Matemática precisa ser espaço de criatividade, não de memorização

Publicado em: 24/11/2025 10:44
Matemática precisa ser espaço de criatividade, não de memorização
Foto: Reprodução

Em Matematicando, a pesquisadora ligada à Universidade de Stanford (EUA) propõe ciência de dados e estimativas para tornar a matemática mais inclusiva, crítica e relevante

A educação matemática, no Brasil e no mundo, enfrenta desafios que não serão superados com abordagens tradicionais, segundo Jo Boaler. Quem nunca ouviu um aluno dizer “eu sou ruim em matemática”? Ou já se pegou, como educador, tentando ensinar uma fórmula que a turma simplesmente não consegue entender ou sequer vê sentido em aprender?

 

Em entrevista ao Porvir, a pesquisadora britânica, vinculada à Universidade de Stanford (Estados Unidos) e autora do livro “Mentalidades Matemáticas” e do recém-lançado “Matematicando – Encontrando criatividade, diversidade e significado na matemática” (ambos da editora Penso), defende uma mudança radical no ensino da disciplina. Para ela, é preciso romper com a lógica da memorização e tratar a matemática como uma área conceitual, aberta à investigação, à criatividade e à conexão com o mundo real.

 

Uma das apostas da especialista é usar a ciência de dados para tornar a matemática mais relevante e estimular o pensamento crítico. Em “Matematicando” (lançado como Math-ish), Jo propõe o conceito do “número ish”, que valoriza estimativas e raciocínio conceitual em vez do foco exclusivo em fórmulas, ajudando os estudantes a desenvolverem senso numérico e a pensar matematicamente.

 

Veja também 

 

Inscrito no Enade deve preencher questionário do estudante até sábado

 

Promover a tolerância religiosa é um compromisso da escola

A pesquisadora que está no Brasil para uma série de eventos neste fim de agosto. Na conversa a seguir, ela também destaca a importância de os educadores revisitarem sua própria trajetória com a matemática. Para ela, superar traumas vividos com a disciplina é um passo fundamental para ensinar de forma mais empática e transformadora. Confira:

 

Foto: Reprodução

 

Jo Boaler: O livro “Matematicando” (“Math-ish”, em inglês) traz dados e pesquisas que não tínhamos em minhas publicações anteriores, então é uma atualização nesse sentido. Uma das ideias é o termo ish, para o qual, ouvi dizer, vocês não têm um equivalente em português. Mas ele é realmente sobre estimativa. Nos EUA, as crianças odeiam estimativa.

 

 

 

Quando perguntamos a elas, “qual é o seu número ish?”, algo diferente acontece e elas se dispõem a participar e nos dar uma resposta. É um ótimo exercício porque, quando você tem um número ish, precisa estar pensando de forma conceitual. Com isso, você desenvolve o senso numérico e não se perde nos detalhes e procedimentos.

 

Fonte: Uol

LEIA MAIS

Compartilhar

Faça um comentário