Não existe submissão saudável. Devemos ser insubmissas e libertárias
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Jornalista Maria Santana Souza, idealizadora do Portal Maria da Amazônia e apresentadora do Ela Podcast
Maria Santana Souza – Me chamou atenção a recente fala da ex-primeira dama Michele Bolsonaro se manifestando a favor de uma “submissão saudável” da mulher ao marido. Mas não me trouxe nenhuma surpresa tal declaração.
Michele é seguidora de ordem religiosa fundamentalista, que se sustenta no Velho Testamento e na história das primeiras comunidades cristãs. Foi buscar em Paulo Apóstolo uma referência a essas comunidades patriarcais, numa época de total sujeição da esposa ao marido.
“Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja.”
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Foi uma fala infeliz e fora de contexto da ex-primeira dama. Dois mil anos depois, o mundo é outro e as mulheres lutam por voz, espaço na sociedade, direitos iguais, respeito e amor. Não há mais ambiente para reprodução de valores anacrônicos, que moldaram as primeiras organizações sociais cristãs.
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Daí a importância das ordens religiosas seguirem os ensinamentos cristãos e não as fundamentações do Velho Testamento, escrito antes de Jesus Cristo e que conta a história de guerras e conflitos dos primeiros povos bíblicos.
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Hoje, 49,1% dos lares são chefiados por mulheres no Brasil. São 35,6 milhões de mulheres responsáveis por domicílios. Em 2000, eram 22,2% e em 2022, as mulheres já eram responsáveis por mais de 49%.

Atuando na educação, mulheres são a maioria
dos profissionais na Amazazonas
Como falar em submissão, se trabalhamos e mantemos nossas famílias em metade dos lares brasileiros?
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No Amazonas, segundo o Censo Demográfico 2022, as mulheres são responsáveis por 50,1% ou 540.594 domicílios.
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Em Manaus as mulheres compõem 53% no quadro de
funcionários. Nos cargos de gerência,
elas representam 40%
Em Manaus, são 337.942 domicílios chefiados por mulheres ou 53,59%. Os homens são responsáveis por 292.635 ou 46,41%.
Os números são suficientes para derrubar a ideia de submissão da mulher ao homem. Há muito tempo as mulheres vêm lutando e conquistando seu espaço na sociedade, no caminho da liberdade, da igualdade e do companheirismo.
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Fotos: Reprodução
Maria Santana Souza é empresária, jornalista e uma das maiores referências em ativismo feminino no Amazonas. Formada em Direito, começou sua carreira no jornalimo como editora do Portal do Zacarias. É uma das autoras da obra” Mulheres Interseccionalidades, Vivencias Amazônicas”, Idealizadora e Diretora executiva do Site” Mulher Amazônica e do Pod Cast “ Ela Pod. Maria Santana Souza tem popularizado as temáticas que envolvem as causas Femininas, desafios e conquistas. É autora de uma coletânea de artigos. Seu olhar afiado e seu discurso direto fizeram dela uma voz ativa no cenário das temáticas que envolvem as causas das Mulheres no Amazonas.
Fonte: Portal Mulher Amazônica




