Forte São Joaquim – o sentinela do Extremo Norte, celebra 250 anos de história

Manaus (AM) – O ano de 2025 marca o bicentenário e meio de um dos marcos mais importantes da ocupação portuguesa no extremo norte do Brasil: o Forte de São Joaquim do Rio Branco, em Roraima (RR). Erguido às margens da confluência dos rios Uraricoera e Tacutu, onde nasce o Rio Branco, o forte foi fundado em 1775 por determinação da Coroa Portuguesa para ser uma sentinela avançada, essencial na disputa territorial contra espanhóis e holandeses.
Sua construção simbolizou o esforço lusitano para consolidar as fronteiras amazônicas e iniciar o povoamento da região que hoje corresponde ao estado de Roraima. A fortaleza, inicialmente concebida em pedra e barro pelo capitão engenheiro Filipe Sturm, desempenhou um papel geopolítico e administrativo vital, sendo o centro de comando militar e, indiretamente, o catalisador para os primeiros núcleos populacionais no Alto Rio Branco.
As ruínas do Forte São Joaquim, localizadas no município de Bonfim, a cerca de 40 quilômetros de Boa Vista, são hoje um sítio histórico, arqueológico e arquitetônico tombado provisoriamente pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Apesar do reconhecimento oficial de sua importância, o local se encontra fechado para visitação, inserido em uma fazenda privada, e sofre com a ação do tempo, a vegetação e, historicamente, com saques de vestígios arqueológicos, como balas de canhão e pedras da estrutura original.
A celebração dos 250 anos de história, contudo, tem impulsionado a Comunidade Portuguesa em Roraima a organizar eventos cívico-militares e culturais, na tentativa de resgatar a memória e a relevância do Forte. Tais iniciativas buscam não apenas homenagear o legado lusitano e a história da fronteira, mas também pressionar por ações efetivas de conservação e futura reabertura do sítio, com a pretensão de ampliar o turismo cultural e a educação.
O Forte de São Joaquim é um lembrete físico e silencioso das disputas imperiais e do custo humano e material da construção do Brasil no seu extremo setentrional. De agora em diante, o esforço está em garantir que o legado deste sentinela do Norte, que chega aos 250 anos, possa ser honrado e protegido para as futuras gerações.
