Marcos Rocha se nega a discutir situação dos embargos ambientais e mostra seu descaso com o setor agrícola do estado

Andando na contramão dos acontecimentos envolvendo o agronegócio em Rondônia, o governador Marcos Rocha se negou a participar da audiência pública realizada pelo Senado Federal, realizada na última sexta-feira, 31, na Assembleia Legislativa, que discutiu o difícil momento vivido pelos produtores rurais de Rondônia, principalmente no que diz respeito aos embargos ambientais, destruição de propriedades e desintrusão de famílias que moram há décadas no mesmo local e que possuem documento legal da terra, como o acontecido no final do último mês em Alvorada do Oeste.
A audiência pública reuniu autoridades locais e federais, inclusive com a presença de senadores de outros estados, mas não contou com a presença de quem deveria ser o maior interessado na causa, que é o governador Marcos Rocha. O chefe do executivo alegou ter outras agendas mais importantes no interior do estado do que discutir a situação do agronegócio da pequena à grande propriedade. No momento da audiência pública Rocha estava em Ariquemes assinando ordem de serviço para uma pequena reforma no prédio do 7° Batalhão da Polícia Militar, cumprindo agenda da sua pré-campanha ao senado.
Ao não comparecer à audiência pública onde deveria cobrar respeito aos nossos produtores rurais e à propriedade privada, defender os interesses de Rondônia, Marcos Rocha mostra mais uma vez o desdém com que trata o setor primário da economia rondoniense, ratificando a falta de habilidade e a falta de interesse com que trata os produtores rurais de Rondônia, deixando o Estado totalmente fora das discussões ambientais, como se os embargos ambientais impostos pelo governo federal à pedido das Organizações não Governamentais (ONGs) não refletissem diretamente na vida de todos os cidadãos rondonienses.
Desde que assumiu o comando do governo do estado em 2019, Marcos Rocha se mostrou sempre distante do setor agrícola de Rondônia. Poucas ações em prol do desenvolvimento do setor foram realizadas dando apenas continuidade a programas que já vinham sendo implantados como distribuição de calcáreo, repasse de recursos do Fhita, manutenção da Rondônia Rural Show. Embora o secretário de agricultura do Estado, Marcos Paulo seja bastante ativo, falta a ele a retaguarda necessária para garantir o desenvolvimento do setor, pois a Seagri sempre foi deixada em segundo plano nas duas gestões de Rocha, tendo um dos mais baixos orçamentos do governo, insuficiente para atender às necessidades do agro.
Com uma sanha arrecadadora para bancar as despesas do governo, especialmente as diversas viagens internacionais milionárias e secretas do governador, da primeira dama Luana Rocha e de um batalhão de assessores, o governo Marcos Rocha tem deixado claro que o seu interesse com o setor só diz respeito à arrecadação. Tanto que já tentou emplacar na Assembleia Legislativa, por duas oportunidades, a criação de uma taxa para o agronegócio disfarçada de contribuição, que foi impedida pelos deputados. Nas duas oportunidades o governador queria que o produtor rural pagasse até 3% de toda a sua movimentação, para engordar os cofres do governo do estado.
Durante os sete anos em que deveria estar no comando do governo, Marcos Rocha, em nenhum momento, tomou a iniciativa de defender o setor do agronegócio contra os ataques dos órgãos ambientais, sempre se esquivando das discussões, deixando a bomba explodir nas mãos dos produtores, que muitas vezes possuem seus títulos de propriedade há mais tempo do que o próprio governador tem de residência em Rondônia. Essa inércia do governo do estado tem prejudicado todo o setor, que tenta sobreviver às próprias custas, por não ter um aliado forte, que deveria assumir o compromisso com o seu povo, mas prefere terceirizar as suas ações, lavando as mãos para os interesses da comunidade.


