Desconta o estresse na comida? Confira 5 dicas para manter dieta mesmo quando estiver ansioso ou estressado

Publicado em: 14/12/2025 13:27
Desconta o estresse na comida? Confira 5 dicas para manter dieta mesmo quando estiver ansioso ou estressado
Foto: Reprodução

A alimentação e o humor estão intimamente ligados com a liberação de hormônios que podem aumentar o apetite e nos fazer escolher comidas gordurosas ou açucaradas

A alimentação e o humor estão intimamente ligados, por exemplo, em situações de estresse ou ansiedade.

 

“Nesses momentos, o corpo libera cortisol, um hormônio que pode aumentar o apetite e promover a preferência por alimentos ricos em calorias, como os açucarados ou gordurosos, já que fornecem energia rápida. Do ponto de vista evolutivo, isso fazia sentido em contextos de sobrevivência, quando era necessária energia imediata para enfrentar uma ameaça, mas hoje esse mecanismo não responde aos mesmos desafios”, explica Ximena Muñoz, nutricionista da Clínica MEDS.

 

Além da resposta hormonal, “quando as pessoas vivenciam situações desagradáveis, inconscientemente tendem a evitar essas sensações incômodas buscando algo que lhes proporcione alívio. Comer é uma das fontes de prazer mais imediatas e, nesse contexto, pode se tornar um mecanismo para amenizar o desconforto e recuperar a sensação de bem-estar”, afirma Constanza Mosso, nutricionista e professora do Departamento de Nutrição e Dietética da Universidade de Concepción (Chile).

 

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Segundo Muñoz, esse comportamento é normal quando ocorre ocasionalmente.

 

“Todos nós já passamos por momentos estressantes e recorremos à comida. No entanto, torna-se problemático quando vira um padrão permanente e a comida se torna a principal estratégia para lidar com as emoções. Comer emocionalmente é definido como a tentativa de aliviar o sofrimento emocional por meio da comida e, se isso se tornar um hábito, pode levar a uma relação não saudável com a comida”, afirma.

 

Aqui estão cinco dicas para não descontar suas emoções na comida:

 

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1. DIFERENCIE OS TIPOS DE FOME

Para evitar que as emoções controlem a alimentação, é crucial aprender a diferenciar entre fome fisiológica e fome emocional. Sandra Navarrete, psicóloga especializada em obesidade na Clínica Santa María (Chile), explica que “a fome fisiológica geralmente se manifesta com sinais corporais como dor de estômago, ronco no estômago, dores de cabeça ou até mesmo alterações de humor, como irritabilidade”.

 

Mas a fome emocional surge repentinamente e geralmente está ligada a um desejo específico, geralmente por alimentos muito saborosos, como chocolate. “No entanto, depois de começar a comer, pode ser difícil parar, e um sentimento de culpa costuma surgir. Vale ressaltar que, quando você come algo doce para aliviar um sentimento desagradável, esse efeito dura aproximadamente três minutos”, afirma Ximena Muñoz. Portanto, a recomendação é fazer uma pausa de cinco minutos antes de comer e avaliar que tipo de fome você está sentindo.

 

2. RECONHEÇA A EMOÇÃO POR TRÁS

Se a fome emocional for identificada, o próximo passo é analisar o que a está desencadeando. “É fundamental tentar identificar a emoção por trás da vontade de comer. Pode ser estresse, ansiedade, depressão subjacente ou até mesmo tédio”, explica Muñoz. Uma vez identificado o sentimento, é importante encontrar uma alternativa à comida para lidar com a emoção de forma saudável. “O segredo é distrair a mente, não o estômago”, enfatiza Sandra Navarrete.

 

ALIMENTAÇÃO X ESTRESSE E ANSIEDADE – End Academy

3. TENHA UM PLANO DE AÇÃO

Para lidar melhor com esses episódios, é aconselhável ter um plano, já que pensar em alternativas pode ser difícil em momentos de estresse ou ansiedade. “Recomendo fortemente que meus pacientes tenham uma lista de opções para esses momentos e planejem tudo antes que a situação surja. Por exemplo, anotar cinco pessoas para quem podem ligar ou cinco lugares para onde podem ir quando perceberem que isso está acontecendo, para que possam se distrair com isso”, sugere Muñoz.

 

As opções podem variar de acordo com os gostos de cada pessoa . “Você pode praticar esportes, se envolver em alguma atividade que seja prazerosa para a pessoa, como receber uma massagem, tomar um banho, caminhar descalço na grama ou praticar um hobby como tocar um instrumento, escrever, cantar, meditar, praticar técnicas de respiração ou conversar com alguém sobre o que essa pessoa está passando”, recomenda Navarrete.

 

4. PREFERIR OUTROS ALIMENTOS

No entanto, se você ainda sentir vontade de comer algo, pode optar por outros alimentos. “Quando você tem desejos típicos, o melhor a fazer é consumir alimentos que gerem sensações semelhantes, como barras de proteína no sabor desejado, que também aumentam a saciedade, ou alimentos crocantes, que produzem o mesmo som que batatas fritas, mas sem precisar comê-las”, comentou Rodrigo Troncoso, coordenador do Laboratório de Pesquisa em Nutrição e Atividade Física do Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos (INTA) da Universidade do Chile.

 

Jornal da Franca - Psiquiatra da Universidade de Harvard ensina como  aliviar a ansiedade com comida - Jornal da Franca

Fotos: Reprodução

 

5. CONSUMA UMA PORÇÃO ADEQUADA

Por fim, é importante ressaltar que você não deve se proibir de comer certos alimentos. Aliás, como aponta Constanza Mosso, “quando nos submetemos a restrições alimentares, isso na verdade desencadeia mais ansiedade e passamos a desejar todos os alimentos que nos foram proibidos. Vale lembrar que uma alimentação saudável envolve o consumo de alimentos de todos os grupos alimentares, buscando o equilíbrio.”

Nesse sentido, é importante construir uma relação saudável com a comida. Por isso, pode ser útil “não se privar do alimento que provoca o desejo, mas sim consumir uma porção adequada. Por exemplo, no caso de chocolate embalado, a ideia é consumir o que está descrito na embalagem como a porção usual. Isso evita o aumento da ansiedade e previne uma relação negativa com a comida”, afirma Troncoso.

 

 

 

Para alcançar esse objetivo, Mosso indica que cultivar a alimentação consciente é essencial. “Essa abordagem envolve tomar consciência através dos nossos sentidos enquanto comemos. Ou seja, observar a comida, tocá-la, cheirá-la e também prová-la. E também estar ciente das nossas emoções e pensamentos enquanto comemos.”

 

Fonte: O Globo

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