IA simula Via Láctea estrela por estrela – e bate recorde científico

Publicado em: 17/11/2025 10:50
IA simula Via Láctea estrela por estrela – e bate recorde científico
Foto: Anton Jankovoy/Shutterstock

Trabalho representa um avanço na interseção entre astrofísica, computação de alto desempenho e inteligência artificial

Pela primeira vez, pesquisadores conseguiram simular a Via Láctea com mais de 100 bilhões de estrelas ao longo de dez mil anos. É o modelo mais preciso já feito até agora da nossa galáxia. A façanha foi alcançada ao combinar inteligência artificial (IA) com simulações numéricas. A simulação não apenas representa 100 vezes mais estrelas do que modelos anteriores, mas também foi produzida mais de 100 vezes mais rápido.

 

O trabalho foi liderado por Keiya Hirashima, do Centro RIKEN de Ciências Teóricas e Matemáticas Interdisciplinares (iTHEMS), no Japão, em colaboração com colegas da Universidade de Tóquio e da Universidade de Barcelona, ??na Espanha. O estudo foi apresentado na conferência internacional de supercomputação SC ’25. Além da astrofísica, a metodologia pode ser usada para modelar outros fenômenos, como mudanças climáticas e padrões meteorológicos.

 

“Acredito que a integração da IA ??com a computação de alto desempenho representa uma mudança fundamental na forma como abordamos problemas multiescala e multifísicos nas ciências computacionais”, afirma Hirashima. “Essa conquista também demonstra que as simulações aceleradas por IA podem ir além do reconhecimento de padrões e se tornar uma ferramenta genuína para a descoberta científica – ajudando-nos a rastrear como os elementos que formaram a própria vida surgiram em nossa galáxia.”

 

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A simulação da Via Láctea tem sido um objetivo comum entre astrofísicos para testar teorias de formação galáctica, estrutura e evolução estelar em comparação com observações reais. É um processo complexo por exigir dados sobre gravidade, dinâmica de fluidos, explosões de supernovas e síntese de elementos – processos que ocorrem em escalas de espaço e tempo muito diferentes.

 

 

As simulações mais avançadas atualmente têm um limite superior de massa de cerca de um bilhão de sóis, enquanto a Via Láctea possui mais de 100 bilhões de estrelas. Isso significa que a menor “partícula” no modelo é, na verdade, um aglomerado de estrelas com massa equivalente a 100 sóis. Apenas eventos em grande escala podem ser simulados com precisão.

 

Fonte: Olhar Digital

 

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