Uma operação conjunta realizada entre 16 e 24 de novembro de 2025 no Amazonas resultou em um prejuízo estimado de R$ 17,5 milhões ao garimpo ilegal, informou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) nesta segunda-feira (8).
A ação envolveu equipes do ICMBio, Polícia Federal, Funai e Exército Brasileiro, com apoio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia). As fiscalizações ocorreram nas bacias dos rios Juami, Puruê, Japurá, Jutaí e Boia, abrangendo áreas dos municípios de Japurá e Jutaí.
Ao todo, 13 dragas foram inutilizadas, além de embarcações, motores, combustível e equipamentos de comunicação que também foram apreendidos e destruídos.
A região alvo das operações concentra territórios sensíveis, incluindo o Vale do Javari, a Terra Indígena Rio Biá, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Cujubim e áreas sob gestão do ICMBio Tefé.
Segundo o instituto, o garimpo ilegal provoca forte degradação ambiental, com desmatamento, assoreamento dos rios, aumento da sedimentação e contaminação por mercúrio, impactos que afetam diretamente a biodiversidade e comprometem unidades de conservação e terras indígenas.
Operação Catrimani II: patrulhas fluviais contribuem para redução do garimpo ilegal na TIY

A redução do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, tem a contribuição direta de uma das principais atividades repressivas das Forças Armadas no contexto da Operação Catrimani II: as patrulhas fluviais realizadas nos igarapés e áreas que margeiam as calhas dos rios da região.
Desde o início da Operação Catrimani II, em abril de 2024, tropas do Comando Operacional Conjunto realizam patrulhas nos rios Uraricoera e Mucajaí. A ação é fundamental para o monitoramento de áreas de selva fechada, interceptando o garimpo ilegal diretamente onde ele está mais presente: nas proximidades dos rios.
Como resultado das patrulhas, foram realizadas prisões de suspeitos de envolvimento com o garimpo ilegal; interdições de acampamentos clandestinos e inutilização de materiais como balsas e dragas, além de apreensões de minérios, drogas e armamentos.
“As patrulhas fluviais são contínuas e integram uma estratégia para sufocar o garimpo. Esse esforço conjunto busca não apenas combater o garimpo ilegal, mas também garantir a segurança das comunidades indígenas e a preservação do meio ambiente”, destacou o General de Divisão Plácido, Subcomandante do Comando Operacional Conjunto Catrimani II.
Procedimento
As patrulhas têm como ponto de partida bases avançadas situadas às margens dos rios Mucajaí e Uraricoera. As ações podem durar dias, nos quais os militares vasculham rios e igarapés onde os garimpeiros costumam ocultar seus equipamentos.
Entre os dias 13 e 15 de outubro de 2025, as tropas do Comando Operacional Conjunto revisitaram áreas já inspecionadas e confirmaram a eficácia das ações nas margens do rio Uraricoera: não foram encontrados indícios de retomada do garimpo na Terra Indígena Yanomami. A revisitação aos locais já inspecionados desencoraja o retorno dos garimpeiros e mantém a pressão dissuasória sobre os pontos de garimpo e rotas logísticas ilegais, consolidando o controle territorial, ampliando a proteção às comunidades e contribuindo para a preservação ambiental na TIY.

Área de garimpo ilegal às margens do Rio Uraricoera
Operação Catrimani II
A Operação Catrimani II faz parte de uma ação conjunta entre órgãos de segurança pública, agências e Forças Armadas, coordenada pela Casa de Governo do Estado de Roraima, em cumprimento à Portaria GM-MD nº 5.831, de 20 de dezembro de 2024. A operação tem como objetivo atuar de forma preventiva e repressiva contra o garimpo ilegal, os ilícitos transfronteiriços e os crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami.

Material inutilizado em ações anteriores

Área de garimpo ilegal às margens do Rio Uraricoera

Patrulha Fluvial realizada pelo Destacamento Especial de Fronteira de Waikás pelo Rio Uraricoera

Área de garimpo ilegal às margens do Rio Uraricoera
Fonte: Comando Operacional Conjunto CATRIMANI II.