Forbes: fortuna de Donald Trump explode 70% e bate US$ 7,3 bilhões
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Donald Trump
*Por Plinio Cesar A Coêlho – Em um movimento que redefine a relação entre política e riqueza, a renomada revista Forbes — mundialmente reconhecida como a autoridade máxima na medição de fortunas e cujo viés é abertamente pró-capitalismo — reportou um crescimento espetacular na riqueza de Donald Trump. Em apenas um ano, sua fortuna saltou de US$ 4,3 bilhões para um recorde histórico de US$ 7,3 bilhões, representando um aumento monumental de 70%. Este boom financeiro, de US$ 3 bilhões, posiciona Trump como um “fenômeno” de acumulação de riqueza, notável por ocorrer no período de seu retorno à Casa Branca em 2025.
O PODER DA PRESIDÊNCIA COMO ALAVANCAGEM DE FORTUNA
O elemento catalisador que interligou todos esses ganhos — desde a valorização especulativa de ativos digitais até a expansão dos negócios de licenciamento — foi o próprio poder da Presidência dos Estados Unidos. A Forbes é enfática ao sugerir que o novo posto de Donald Trump como líder da maior economia do mundo atuou como uma alavancagem direta para sua fortuna, ajudando a valorizar seu patrimônio e seus projetos empresariais.
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Essa dinâmica se manifestou pela confiança do mercado em seus projetos pós-eleitorais e pela monetização da marca política. No caso das criptomoedas, por exemplo, o lançamento da Memecoin ($TRUMP), feito poucos dias antes de ele reassumir a Casa Branca, capitalizou o fervor de sua posse e catapultou o valor desses ativos. Em essência, o poder político e a visibilidade global inerentes ao cargo funcionaram como um multiplicador financeiro sem precedentes.
O LIMITE ÉTICO: PROMISCUIDADE ENTRE PODER E LUCRO PESSOAL
O crescimento de 70% na fortuna de Donald Trump, catalisado pela sua reeleição, lança luz sobre o complexo e eticamente sensível tema da promiscuidade entre o poder da Presidência e o lucro pessoal. Ao contrário de outros líderes que historicamente se distanciam de seus negócios para evitar conflitos de interesse, o caso Trump demonstra uma simbiose direta: o cargo político mais poderoso do mundo foi usado como um multiplicador de marca e um acelerador de riqueza, transformando a visibilidade e as decisões presidenciais em um ativo financeiro. A aceitação e valorização de empreendimentos altamente especulativos, como as memecoins, imediatamente após sua posse, sugere que o mercado viu no Presidente uma máquina de hype e de alavancagem de valor, resultando em uma fortuna recorde. Essa aliança entre o palanque e o balanço final da empresa questiona os limites éticos e regulatórios da política moderna, onde o poder do Estado pode se converter, de forma inédita e acelerada, em riqueza privada.

A ESTRATÉGIA CRIPTO: O MOTOR INESPERADO DO CRESCIMENTO
A maior parte do acréscimo de US$ 3 bilhões à fortuna de Trump é atribuída à sua entrada estratégica e bem-sucedida no universo das criptomoedas, o principal motor desse crescimento:
– Memecoin ($TRUMP): Lançada estrategicamente, gerou um ganho estimado de cerca de US$ 710 milhões, transformando lealdade política em valor digital.
– Tokens da World Liberty Financial: A empresa de criptoativos da família experimentou uma valorização explosiva, contribuindo com aproximadamente US$ 340 milhões.
– Ativos Líquidos em Cripto: Trump acumulou cerca de US$ 660 milhões em ativos líquidos provenientes de vendas de criptomoedas e reservas.
Além dos ganhos digitais, a Marca Trump também se fortaleceu, com os negócios de licenciamento registrando um salto, arrecadando mais de US$ 400 milhões. Por fim, vitórias judiciais adicionaram cerca de US$ 470 milhões à sua fortuna.

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O ALERTA DA FORBES: VOLATILIDADE E OPACIDADE
É fundamental ressaltar que, mesmo com a validação da Forbes, a revista levanta suspeitas e questionamentos inerentes a esse crescimento:
– Volatilidade Extrema: A revista apontou a natureza altamente especulativa da Memecoin ($TRUMP) e de outros ativos digitais, cuja valorização é frequentemente impulsionada por hype (burburinho coletivo) e não por fundamentos sólidos. O próprio patrimônio de Trump já sofreu quedas bilionárias em semanas, demonstrando a fragilidade desses ganhos.
– Transparência Questionável: A Forbes criticou a opacidade em torno dos negócios de criptoativos da família Trump, citando acordos feitos sem anúncios públicos e a complexidade de propriedades cruzadas, de que dificultam a auditoria completa da riqueza.
Em suma, a Forbes confirma o salto estratosférico na fortuna de Donald Trump, solidificando a imagem de um empresário que, contra todas as expectativas, usou o palco político como o melhor ativo de sua carteira de investimentos.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR:
Diante do crescimento de 70% da fortuna de Donald Trump — validado pela Forbes e impulsionado pela alavancagem de sua posição política — qual deve ser o limite ético entre o exercício do poder presidencial e a busca pelo lucro pessoal no capitalismo moderno?
*Plinio Cesar Albuquerque Coêlho é professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
É mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorando na Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), em Buenos Aires.




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