Atmosferas de exoplanetas são a próxima pista de vida extraterrestre
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Alguns exoplanetas podem ter atmosferas que os tornam potencialmente adequados para a vida, mesmo fora da zona habitável da estrela
Quando os astrônomos procuram planetas que possam ter água líquida em sua superfície, eles começam observando a zona habitável de uma estrela. A água é um ingrediente essencial para a vida, e se um planeta está muito próximo de sua estrela, a água em sua superfície pode “ferver”; ou, se estiver muito distante, ela pode congelar. Essa zona habitável marca a região intermediária.
Mas estar nesse ponto ideal não significa automaticamente que um planeta seja hospitaleiro para a vida. Outros fatores, como se o planeta é geologicamente ativo ou tem processos que regulam os gases em sua atmosfera, também desempenham um papel importante. A zona habitável fornece um guia útil para procurar sinais de vida em exoplanetas — planetas fora do nosso Sistema Solar, que orbitam outras estrelas. Mas o que há na atmosfera desses planetas contém a próxima pista sobre se existe água líquida — e possivelmente vida — além da Terra.
Na Terra, o efeito estufa, causado por gases como dióxido de carbono e vapor de água, mantém o planeta quente o suficiente para a água líquida e a vida como a conhecemos. Sem atmosfera, a temperatura da superfície da Terra seria em média cerca de -18 ºC, muito abaixo do ponto de congelamento da água.
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Os limites da zona habitável são definidos pela quantidade de “efeito estufa” necessária para manter as temperaturas da superfície que permitem a persistência da água líquida. É um equilíbrio entre a luz solar e o aquecimento atmosférico.
Muitos cientistas planetários, incluindo eu, estão buscando entender se os processos responsáveis pela regulação do clima da Terra estão operando em outros mundos da zona habitável. Usamos o que sabemos sobre a geologia e o clima da Terra para prever como esses processos podem aparecer em outros lugares, e é aí que entra minha experiência em geociências.

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A zona habitável é uma ideia simples e poderosa, e por um bom motivo. Ela fornece um ponto de partida, direcionando os astrônomos para onde eles podem esperar encontrar planetas com água líquida, sem precisar saber todos os detalhes sobre a atmosfera ou a história do planeta.
Sua definição é parcialmente baseada no que os cientistas sabem sobre os vizinhos rochosos da Terra. Marte, que fica logo fora do limite externo da zona habitável, mostra evidências claras de rios e lagos antigos onde a água líquida já fluiu.
Da mesma forma, Vênus está atualmente muito perto do Sol para estar dentro da zona habitável. No entanto, algumas evidências geoquímicas e estudos de modelagem sugerem que Vênus pode ter tido água no passado, embora ainda não se saiba com certeza quanto e por quanto tempo. Esses exemplos mostram que, embora a zona habitável não seja um indicador perfeito de habitabilidade, ela fornece um ponto de partida útil.
Fonte: Metrópoles


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