Rio Claro, cidade de 200 mil habitantes no interior de São Paulo, enfrenta uma escalada de violência em 2025 provocada pela disputa entre facções criminosas. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, foram 24 homicídios dolosos neste ano, sendo oito execuções, um aumento de 26,3% em relação a 2024.

O índice de 11,9 assassinatos por 100 mil habitantes é quase três vezes maior que a média estadual. Relatórios do Ministério Público e da Polícia Civil apontam que o avanço do Comando Vermelho sobre áreas historicamente controladas pelo PCC explica parte da violência.

A cidade, cercada por rodovias estratégicas como Anhanguera e Bandeirantes, sempre teve o tráfico pulverizado, sem uma facção dominante. Esse vácuo abriu espaço para novos grupos, entre eles o “Bonde do Magrelo”, dissidente do PCC que se aliou ao CV.

A tensão aumentou após a descoberta, em março, de uma base logística do Comando Vermelho em Hortolândia. O local armazenava armas e drogas e servia de ponto de apoio entre Rio Claro e o Rio de Janeiro. O delegado seccional Paulo Hadich reconhece que as mortes estão ligadas a disputas por território e poder dentro do crime organizado.