Rondônia é o 7º estado mais violento do Brasil levantamento
Taxa de homicídios é de 30,7 por 100 mil habitantes; Porto Velho está entre as capitais com maiores índices de violência e Vilhena tem o pior cenário no estado As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Rondônia é o 7º estado mais violento do Brasil, segundo Anuário 2025; veja o levantamento
Por Redação | Rondônia Dinâmica
PORTO VELHO (RO) – Rondônia aparece entre as unidades da federação com maiores índices de violência letal do país, segundo o Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil 2025, produzido pela MySide com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde. O levantamento aponta que o estado ocupa a 21ª posição entre os mais seguros e, por consequência, o 7º lugar entre os mais violentos, com taxa de 30,7 homicídios por 100 mil habitantes no período de referência de 2024.
O estudo mostra que Santa Catarina é o estado menos violento do Brasil, com 8,6 assassinatos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo, com 11,3, e o Distrito Federal, com 12,3. Nas últimas posições do ranking nacional estão o Amapá, com 47,1, o Ceará, com 43,7, e a Bahia, com 42,0. Rondônia aparece logo após o Maranhão, que registra taxa de 30,4, e à frente do Amazonas, com 30,9.
Na divisão regional, o Sul é a região mais segura do país, com taxa média de 15,8 homicídios por 100 mil habitantes, seguido pelo Sudeste (16,6) e pelo Centro-Oeste (19,8). As regiões Norte e Nordeste apresentam os piores resultados, com médias de 28,7 e 35,9, respectivamente. O relatório aponta que, apesar de oscilações locais, o padrão histórico de violência se mantém estável, com concentração de índices mais elevados nas áreas urbanas de maior desigualdade e nas regiões de fronteira.
No recorte das capitais, Porto Velho ocupa a 21ª colocação nacional, com taxa de 41,8 homicídios por 100 mil habitantes. Entre as capitais da região Norte, a capital rondoniense apresenta o segundo pior índice, ficando atrás apenas de Macapá (51,0) e à frente das demais, como Manaus (35,4). As capitais mais seguras do país são Florianópolis, Brasília e São Paulo, com taxas de 10,7, 12,3 e 13,1, respectivamente.
No contexto estadual, Ji-Paraná aparece como o município mais seguro de Rondônia, com 15,9 homicídios por 100 mil habitantes, seguido de Ariquemes, com 28,6. Porto Velho figura na terceira posição do ranking estadual com 41,8 e Vilhena tem o pior índice, com 54,1 assassinatos por 100 mil habitantes. Essa diferença entre as cidades reflete, segundo o levantamento, variações locais relacionadas à densidade populacional, estrutura urbana, políticas municipais e padrões de registro de ocorrências.
O estudo destaca que os dados foram calculados a partir dos registros oficiais do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), mantido pelo Ministério da Saúde, e das estimativas populacionais do IBGE. O SIM é o sistema nacional de registro de óbitos em funcionamento desde 1979 e adota os padrões da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde. Essa padronização permite comparações seguras entre diferentes localidades e reduz a interferência de fatores administrativos ou políticos na divulgação dos números.
A opção metodológica de utilizar apenas o indicador de homicídios por 100 mil habitantes se baseia na comparabilidade e na uniformidade das informações. Segundo o relatório, outros tipos de crimes, como furtos e roubos, não entram no cálculo porque não há no país uma base nacional unificada com critérios equivalentes de registro. O homicídio é o único indicador reconhecido internacionalmente como comparável e tecnicamente neutro, usado também por instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Para compor o Anuário 2025, a MySide analisou os registros de óbitos ocorridos entre janeiro e novembro de 2024 e aplicou um fator de anualização para estimar o comportamento médio do período de 12 meses. Os dados populacionais foram ajustados por interpolação linear entre o Censo 2022 e as estimativas do IBGE de julho de 2025. A empresa afirma que o mesmo método foi aplicado uniformemente a todas as cidades analisadas, preservando a comparabilidade entre os resultados.
O relatório também menciona a aplicação de um fator de correção nos municípios onde os registros de óbitos não especificam claramente a causa da morte, como em casos classificados genericamente como “causas externas indeterminadas”. Esse ajuste visa evitar distorções em locais onde a qualidade das informações médicas ou cartoriais é menor, evitando que a taxa de homicídios pareça artificialmente reduzida.
Embora o ranking tenha se consolidado como uma ferramenta de referência nacional, o próprio estudo ressalta que ele deve ser interpretado como um guia técnico e não como uma verdade absoluta sobre a segurança de cada cidade. A MySide enfatiza que a violência letal é apenas uma das dimensões da segurança pública e que fatores como crimes patrimoniais, violência interpessoal e percepção de risco também influenciam a qualidade de vida urbana.
A análise reforça que os dados de Rondônia seguem o padrão da região Norte, onde as taxas de homicídios permanecem acima da média nacional. Mesmo com municípios que registram avanços, o estado continua entre os mais afetados pela violência letal, refletindo desafios persistentes no controle de crimes e na prevenção de homicídios. Com 30,7 mortes por 100 mil habitantes, Rondônia se mantém no grupo de estados com índices críticos, mas próximos da média da região, o que indica um cenário de estabilidade sem melhora significativa nos últimos ciclos analisados. As informações são do site Rondônia Dinâmica.
Texto originalmente publicado em https://www.rondoniadinamica.com/noticias/2025/11/rondonia-e-o-7-estado-mais-violento-do-brasil-segundo-anuario-2025-veja-o-levantamento,231167.shtml.
