Relatório na COP30 denuncia: Comando Vermelho usa fazendas do Acre como base para tráfico internacional
Documento revela que áreas rurais do estado viraram centros de grilagem, depósito de drogas e lavagem de dinheiro do garimpo; rotas ilegais seguem por rios até Peru e Bolívia
O relatório alerta para a consolidação dessas rotas ilegais que fortalecem a atuação do crime organizado na região. Foto: internet
Um relatório internacional divulgado durante a COP30 em Belém expôs a transformação de áreas rurais do Acre em bases estratégicas do Comando Vermelho para atividades ilegais. O documento “Avaliação da Amazônia 2025: Conectividade da Amazônia para um Planeta Vivo” revela que fazendas e regiões isoladas no estado são utilizadas como depósitos de entorpecentes e pontos de apoio logístico para o transporte de cargas ilícitas rumo às fronteiras com Peru e Bolívia.
A análise detalha como a facção criminosa estabeleceu uma rede que aproveita rotas fluviais e terrestres na tríplice fronteira amazônica para expandir suas operações de grilagem de terras, tráfico de drogas e lavagem de recursos obtidos com garimpo clandestino.
De acordo com o estudo, facções como o Comando Vermelho (CV) utilizam fazendas e áreas de difícil acesso no Acre e em Rondônia para estocar drogas e lavar dinheiro por meio da grilagem de terras. A partir desses pontos, a organização movimenta cargas ilícitas que seguem pelas rotas fluviais e terrestres rumo ao interior do país e às fronteiras com Peru e Bolívia, ampliando o poder das facções na região de tríplice fronteira.
O relatório também alerta que as atividades criminosas no Acre e em outros estados amazônicos agravam a crise climática, uma vez que o desmatamento, as queimadas e a contaminação de rios por mercúrio se tornaram parte da estrutura econômica dessas organizações.
O relatório destaca que as rotas ilegais usam rios e estradas que ligam o interior do Brasil às fronteiras com Peru e Bolívia. Foto: ilustrativa
Rotas e atividades ilegais
- Eixo: Rio Branco → fronteiras com Peru e Bolívia
- Transporte: Rios e estradas da tríplice fronteira amazônica
- Lavagem: Recursos do garimpo clandestino
- Impacto: Desmatamento e poluição de rios
Contexto internacional
- COP30: Primeira vez que crime organizado entra na Agenda de Ação do Clima
- Apelo: Maior cooperação internacional e transparência
- Conexão: Reconhecimento do vínculo entre narcotráfico e destruição ambiental
Pela primeira vez na história das conferências do clima, o crime organizado foi incluído oficialmente na Agenda de Ação da Convenção do Clima durante a COP30 em Belém. Um relatório internacional reconhece que o narcotráfico e o crime ambiental são fatores determinantes na destruição da Floresta Amazônica, agravando a crise climática global e afetando comunidades locais.
O documento destaca que as atividades ilegais do Comando Vermelho no Acre e em Rondônia – incluindo grilagem, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro do garimpo – contribuem diretamente para o avanço do desmatamento e a poluição dos rios amazônicos. O relatório pede maior cooperação internacional e transparência nas medidas de enfrentamento às redes criminosas que lucram com a devastação da Amazônia, alertando para a necessidade de políticas integradas que combatam simultaneamente o crime organizado e a crise climática.
Relatório oficial reconhece pela primeira vez que narcotráfico e grilagem agravam crise climática; documento pede cooperação internacional contra redes criminosas. Foto: captada
