, sem contabilizar o impacto econômico decorrente da cessação das atividades ilegais. Além disso, ressalta-se o valor inestimável da preservação da Floresta Amazônica, que vinha sendo desmatada e contaminada com mercúrio, e os consequentes danos sociais às comunidades que vivem na região.
Operação Catrimani II
A Operação Catrimani II é uma ação conjunta entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas, em coordenação com a Casa de Governo no Estado de Roraima, em cumprimento à Portaria GM-MD N° 5.831, de 20 de dezembro de 2024, que visa agir de modo preventivo e repressivo contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais na TIY.






Texto e fotos: Comando Operacional Conjunto Catrimani II
